Quem mais porfia nem sempre alcança o que deseja e isso foi mais uma verdade que se verificou, pelo que o que se esperava sa+ide verde acabou por ser duplamente vermelho: perda de pontos para o Rio Ave e … o Benfica na liderança.
No primeiro tempo, jogado a ritmo elevado por um e por outro lado, sem dúvida que o golo podia ter surgido para um e para outro lado, com maior pendor para a formação leonina, que só pecou por falta de finalização motivada por passes a mais e indecisões nos momentos fulcrais.
Sempre mais ofensivo, o Sporting encontrou do outro lado uma dupla barreira por parte das linhas média e defensiva avense, bem compenetrados a fazer o papel de fechar os caminhos para a baliza de Cássio, um dos melhores jogadores no primeiro tempo, porquanto defendeu tudo e garantiu o zero nos 45 minutos iniciais.
Cássio salvou ainda o Rio Ave porn três vezes (aos 10, 11 e 13’), primeiro a fazer uma grande defesa a cortar um cruzamento (Bryan) que podia gerar perigo, como se verificou no minuto seguinte em que deu o corpo à bola a um Bryan isolado, salvando o que podia ser um golo, que também evitou novamente quando Slimani, acossado, tentou atingir a baliza mas o remate saiu amortecido directamente para as mãos do guardião avense.
Tentando reverter esta supremacia leonina, o Rio Ave foi junto à baliza leonina mas Wakaso (15’) e Edimar (16’) atiraram ao lado da baliza, sem grande perigo.
Fechando quase sempre todas as vias que finalizavam junto de Cássio, o Rio Ave fez uso de um 4x4x2 que deu bom resultado ao longo dos 96 (exagerados) minutos, pese embora o elevado nível movimentacional que se verificou até ao intervalo.
Slimani (25’) ganha em velocidade, entra na área e atrasa para Adrien que, num remate cruzado, obriga Cássio a esticar-se e desvia a bola para canto, do qual nada resultou, num período de dez minutos bem “quente” mas sem o tal sal que é o golo, com os leões a pressionar mas sem resultados práticos.
Adrien (32’) atirou forte mas à figura de Cássio, que voltou a negar o golo ao Sporting quando (36’) rechaçou com os punhos um pontapé fortíssimo de João Mário. E foi o Rio Ave que esteve à beira de marcar (no minuto do prolongamento), quando Tarantini obrigou Patrício a esticar-se e mandar a bola para canto.
No tempo complementar, o Rio Ave entrou para criar ainda mais “frisson” e Kayembe (50’) cabeceou de cima para baixo, obrigando Patrício a mandar a bola para canto com alguma dificuldade.
Slimani, sempre na brecha, teve mais uma oportunidade (57’) mas não conseguiu dar o melhor curso a um centro largo de João Pereira, cabeceando ao lado, numa altura em que os avenses começaram a dar nota de baixa de rendimento, o que o Sporting aproveitou para pressionar ainda mais mas o que aconteceu é que a emoção deixou a razão de fora.
João Pereira de novo a central pela direita, desta vez para Barcos, que cabeceou à figura de Cássio, numa altura em que Gerson (entrado à um minuto) começou a dar nova vida ao ataque leonino, embora, como se provou, sem resultados práticos, sendo de realçar a informação da presença de 39.721 espectadores, o que foi excelente.
No último quarto de hora (mais seis minutos), Slimani continuou a tentar desfeitear Cássio mas este levou sempre a melhor, por vezes com grande dificuldade. E o zero foi mantido.
Um zero que levou a Benfica à liderança do campeonato – quem diria depois de todo o ruído que se fez nos últimos tempos, nada favorável aos encarnados – dado que tem 45 golos de diferença contra apenas 29 do Sporting, sendo esta a a principal norma para, em caso de empate no final do campeonato, decidir quem serão vencedor e que se pode aplicar agora.
Mas ainda há muito jogo para fazer e nem mesmo o Porto (agora a seis pontos) se pode considerar afastado.
Nos leões, destaque para Patrício, João Mário, Bryan Ruiz, Adrien, Slimani, Gelson e Coates, relevando-se o bom trabalho dos substitutos entrados (Barcos, Rúben Semedo e Gelson), enquanto no Rio Ave o trabalho de grupo quase se sobrepôs a referências individuais, embora se salientem Cássio (bem à frente), Tarantini, Kayembe, Wakaso, Yazalde, Bressan, Edimar e Kuca.
O juiz Carlços Xistra (Castelo Branco), cumpriu muito bem a sua tarefa, resolvendo os problemas de maior acuidade (golo não confirmado para o Sporting, em especial), podendo considerar-se bem no capítulo disciplinar, enquanto os assistentes Bertino Miranda e Jorge Cruz também actuaram em conformidade com o chefe de equipa..
As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Paulo Oliveira, Coates e Zeegelaar; João Mário, Adrien e William ; Teo Gutierrrez, Slimani e Bryan Ruiz.
Rio Ave – Cássio; Pedrinho, Marcelo, Roderick e Edimar; Wakaso, Tarantini e Bressan;Kuca, Yazalde e Kayembe.
Disciplina: amarelo para Kuca (4’), João Mário (17’), Pedrinho (34’), Coates (67’), Ukra (70’) e Rúben Semedo (90’).
Artur Madeira