Liga NOS – Sporting, 2 – Tondela, 2
Sem dúvida que o Sporting foi o mais castigado, porque perdeu dois pontos, perdeu Patrício para o próximo jogo mas também não há dúvidas que o Tondela (lanterna vermelha) mereceu o resultado porque porfiou desde o apito inicial do árbitro e acreditou que era possível chegar a este resultado, o que o Sporting não fez tão bem.
Os tondelenses entraram em campo dispostos a vender caro qualquer resultado negativo que pudesse acontecer, tendo até pressionado um Sporting que não entrou bem, não criou oportunidades e, pelo contrário, proporcionou a mais gritante oportunidade para os visitantes (28’) quando sem intenção de fazer falta (já sabia o que aconteceria – como veio a surgir) mas tocando em Nathan Júnior, que surgiu isolado (onde estavam os centrais dos leões?) frente a Patrício, criando a grande penalidade que o próprio Nathan marcou, com a bola para um lado e Boeck para outro e, como era evidente, com o guardião leonino a ser expulso com vermelho directo, ficando a descansar na próxima jornada.
Para além disso, Bruno Carvalho, o presidente leonino, também foi expulso.
Com meia hora de jogo e em desvantagem, o Sporting tentou ir para a frente mas o Tondela soube tornear as dificuldades, controlou os movimentos ante uma equipa leonina sem fio de jogo (naturalmente por passar a jogar apenas com dez unidades), embora William (38’) rematou forte mas opara Jones defender muito bem, concluindo-se a primeira parte com uma cabeçada de Slimani que levou a bola a passar por cima da barra.
Embora não “mandando” na posse da bola, coube ao Tondela criar alguma “tensão” junto às linhas atrasadas do Sporting sempre que fazia contra-ataques muito rápidos que, por norma, se sobrepunham em velocidade ante defesas algo “pesados”.
No segundo tempo e com um jogador a mais, o Tondela continuou a tentar manter o mesmo ritmo e a “afrontar” sempre o Sporting, tendo Wagner (48’) rematado fraco que Boeck defendeu sem problemas, seguindo-se um bom apontamento de Bryan Ruiz, que não resultou em golo porque exagerou nas fintas, perdendo a bola numa altura em que tinha espaço para rematar ou passar a Slimani, que estava por perto e não coberto.
Já a “forçar” o andamento, os leões chegaram ao empate (54’) através de um golo de Slimani, que recebeu a bola do lado direito e rematou forte junto aparte interna do poste de Jones, que nem viu a bola passar porque encoberta com os defesas que tinha à sua frente.
Acreditou-se que o segundo golo leonino surgiria mais coisa menos coisa – os tondelenses denotavam cansaço – o que podia ter acontecido dois minutos depois se o árbitro tivesse confirmado a decisão inicial (grande penalidade a favor dos leões), o que não aconteceu porque, após conferência com o árbitro auxiliar, “desmarcou” o que assinalara. Falta de atenção.
A mudança atacante do Sporting verificou-se com a entrada de Gelson (45’), que “revolucionou” o sentido de jogo e marcou (61’) o golo 5.000 do Sporting, que correspondeu ao 2-1 em campo, depois de um remate forte e certeiro para o fundo da baliza.
Apesar da prestação mais “suave” do Tondela, o contra-ataque estava sempre presente, antes do segundo golo sportinguista, Baldé, só com Boeck na frente, atirou por cima da baliza.
Com o registo de 36.902 espectadores – muito bom para uma sexta-feira – o Sporting mantinha um enorme apoio das claques leoninas mas, em jogo, nada surtia efeito, apesar de o Tondela demonstrar um cansaço natural mas atento a qualquer “golpe” dos homens da casa, tanto que Menga (entrou em jogo aos 63’) tentou, de longe, com um remate forte, uma surpresa a Boeck mas este estava atento e defendeu.
Sempre a lutar para não sair derrotado, o Tondela atingiu o objectivo ao minuto 85, através de um excelente golo de Chamorro (que tinha entrado dois minutos antes), que se isolou – ante a apatia da defesa leonina – e, depois de dar dois passos, rematou forte e transviado para bater Boeck pela segunda vez.
Nos últimos cinco minutos de jogo e nos outros cinco dados a mais, apenas de salientar (90+4’) um remate de João Mário para uma defesa sem problemas de Jones.
Um azar de Patrício que deu vantagem ao Tondela mas, como se viu, o Sporting reagiu e passou à situação de vantagem (2-1), não se percebendo (ainda que com dez homens na mesma) não conseguiu manter a supremacia. Perder dois pontos a partir deste início da segunda volta podem fazer toda a diferença. Mas resta esperar pelos resultados do Benfica e do Porto para ver com as coisas ficam.
Nos leões, destaque para Jefferson, João Mário, Bryan Ruiz, Adrien, Slimani, Gelson e Ewerton, enquanto no Tondela o o trabalho de grupo quase se sobrepôs a referências individuais, embora se salientem Jones, Kaká, Nathan Júnior (que foi o melhor), Wagner, Guzzo, Oto’o Baldé e Chamorro.
O juiz Luís Ferreira, muito contestado – como não podia deixar de ser – não teve dúvidas quanto à falta (dependendo de cada analista) cometida por Patrício, resolveu os problemas de maior acuidade, pese algumas pequenas falhas no capítulo disciplinar, enquanto os assistentes Nuno Manso e Luís Cabral também estiveram bem.
As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício (Boeck, 29’); João Pereira, Naldo, Ewerton e Jefferson; João Mário (Carlos Mané, 90+3’), Adiren e William (Gelson, 45’); Bruno César (teve que sair por causa da grande penalidade de Patrício), Slimani e Bryan Ruiz.
Tondela – Matt Jones; Oto’o, Kaká, Tikita e Nuno Santos (Menga, 63’); Hélder Tavares (Chamorro, 73’), Bruno Monteiro e Raphael Guzzo; Romário Baldé, Nathan Júnior e Wagner (Piojo, 78’).
Disciplina: amarelo para: Bruno Monteiro (42’), Hélder Tavares (49’), Guzzo (73’), Ewerton (84’), Piojo (86’), Slimani (90+5’)
Vermelho: Rui Patrício (30’). Expulso também Bruno Carvalho, líder do Sporting.