Num jogo “electrizante” de princípio a fim – com pequenos intervalos pelo meio – o F. C. Porto foi à Luz arrancar um triunfo que se ajusta ao desenrolar dos acontecimentos dada alguma “fragilidade” benfiquista (Jonas quase não se viu e Gaitán não brilhou como se esperava), valendo as menores falhas portistas, onde Casillas foi o homem do jogo.Devendo-se ainda realçar que foi uma partida impecavelmente dirigida por Artur Soares Dias – terá ganho o passaporte para os Jogos Olímpicos e ou para o europeu – com uma preciosa ajuda dos aseus assistentes. O fair play e o espirito desportivo estiveram presentes até todos regressarem às cabinas, apesar do “desaguisado” vivido a cinco minutos do fim, que podia ter redundar em mas que se ficou-se pelo amarelo.
Jornada após jornada, as surpresas – se assim serão – por certo que se vão manter à “espreita”.
Após os primeiros minutos de um estudo “táctico”, sem que o Benfica fizesse muita força para “arrancar” mais vivo, como se esperava, a verdade que é jogo começou a entrar nos “eixos”, isto é, mais rápido e onde os comandados de Peseiro se adiantaram com passes mais rápidos.
Ainda assim, o Benfica beneficiou do primeiro canto do desafio (8’) sem rematar, ganhou o primeiro canto (10’), sem resultado, numa altura em que o ritmo se tornou mais elevado mas, desta vez, para os dois lados.
O Benfica “adiantou-se” nos remates, com Mitroglou a atirar ao lado, Herrera criou perigo qu8e podia ter dado golo mas preferiu rodopiar, egoisticamente, dentro da área benfiquista e perdeu-se a oportunidade, que o Benfica ganhou logo de seguida num rápido contra ataque com Pizzi a finalizar com um remate fraco, à figura de Casillas, que socou a bola para o lado contrário, aqui também com egoísmo do médio dos encarnados, que podia ter passado a bola antes de “forçar” o que acabou por não dar resultado.
Mas o maior ritmo que o Benfica implementou acabou por dar resultado (17’) quando, para além da oportunidade de Mitroglou (que marcou o golo a passe milimétrico da estrela Renato Sanches), aproveitou a passividade de Danilo a cobrir o avançado de Rui Vitória, aparecendo o número o número 11 a surgir isolado frente a Casillas, escolher o melhor lugar da baliza (junto ao interior do poste) e rematar pela certa, uma desvantagem que “abanou” um pouco a formação portista. Mas as oportunidades são para aproveitar e foi isso que o Benfica fez.
Mas esta vantagem apenas durou dez minutos, porquanto Herrera “fez o favor” de empatar. Lançado pela esquerda, recuou alguns metros, torneou André Almeida, veio até à zona central – antes de chegar à linha da grande área – e rematou rasteiro para o canto mais longe, com Júlio César a ver a bola a passar, dado que não a viu partir. Feito o empate (27’) ainda havia m uito jogo para realizar.
À meia hora, a bola, em ressalto, bate no peito e na mão de Aboubakar, na área portista, com o árbitro a nada assinalar – e bem, porque estava no enfiamento da jogada – o que foi confirmado posteriormente.
O Benfica elevou a pressão para marcar e o 2-1 quase aconteceu quando Jonas, à meia volta e na grande área, rematou em arco para a baliza, onde um soberbo Casillas foi buscar a bola, seguindo-se (39’) uma boa jogada conduzida por Lindelof que fez um passe para trás onde surgiu Mitroglou a não conseguiu encostar o pé à bola, em luta com um defesa portista, perdendo-se um “quase” golo.
Nos últimos minutos do primeiro tempo, Herrera (42’) rematou ao lado com a baliza à mercê e Samaris (43’) atirou por cima da baliza de Casillas sem qualquer perigo.
No tempo complementar, o Porto entrou mais rápido a pressionar, quiçá convencido que podia dar a volta ao jogo, mas Brahimi continuou egoísta e só jogou para ele, levando o Benfica a (53’) a responder com perigo, com Gaitán a isolar-se na área e a rematar para mais uma grande defesa de Casillas para canto que, depois de marcado, levou a bola à cabeça de Lindelof mas para cima da barra.
Jonas – quase sempre “apagado” – teve oportunidade de criar perigo quando (55’) e na zona frontal à baliza, rematou forte mas a bola foi bater em Indi, que salvou o golo certo.
O ritmo continuou elevado e alguns jogadores, em especial do Benfica, começaram a denotar cansaço – o relvado esteve sempre molhado, mais pesado, porque não deixou de chover durante quase todo o jogo – embora tivesse sido o Porto a fazer a primeira substituição (58’) para “forçar” a reviravolta.
E deu mesmo resultado alguns minutos depois. Aboubakar (64’), que seguiu para a baliza de Júlio César ombro a ombro com Jardel, ganhou a disputa da bola e rematou pela certa, fazendo o 1-2, um autêntico balde de água fria para mais de 50 mil benfiquistas que assistiram ao jogo no estádio (do total de 61.536 presentes), com os três do porto a fazerem a festa, como seria lógico.
Mas o empate ia surgindo dois minutos depois, quando Indi desviou a bola para a sua baliza, valendo um Casillas atento e voando para desviar a bola por cima da barra. Casillas que voltou a evitar ser batido (67’) ao defender, com os pés, uma bola rematada por Jonas, mesmo à “queima” mas à figura.
Com Gaitán e Jonas, como se referiu, a não render o normal e Mitroglou a não se mostrar na parte final (cansaço?), o Benfica bem porfiou mas não teve rendimento, tendo sido ainda o F.C.Porto a quase chegar ao 3-1 quando Aboubakar, uma vez mais, surgiu isolado sobre a direita e rematou, mais em jeito, obrigando Júlio César a desviar a bola da zona de perigo.
Uma cena protagonizada (88’) entre André Almeida e Layun (amarelados) podia ter um resultado mais grave, o que manchado um excelente jogo, em que o Benfica teve mais posse de bola, teve mais oportunidades mas … ganha quem mais acerta. E teve um guarda-redes cinco estrelas na baliza. Com este triunfo, o Porto fez o pleno desta época e com este adversário (duas vitórias), o que pode ser importante para eventual desempate, ficou apenas a três pontos dos encarnados, o que aguça o apetite para as jornadas seguintes, independentemente do que acontecer com o Sporting, este sábado, na Madeira.
No Benfica, realce para Júlio César, Lindelof, Eliseu, Pizzi, pouco Gaitán (para o que se esperava), onde Renato Sanches esteve excelente de força e esforço. No Porto, Casillas foi o herói da equipa e do jogo, tendo em Maxi, Brahimi, Aboubakar e Herrera um quarteto em estado superior, com Danilo, Corona e Indi a dar uma boa ajuda.
Artur Soares Dias foi o árbitro do encontro e teve uma excelente actuação em todos os capítulos, pese embora, para não estragar o jogo nos minutos finais, tivesse amarelado Layun e André Almeida, que bem mereciam sair mais cedo. Mas o árbitro entendeu mostrar fair play e espirito desportivo e saiu-se bem. Os assistentes Rui Licínio e Bruno Rodrigues também estiveram no mesmo plano do que o chefe.
Constituição das equipas:
Benfica – Júlio César; André Almeida, Lindelof, Jardel e Eliseu (Salvio, 79’); Pizzi (Carcela, 68’), Samaris (Talisca, 68’), Renato Sanches e Gaitan; Jonas e Mitroglou.
F. C. Porto – Casillas; Maxi Pereira, Chidozie, Indi e Layun; André (Ruben neves, 73’), Danilo e Herrera; Corona (Marega, 58’), Aboubakar e Brahimi (Varela, 85’).
Disciplina: amarelo para Herrera (29’), Ruben Neves (74’), Carcela (79’), Renato Sanches (84’), André Almeida e Layun (88’)
Artur Madeira