É verdade que estamos no mês de Natal e, talvez por isso, o Benfica começou já a receber “prendas”, como foram as duas grandes penalidades oferecidas pela formação academista,
que abriram caminho para o justo triunfo da equipa de Rui Vitória, ainda que com uma nota técnica mediana, onde a excepção foi o golo do jogo, obtido pelo jovem (e estreante na Luz) Renato Sanches), num pontapé canhão a meio do meio campo dos estudantes.
O Benfica começou por jogar a todo o campo, com a bola a andar muito perto das linhas laterais, tentando um jogo diferente e com a bola a ser trocada sempre em avanço e pouco em recuos tácticos.
O primeiro remate à baliza foi feito por Lisandro (7’) mas a bola saiu muito ao lado mas o segundo também não foi melhor porquanto Mitroglou, a centro largo de Pizzi, atirou de cabeça mas à figura do guardião academista.
Sempre em ascendente, em termos de fluidez de bola, o Benfica encontrou, ainda assim, grandes dificuldades para penetrar na defesa dos estudantes, bem organizada, com a primeira e segunda linha a chegar para os arremedos dos atacantes benfiquistas.
Pizzi foi o homem com maior raio de acção e. sempre que podia, aproveitou para rematar (15’) mas por cima da barra, depois de Aderlan ter feito um excelente bloqueio ao ataque do Benfica mas entregando, a seguir, a bola ao jogador do Benfica que não marcou porque a mira teve um “desvio”.
Os estudantes, “entrando” no jogo rápido do Benfica, também subiam sempre que podia, obrigando Júlio César a estar atento (17’) para defender numa bola rematada por Leandro.
Minutos depois (24’) a melhor jogada do primeiro tempo. Uma triangulação entre André Almeida, Pizzi e Jonas, a bola é lançada para o miolo da área, onde surgiu Pizzi a finalizar com um remate forte mas à figura do guardião forasteiro.
A primeira dúvida de arbitragem surgiu quando (26’) Jonas, isolado na grande área da Académica, Jonas acabou no chão, ficando por saber-se se houve toque do defesa.
André Almeida (27’), da mesma zona do campo, rematou a rasar o poste e pouco depois (34’) o Benfica abre o activo na marcação de uma grande penalidade cometida pelo guardião Pedro Trigueira, que se atirou por completo sobre Gaitán.
Chamado à marcação, Jones atirou forte para o canto esquerdo da baliza, onde Trigueira não chegou, nem que se esticasse mais.
No segundo tempo, a velocidade baixou nitidamente, em especial por parte do Benfica – estava em vantagem e era só tentar “aguentar” qualquer veleidade “estudantil” – com os visitantes a começarem a fazer substituições rápidas (as três entre os 53 e os 79’), para colmatar a fragilidade física dos elementos que, na primeira parte, estiveram em constante movimento.
E Jardel (53’) salvou um golo quase certo, afastando para canto, quando Júlio César estava de “gatas”, tendo Leandro sido o “mau” da fita.
Mantendo o controlo do jogo, o segundo golo surgiu (69’) pelos mesmos motivos que o primeiro. Nova “burrice” na pequena área estudantil com Ofori a deixar que a bola lhe batesse na mão (com o braço em movimento), levou o competente amarelo e a respectiva grande penalidade.
Tal como na primeira, Jonas cumpriu idêntico movimento, direcção e força para fazer o 2-0.
Com a informação da presença de 34.752 espectadores e com a Académica a perder o “norte”, a força anímica e física (dois golos por culpa própria é “areia de mais para uma camioneta”), o Benfica não precisou de pressionar muito mas estar atento às oportunidades para, eventualmente, marcar mais um golo, pelo menos.
Mitroglou (77’) atirou fraco e à figura mas Renato Sanches (84’) encheu o pé direito e rematou a mais de trinta metros para fazer o golo da noite, um pontapé com força, direcção e uma pitada de “efeito” para evitar que Pedro Trigueira lá chegasse.
Um golo da noite precisamente na noite da estreia de Renato Sanches (18 anos) no Estádio da Luz. As estrelas brilharam mais forte e mais alto.
No último acto do jogo (90+1’) Hugo Seco esteve à beira de fazer o golo de honra para a Académica mas rematou ao lado com o caminho todo aberto à sua frente.
No Benfica, sem dúvida que Jonas e Renato Sanches foram as figuras da noite, bem acompanhados por Lisandro, Eliseu, Pizzi, Jardel, Gaitán e Júlio César, enquanto nos estudantes sobressaíram Ivanildo, Iago, Leandro Silva, Plange, Hugo Seco e Gonçalo Paciência.
Luís Ferreira (Braga) teve uma actuação positiva, apenas ficando a dúvida a questão da grande penalidade (ou não) assinalada quando Jonas caíu na área (26’), realçando-se o bom trabalho aos assistentes Nuno Manso e Luís Cabral.
Constituição das equipas:
Benfica – Júlio César; André Almeida, Lisandro, Jardel e Eliseu; Renato Sanches, Fejsa (Samaris, 64’) e Gaitán; Jonas, Mitroglou (Carcela, 80’) e Pizzi (Gonçalo Guedes, 74’).
Académica – Pedro Trigueira; Aderlan, Iago, R.Nascimento e Ofori; Fernando Alexandre, Leandro Silva e Nuno Piloto (Hugo Seco, 53’); Ivanildo, Gonçalo Paciência (Rafael Lopes, 70’) e Plange (Rabiola, 79’).
Disciplina: amarelo para Fejsa (17’), Pedro Trigueira (33’), Aderlan (44’), Ofori (68’) e Rabiola (79’)