Com um resultado tão expressivo no que foi o mais importante jogo da Liga NOS na presente época futebolística, não há dúvida que o Sporting soube proporcionar as condições ideais para que o Benfica sucumbisse da forma que se viu.Com um golo madrugador, que “bloqueou” o Benfica por completo para os restantes oitenta minutos, sob a batuta de um João Mário – que se verificou, no final, que foi o homem responsável pelo consecutivo “resvalamento” das águias – também não há dúvida que os jogadores do Benfica foram os grandes responsáveis por esse “descalabrado”, não dando acordo de si.
No entanto, o Benfica também se pode queixar de uma grande penalidade não assinalada (7’) a seu favor, quando Luisão, no seguimento de um pontapé de canto e na área do Sporting, foi puxado pela camisola, o que nem o árbitro nem o auxiliar viram no monte de jogadores que estavam por perto.
Tudo podia ser diferente, mas a verdade é que o jogo continuou e os benfiquistas não tiveram nem arte nem manha para modificar o “status quo” que se começou a desenvolver logo após o golo sportinguista.
Por outro lado, a estratégia montada por Rui Vitória – assente em que a bola tem que ir sempre, seja de que maneira for, parar ou passar por Gaitán – não funcionou porque o ala benfiquista teve sempre “guarda” à perna e, por isso, não conseguiu demonstrar a sua real categoria, bem pálida neste jogo.
Face a isso, o resto da equipa não teve “pulmão” para modificar fosse o que fosse e a situação foi-se complicando porque os homens do Sporting não deram espaço e pararam qualquer tentativa mais arrojada do lado benfiquista.
O golo de Teo (8’) foi fruto de contra-ataque movimentado apenas por dois jogadores do Sporting, com Adrien a lançar a bola para Teo, com Júlio César a chegar primeiro e a dar um toque, com a mão, para a frente, batendo a bola nos pés de Teo e ir direitinha para o fundo da baliza.
O Benfica ainda tentou pressionar, com Patrício a defender a soco um livre marcado por Guedes, arrancando o Sporting para mais duas avançadas que culminaram no segundo golo. Primeiro foi Ruiz que cabeceou a rasar a barra e, depois (21’), com Slimani a dar o melhor caminho a um centro de Adrien, desviando a bola com a cabeça opara o fundo da baliza de Júlio César, com Luisão perfeitamente agarrado ao chão e sem acção. Com o 2-0, o Benfica “perdeu-se” por completo.
Ainda assim, tentou ressurgir na luta mas a pontaria dos seus avançados saiu tudo ao lado e o número de remates também foi diminuto, até porque, no final do primeiro tempo, o Benfica fez três remates e o Sporting seis.
O que justificou os 3-0 ao intervalo, tendo o terceiro tento sportinguista surgido aos 35’, por intermédio de Ruiz, de novo a surgir isolado – desta vez pela esquerda – frente a Júlio César, que nada conseguiu fazer para evitar sofrer mais um, tanto mais que a culpa voltou a ser dos defesas, autênticos “passadores”, se bem que a linha média também não tivesse ajudado muito.
Aproveitando a “desorientação”, o Sporting fez um autêntico passeio, com base em contra-ataques arrasadores e correspondidos em três golos.
No segundo tempo, Rui Vitória tentou “retocar” o onze mas a verdade é que tudo continuou na mesma, primeiro com a entrada de Fejsa (45’), que foi trocado por Pizzi (66’) e Mitroglou terá entrado tarde demais (86’) para tentar dará entrado tarde demais (86’) para tentar dar qualquer volta ao resultado.
A meio da segunda (69’) parte Naldo “facilitou” e o Benfica podia ter reduzido mas Samaris foi egoísta e a defesa sportinguista afastou o perigo.
Perigo que voltou a acontecer, mas para o Benfica, quando (89’) Luisão fez um mau atraso para Júlio César e este teve que ser veloz para evitar o 4-0 para o Sporting, o que seria muito mais grave.
Jorge Jesus “matou” mais um borrego porque, esta época, já ganhou duas vezes ao Benfica (a próxima tentativa é na eliminatória da Taça de Portugal) e, por outro lado, quebrou o enguiço de não ganhar na luz, o que se verificava há nove anos.
Tudo isto ante uma plateia de 63.054 espectadores, o que foi bonito de ver.
No Sporting, a equipa praticamente que funcionou com um harmónio, sendo que João Mário foi o motor de toda a estratégia de roubar a bola aos adversários e encaminhar os seus companheiros para os contra-ataques “venenosos” que estiveram na origem dos três golos.
Relevemos ainda a actuação de Patrício, Slimani, William Carvalho, Paulo Oliveira, Teo, Ruiz e Adrien (que não joga na próxima jornada por ter chegado aos cinco cartões amarelos), enquanto no Benfica deve ser destacado Júlio César, que ainda evitou mais golos, numa formação perfeitamente desconcentrada, como que “desintegrada”, e onde Samaris traçou, a preceito e no final do jogo, o “horror” da derrota sofrida ante o público benfiquista, a segunda se contarmos com a frente ao Galatasaray para a Liga dos Campeões. Foi mesmo um dia mau.
Carlos Xistra teve uma actuação quase impecável não fosse a falha ao não assinalar uma grande penalidade contra o Sporting (ainda com o 0-0), tendo nos seus assistentes (Nuno Pereira e José Braga) uns bons parceiros.
Constituição das equipas:
Benfica – Júlio César; André Almeida, Luisão, Jardel e Eliseu (Fejsa, 45’, depois Pizzi, 66’); Gonçalo Guedes (Mitroglou, 76’), Sílvio, Samaris e Gaitán; Jonas e Raul.
Sporting – Patrício; João Pereira, Paulo Oliveira, Naldo e Jefferson; João Mário, William Carvalho, Adrien (Aquilani, 76’) e Bryan Ruiz, Teo e Slimani (Gelson Martins, 86’).
Disciplina: amarelo para Samaris (39’), Gaitan e Slimani, 42’, Ruiz (43’), Jeisa (46’), Jonas e William Carvalho (48’), Adrien (57’) e Mitroglou (73’).
Artur Madeira