Com dois golos marcados – e de que forma extraordinária – e duas bolas no poste e na barra, que mais será necessário para justificar um triunfo que em dois terços do jogo foi sempre dominado pelo Sporting? Poder-se-ia acabar aqui o comentário porque estava tudo dito.Uma superioridade que nunca foi beliscada, apesar dos leões terem “cedido” apenas quinze minutos de jogo aos portistas que bem se podem queixar dos próprios erros, ora dando espaços demasiados ou permitindo que Slimani, em especial, chegasse primeiro que os defesas, como aconteceu nos dois golos.
No primeiro, com Slimani a subir ao céu e fazer um golo “estratosférico” de precisão e direcção e, no segundo, com uma arrancada qual Usain Bolt e chegar ao ponto de remate no “timing” exacto. Dois golos quase do “outro mundo”.
No primeiro tempo, o Sporting dominou em qualidade e quantidade e justificou a vantagem do magnífico golo apontado por um Slimani que subiu ao céu e cabeceou de forma “violenta” e com uma direcção mais que precisa (poste mais longe da baliza) para que Casillas não pudesse lá chegar mesmo que se “esticasse” muito.
Nuns primeiros 45 minutos jogados em velocidade acelerada, ainda assim as oportunidades flagrantes não foram muitas, por as linhas médias e defensivas se sobreporem aos ataques, muito embora o Sporting tivesse sido o mais “certinho” em termos globais.
Até aos 8’, os leões beneficiaram de três cantos de que nada resultou tendo o primeiro remate à baliza saído dos pés de João Mário (9’), embora sem grande perigo.
Novo remate surgiu por parte de Bryan Ruiz (16’) mas muito acima da baliza de Casillas, tendo o primeiro momento (19’) de perigo sério para a baliza sportinguista surgido no minuto seguinte quando Rui Patrício saiu junto a linha da grande área para tentar afastar a bola e ia sendo traindo. Mas o mal passou.
Mas estava na calha o golo. Na marcação de um livre sobre o lado esquerdo Jefferson colocou a bola lá no alto, onde nem Indi nem Marcano, os altos defesas portistas, chegaram ao céu primeiro que Silmani que, como mandam as regras, cabeceou de cima para baixo e com tal força que passou como uma bala para o fundo da baliza de um Casillas que anda se esticou mas não chegou lá.
Aberto o activo (26’), de forma merecida pelo Sporting, o Porto “sentiu” o efeito e pouco depois (32’) Adrien rematou forte, fora da grande área, que Casillas defendeu a soco, tendo o Porto aproveitado para contra-atacar e levar a Aboubakar a chegar à baliza do Sporting, com Patrício a salvar o golo.
Nos últimos quinze minutos deste primeiro tempo, o Porto tentou chegar ao golo mas não construiu oportunidades para o efeito, chegando-se ao fim dos 45+1’, com a vantagem para o Sporting.
No tempo complementar, o Porto entrou da melhor forma mas não marcou quando Brahimi (47’) marcou um livre com a bola a bater na barreira, mantendo uma certa pressão, até porque o Sporting como que cedeu “os direitos” por alguns minutos aos portistas que, como se viu, não aproveitou,
O Sporting voltou à mó de cima e (64’) esteve à beira de chegar ao 2-0, com João Mário a centrar para Slimani fazer o gesto algo semelhante ao que tinha conseguido quando abriu o activo, mas a bola tomou um efeito diferente e foi bater na barra. Contudo (69’) Slimani voltou a brilhar ao fazer um “sprint” longo para captar um passe feito por Bryan Ruiz e rematar na passada mas por cima da barra. Excelente jogada, apanhando a defesa portista em contrapé.
No minuto seguinte, o Sporting criou mais uma oportunidade de golo eminente, quando (70’) rematou forte levando a bola a embater com violência no poste da baliza de Casillas. De novo o 2-0 adiado.
O Porto ripostou e Patrício (72’) teve de sair da baliza para se mandar aos pés de André André para acabar com o perigo que podia surgir.
Num desafio rodado ainda a grande velocidade, o Sporting (84’) chegou, finalmente, à confirmação da vitória, com Slimani a fazer uma desmarcação “estratosférica” a caminho da baliza, colando a bola ao pé e rematar tão forte que a bola bateu no ferro agarrado à rede saíu da baliza, fazendo mais um golo para o seu palmarés desta época, nenhum deles marcado de grande penalidade. É obra. O melhor jogador em campo sem qualquer tipo de dúvida.
Um triunfo que confirma um Sporting que quer ser campeão -. E que regressa ao comando do campeonato – ante um outro candidato ao título (F.C. Porto) que, com o Benfica, vão contribuir para uma segunda volta que pode ser igual à primeira.
Na equipa do Sporting e se é certo que Slimani foi o homem do jogo, a verdade é que todos contribuíram para este excelente triunfo, onde a excepção terá sido unicamente Matheus Pereira.
No lado portista Indi, Brahimi, Aboubakar, Herrera, Corona, Layun, Danilo e André André foram os mais trabalhadores, enquanto Casillas não teve culpa dos golos sofridos, pese embora no primeiro talvez pudesse terá saído dos postes, até porque Slimani surgiu num espaço vazio, com Indi e Marcano “fora de jogo”.
Hugo Miguel, o juiz da partida, contribuiu para o bom espectáculo que se verificou ao longo dos noventa minutos, no capítulo técnico, com algumas lacunas na parte disciplinar, que começou um pouco tarde mas que se equilibrou por vontade também dos jogadores. Os assistentes também contribuíram para uma actuação global positiva.
As equipas alinharam do seguinte modo:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Paulo Oliveira, Naldo e Jefferson; João Mário, William Carvalho, Adrien (Aquilani, 89’) e Bryan Ruiz; Matheus Pereira (Gelson, 61’) e Slimani.
F. C. Porto – Casillas; Maxi Pereira, Marcano, Indi e Layun; Rúben Neves (André André, 53’), Danilo e Herrera (Tello, 80’); Corona, Aboubakar (André Silva, 70’) e Brahimi.
Disciplina: amarelo para: Bryan Ruiz (41’), Herrera (52’), Adrien (55’), André André, 59’), Maxi Pereira e Gelson (62’) e Slimani (68’).
Artur Madeira