Muito sofrimento (adeptos), nota técnica mediana e uma “estrela” à Benfica (de Jesus), sem dúvida que foram ingredientes de “arrepiar” o mais “forte estomago” ao longo de 94 minutos em que a supremacia sobre a bola foi do Sporting se bem que sem perigo de maior para a baliza de Ventura, que não teve muito trabalho porque os remates dos atacantes dos leões foram poucos.Apesar disso, o triunfo sportinguista ajusta-se ao “co-relacionamento” entre o jogo jogado e a arbitragem de Artur Soares Dias que (23’) perdoou uma grande penalidade ao Sporting quando Sturgeon ultrapassou um defesa leonino e se vê empurrado pelas costas e cair, o que o juiz do Porto não assinalou.
Com o “motor de arranque” (William Carvalho) praticamente sem dar de si durante todo o jogo (apenas acordou quando da marcação da grande penalidade), foi difícil para o Sporting, apesar do esforço de um “guerreiro” de nome Slimani (que corria a tudo), chegar ao triunfo, o que só se verificou aos 90+3’ e com a tal “estrela” que deu a grande penalidade, com um erro infantil (para a experiência que tem) de Tonel.
Com William algo “desnorteado” ao longo de todo o jogo, como se referiu, foi difícil gerir o conjunto leonino, obrigando Slimani a trabalhos redobrados, a par de Montero, com Bryan Ruiz também pouco activo, apesar do brilharete que fez (38’), quando “entrou” pela defesa azul como manteiga (os defesas da cruz de Cristo ao peito falharam redondamente nesse minuto) e rematou para uma grande defesa do guardião azul, numa das raras jogadas de perigo na primeira parte.
Podia dizer-se que o Sporting apresentava “muita parra e pouca uva” e que o Belenenses conseguiu “levar a água ao moinho”, isto é meteu pouca água na sua estratégia de jogo.
O nulo ao intervalo estava justificado.
No segundo tempo, o Sporting apareceu mais solto (uma “ensaboadela” ao juízo fez efeito) e (47’) Montero esteve à beira de marcar, quando atirou, com a cabeça, a bola à trave, seguindo-se (49’) outra jogada que podia ter dado golo se Slimani conseguisse ter chegado a tempo à bola.
Com mais dez minutos a “mastigar” a bola, tendo em conta também o excelente trabalho que a equipa azul e branca fez (em bloco), dando pouco espaço de manobra aos comandados de Jorge Jesus.
Sporting que começou a ser mais acutilante a partir da entrada de Gelson (57’) e de Matheus Pereira (66’), as duas jovens estrelas leoninas mas ainda com dentes de “leite”, porque só “mordem” às vezes e a noite deste jogo não se propiciava nada a isso.
Uma maior velocidade que não foi correspondida com jogadas que finalizassem em perigo, maior ou menos que fosse, entradas que tiveram o condão de “desequilibrar” um pouco a formação de Belém, parecendo que estas mudanças de Jorge Jesus estavam “condenadas” à mediania inicial, porque não “resolviam”.
Depois do anúncio da presença de 31.744 espectadores, o que é muito bom para uma partida que começou às 19 horas, Matheus Pereira teve a baliza aberta (79’) mas atirou ao lado, numa altura em que os homens de Sá Pinto começaram a acreditar que poderiam não perder no Alvalade XXI.
O que se veio a confirmar com a grande penalidade assinalada – e bem – pela mão de Tonel na bola quando faltava um minuto para completar os quatro complementares aos noventa oficiais.
Na única coisa boa que fez – numa equipa globalmente sem chama – William Carvalho marcou a grande penalidade e fez golo da salvação.
Com altos (em Moscovo) e baixos (em Alvalade), o Sporting não atina com um padrão “padronizado” semana a semana ou jogo a jogo, continuando a comandar a classificação (o que é o mais importante), até quarta-feira com cinco pontos de avanço do Porto e oito do Benfica, ambos com um jogo em atraso.
No Sporting o destaque vai para Slimani, Montero, Bryan Ruiz, João Pareira e Adrien Silva, enquanto nos azuis de Belém a equipa jogou mais em bloco e sobressaíram quase todos da mesma forma (aguerrida, energética, coração forte), criando uma união que ia dando resultado positivo.
Artur Soares Dias teve a falha da não marcação da grande penalidade a favor do Belenenses e, mais erro menos erro, terminou com nota positiva, enquanto os seus assistentes também se pautaram com alguns erros de “interpretação”, que podiam ter criado algum “frisson” junto dos adeptos das duas equipas.
As equipas alinharam do seguinte modo:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Paulo Oliveira, Ewerton e Jonathan; João Mário, William Carvalho, Adrien (Gelson, 57’) e Bryan Ruiz (Tanaka, 79’); Montero (Matheus Pereira, 66’) e Slimani..
Belenenses – Ventura; Amorim, Brandão, Tonel e Filipe Ferreira; Ruben Pinto (Fábio Nunes, 90+3’), André Sousa (Carlos Martins, 72’), Ricardo Dias e Kuca; Surgeon e Luís Leal (Tiago Caeiro, 84’).
Disciplina: amarelo para: Ventura (60’), André Sousa (64’), Slimani (87’) e William Carvalho (90+3’)
Artur Madeira