Slimani, com o primeiro “hat trick” ao serviço do clube, que igualou a goleada do Braga ao Marítimo e marcou cinco golos que há muito não se via, para além de ter obtido uma nota técnica alta, sem dúvida que deixaram os 31.295 espectadores “especados” em Alvalade.Mas não foi sonho e é fácil de explicar. Planeou-se e jogou-se futebol ao primeiro toque, sempre em velocidade acelerada ao longo de todo o jogo, o que os jogadores do Sporting nunca tinham feito até hoje na presente época, chegada que foi a 7ª jornada, numa mudança de paradigma que, por ventura, estará ainda a fazer muita “confusão” no mundo sportinguista. Será para manter ou para “arrefecer”, porquanto só daqui a três semanas é que haverá campeonato e logo com o Benfica-Sporting?
É uma questão que, por certo, só terá resposta no próprio dia 25 deste mês, quando se concluírem os 90 minutos de um jogo que poderá criar história.
Como lhe competia, o Sporting começou o jogo a tentar “mandar” mas acabaram por ser os visitantes a criar perigo na marcação de um livre (6’) frontal para a baliza de Rui Patrício, com Tó Zé a rematar forte mas um pouco ao lado do poste.
Este “picanço” levou os leões a espevitar e primeiro golo chegou (12’) com Slimani, de cabeça, a marcar no seguimento de um passe milimétrico de João Mário, feito do lado direito do ataque sportinguista, começando aqui a “derrocada” para um Vitória que, aguerrido, cometeu erros de palmatória.
Sempre a mandar, um livre e um canto marcados Jefferson voltou o perigo à área vimaranense mas houve golos, o que podia ter acontecido (22’) se, na marcação de um livre frontal, Jefferson tivesse deixado a bola para Adrien marcar com o pé direito e não chutar com o seu pé esquerdo contra a barreira. Marcar tudo e bem, não há quem! Há que verificar os ângulos e o que utilizou estava perfeitamente tapado.
Mas a “avalanche” sportinguista estava em pleno e o 2-0 surgiu logo de seguida (24’) com Teo a aproveitar um deslize da defesa, dominar a bola, fugir pela esquerda e rematar antes do guardião Douglas poder fazer algo, que não deixar passar a bola para golo.
Pensar-se-ia (como se tem passado amiúde) que o Sporting, com dois golos de vantagem, iria “amainar” a velocidade de execução, mas manteve-se sempre em alta rotação. Foi a primeira meia hora de jogo de primeira que se viu nos jogos realizados esta época, que ainda vai no princípio.
Até ao intervalo o Sporting ainda teve mais duas oportunidades de criar perigo e, eventualmente, golo, mas não sucedeu, até porque o Vitória, apesar de alguns arremedos, pouco perigo criou junto da baliza à guarda de Rui Patrício.
No segundo tempo, o primeiro óbice: Rui Costa, o árbitro que veio do Porto, lesionou-se, foi assistido pelo médico do Sporting, mas não foi mais a jogo, sendo substituído pelo quarto árbitro, Hélder Malheiro, que entrou logo a “matar” ao expulsar (com razões para isso) Bouba Saré, deixando o Vitória com apenas dez unidades a partir do 55º minuto de jogo, o que dificultou ainda mais o trabalho dos visitantes.
Tanto mais que, dois minutos depois (57’), o Sporting chegou ao 3-0, com mais um golo de Slimani, de novo de cabeça, dando seguimento a um passe longo (desde a linha lateral) para o miolo da pequena área, onde surgiu sozinho e a marcar sem nada e ninguém a opor-se.
E para “animar” ainda mais a festa leonina, Adrien (60’), na marcação de um livre, disparou a bola de forma directa para a baliza, fazendo o 4-0.
O Vitória, ainda assim, não baixou os braços e Ricardo obrigou Patrício a uma boa defesa e Josué, de cabeça, mandou a bola ao lado do poste, enquanto no lado de lá Slimani estava preparado para o golpe final (78’), que surgiu quase a papel químico dos anteriores: centro largo de Jefferson, a defesa a ver passar a bola, e o “furacão” a furar e rematar forte para dentro da baliza sem ninguém a importunar a sua missão, chegando ao primeiro “hat trick” ao serviço do Sporting.
Na resposta, aproveitando alguma passividade de toda a equipa leonina, aproveitou a oportunidade que se deparou para marcar o que foi o golo de honra do Vitória, da autoria de Josué.
Último lance de perigo protagonizado para o Sporting surgiu aos 90+2’, com Montero a marcar um livre mas contra a barreira.
Um triunfo esclarecido, num jogo fácil de resolver, apenas porque a atitude dos jogadores do Sporting mudou. Para manter! Mais à frente se verá.
No Sporting destaque especial para Slimani e para o seu “municiador” (Jefferson), bem como João Mário, Adrien, Esgaio, Teo e Gelson, enquanto nos vimaranenses Douglas, Cafú, Josué, Valente, Dalbert e Montoya tiveram mais notoriedade.
Rui Costa (Porto), dirigiu os primeiros 50 minutos de jogo sem problemas de maior (a não ser o amarelo mostrado a a Montoya, que foi exagerado), enquanto Hélder Malheiro se “portou” bem no restante tempo em que teve que substituir o árbitro efectivo, a par dos assistentes Miguel Aguilar e João Silva, que quase não se deu por eles, com as equipas a alinharem do seguinte modo:
Sporting – Rui Patrício; Esgaio, Tobias, Naldo e Jefferson; João Mário, William, Adrien (Aquilani, 60’) e Bryan Ruiz (Gelson, 34’); Teo (Montero, 66’) e Slimani.
Vitória Guimarães – Douglas; Bruno Gaspar, João Afonso, Josué e Dalbert; Bouba Saré, Cafú e Tozé (João Pedro, 62’); Montoya (Licá, 35’), Valente e Tomané (Ricardo, 62’).
Disciplina: Vermelho directo para Bouba Saré (55’) e amarelos para Adrien Silva (19’), Montoya (32’), Bruno Gaspar (59’), Jefferson (67’), Gelson (68’), Dalbert (74’) e Licá (90+3’)
Artur Madeira
Resultados e Classificação (7ª jornada)
V. Setúbal, 1 – Estoril, 0; Tondela 1 – Moreirense, 1; Paços Ferreira, 3 – Nacional, 1; Académica, 1 – Marítimo, 0; Rio Ave, 1 – Boavista, 0; Sp. Braga, 0 – Arouca, 0; F. C. Porto, 4 – Belenenses, 0 e Sporting, 5 – Guimarães, 1. O União da Madeira-Benfica jogar-se-á mais tarde.
Na classificação F.C.Porto e Sporting lideram (17 pontos), seguidos pelo Rio Ave (14), Sporting Barga (13), Benfica (12), com menos um jogo; Estoril (12), Paços de Ferreira (11); V. Setúbal e Arouca (10); Marítimo, e Boavista (8), Nacional e Belenenses (7); União e V. Guimarães (6); Tondela (4), Moreirense e Académica (3).
Nos marcadores, Jonas continua líder (7), à frente de Suk e André Claro (V.Setúbal), Bruno Moreira (P. Ferreira) e Slimani (Sporting), com 5; Aboubakar (FC Porto), Dyego Sousa (Marítimo), Leo Bonatini (Estoril), Corona (FC Porto) e Bressan (Rio Ave), todos com três.
A próxima jornada terá lugar apenas entre 23 e 26 deste mês, com a realização dos jogos correspondentes à 8ª jornada, que são os seguintes: Nacional-Boavista, Marítimo-Paços Ferreira, Estoril-Rio Ave, V. Guimarães-Académica, Moreirense-V. Setúbal, Arouca-Tondela, Benfica-Sporting, FC Porto-Sp. Braga e Belenenses-União.