Ao vencer o campeão albanês por uma mão cheia de golos, o Sporting somou – aos 360 mil euros pelo triunfo – um passo que é importante para continuar a pensar que pode seguir para os dezoito avos na prova de clubes mais importante no panorama internacional.Contra um adversário que de histórico internacional pouco têm, se bem que bem constituída em termos de “ bagagem” física, parece que toda a gente terá dito que “isto vai ser canja”. Acabou por ser mas por influência de duas grandes penalidades marcadas em três minutos, que deram uma vantagem importante demais para se deixar perder.
Mas essa supremacia de golos também se ficou a dever ao facto de o número 14 da formação albanesa, Handi Salihi, um avançado de valor, ter cometido duas asneiras (uma rasteira e jogar a bola com a mão dentro da pequena área do Sporting) em poucos minutos (aos 13 e aos 23) que levaram o árbitro a mostrar a cartolina amarela por duas vezes, logo de seguida da expulsão. Reduzido a dez unidades, todo o “esquema” que estava montado foi por “água abaixo” e o Sporting só não aumentou as oportunidades, foi mais criativo e “fuzilou” por cinco vezes um Shehi (guarda redes albanês) que não merecia tamanho castigo pelo que fez ao longo de todo o jogo. Mas é a essência do futebol.
A formação leonina entrou em campo com pouca acutilância, preferindo jogar quase sempre pela ala direita mas com pouca objectividade, com o primeiro perigo a surgir nos pés de Mané (13’), tendo rematado à figura do guarda-redes Shehi.
Numa outra jogada (16’) nascida da parceria entre Montero e André Martins, não conseguiram marcar com a baliza toda escancarada. Na primeira porque Montero deu passos a mais com a bola e perdeu o ângulo de remate; na segunda tinha um adversário à perna, pelo que a bola seguiu para André Martins que obrigou o guardião albanês a uma boa defesa para canto. O que Mané voltou a fazer (18’) quando cabeceou para as mãos do defensor da baliza contrária.
Dos albaneses pouco se via, a não ser tentar fechar ao máximo as vias que pudessem dar lugar a perigo junto da própria área, se bem que, por vezes, chegaram à baliza de um “descansado” Rui Patrício, mas de forma quase sempre “pacífica”.
Aos 23’ o golpe de “misericórdia” para os albaneses com a expulsão de Salihi, com um amarelo por várias reclamações e o segundo por ter tentado “ludibriar” o árbitro ao jogar a bola com a mão na pequena área de Rui Patrício, afinal sem qualquer perigo porque a bola até seguiu para fora da referida área do guarda-redes, não havendo qualquer perigo.
Um benefício que o Sporting pareceu estar à espera porque, a partir daí, foi só “bombar” até à derrocada final.
Pouco mais de dez minutos depois – apesar de se ter visto um livre marcado por Lilag a levar a bola ao poste mais longe que Patrício defendeu muito bem par canto – o Sporting chegou ao 2-0, quase de rajada, através da marcação de duas grandes penalidades, que ninguém reclamou.
O primeiro por Aquilani (37’) que rematou rasteiro e junto ao poste, não dando qualquer hipótese ao guardião contrário, sucedendo o mesmo (40’) quando Montero rematou para o fundo da baliza, de uma forma quase a papel químico, tendo Mané tido ainda oportunidade de aumentar a vantagem, a passe de Matheus Pereira (a jovem coqueluche que voltou a estar em alta) mas fez o mais difícil: com a baliza toda escancarada, rematou por cima.
No segundo tempo, o domínio do Sporting acentuou-se, por mérito, mas também porque o adversário deixara de ter soluções milagrosas, tendo menos uma “peça” em jogo.
Pressionando o Sporting foi … marcando! Afinal é o que se pretende.
O jovem Matheus voltou a impressionar os 20.567 espectadores presentes, quando, a pouco mais de um metro da baliza, atirou forte mas o guarda-redes defendeu, enquanto Progni (52’) esteves prestes a marcar mas deu força e efeito demasiado na bola, que acabou o poi sair por cima da baliza.
Foi preciso esperar doze minutos (64’) para que o Sporting chegasse ao 3-0, desta vez por intermédio de Matheus Pereira que aproveitou da melhor maneira um centro largo da esquerda para a direita (onde ele estava sozinho) para introduzir a bola na baliza, sendo a maior culpa do guarda-redes que não saiu ao cruzamento e Matheus não perdoou a generosa “oferta”.
Mais cinco minutos e o 4-0 chegou paulatinamente. No seguimento de um livre da esquerda para a direita, marcado milimetricamente para a cabeça de Tobias Figueiredo, este marcou o golo leonino, que foi muito de saudado.
Ao fazer entrar Slimani (60’) e William (71’), Jorge Jesus reforçou e refrescou o meio campo e a linha avançada, originando uma maior e mais célere mobilidade, pese embora se percebesse que era hora de baixar o ritmo porque no domingo há um Benfica-Sporting.
Ainda assim, tempo houve para que se marcassem mais dois golos.
Primeiro foi o Sporting (77’), quando Matheus Pereira, sempre na brecha, voltou a marcar e a fechar a conta dos “cinco”, com um golo magnífico de coordenação e prática da actividade física, rematando coma a bola enrolada, levando o seu pé esquerdo a fazer mais um golo de belo efeito (77’).
Onze minutos depois, foi a vez de o Skenderbeu apontar o golo de honra – merecido e justificado – com Jashanica a, no seguimento de um canto, cabecear a bola para dentro da baliza de Patrício, algo atónico.
Uma vitória que foi o que foi e é o que importa para que o Sporting possa ultrapassar a fase de grupos.
No Sporting destaque para Matheus Pereira, Jonathan, Qauilani, Montero, Carlos Mané, Tobias Figueiredo e William Carvalho, enquanto no KF Skenderbeu o herói foi o guardião Shehi, bem acompanhado por Jashanica, Nimaga, Arapi, Osmani, Berisha, Esquerdinha, Latifi.
O árbitro de Malta Clayton Pisani e os seus pares (Alan Camilleri e Mitchel Scerri) não teve qualquer problema de maior, passando quase despercebido.
As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; Esgaio, Ewerton, Tobias Figueiredo e Jonathan; André Martins (Slimani, 60’), Bruno Paulista, Aquilani (William Carvalho, 71’) e Matheus Pereira; Carlos Mané (Gelson, 64’) e Montero;
KF Skenderbeu – Shehi; Vangjeli, Jashanica, Ismani e Arapi; Progni (Latifi, 66’), Esquerdinha (Abazi, 75’), Lilaj, Nimaga Shkembi, 66’) e Berisha; Salihi.
Disciplina: amarelo para: Salihi (13’ e 23’, seguida de expulsão directa), Vangjeli (16’), Esgaio (31’), Progni (50’) e William Carvalho (87’).
Artur Madeira