Ao iniciar o “debacle” da formação de Paços de Ferreira, com um golo inusitado, oportuno e de elevada nota técnica, Jonas acabou por ser também o que resultou no final, com a obtenção do seu segundo, terceiro de uma partida em o Benfica foi sempre superior.No entanto, que “abanou” algo a resolver por demorar tempo de mais a encontrar o caminho para a baliza contrária, algumas vezes por culpa própria, em que o individualismo de Gaitán se voltou a verificar mas cujo “produto final” só surgiu na última parte do encontro, até porque o que devia ser um marcador nato (Mitroglou) voltou a ficar-se nas “covas”.
Mas também é verdade que o jogo podia ter ficado decidido mais cedo se, logo na primeira jogada promovida pelo Benfica, ainda dentro do primeiro minuto, o ataque benfiquista marcasse golo no seguimento de uma jogada em nítido fora de jogo, em que o árbitro Auxiliar (Miguel Aguilar) não assinalou, aliás o que voltou a fazer por mais algumas vezes, felizmente sem que nada de tivesse afectado a verdade desportiva.
Apesar de dominar, o Benfica não conseguiu penetrar na bem organizada defesa do Paços, formada por sete jogadores (defesa e linha média), por culpa própria porque não soube aplicar o melhor sistema de jogo para este tipo de bloqueio.
Aos 13’, na marcação de um livre, Gaitán obriga Marafona a uma boa defesa, acossado por Jardel; aos 15’ Gaitán remata forte mas o guardião do Paços desvia por cima da barra e aos 16’ simulou uma grande penalidade, não tendo visto o respectivo cartão amarelo.
Só aos 20’ o Paços cria perigo junto da baliza de Júlio César, com Roniel a rematar forte mas ao lado, sendo que, dez minutos depois, Miguel Vieira, de cabeça, introduz a bola na baliza de Júlio César, na marcação de um livre por Christian, que não foi validade por se encontrar em situação fora-de-jogo, bem vista pelo árbitro auxiliar João Silva.
Se foi ou não a tónica para o Benfica “acordar”, a verdade é que no minuto seguinte a formação de Rui Vitória começou a desenhar o triunfo na Luz.
Depois de mais um ataque sem resultado, Jonas recolhe a bola a meio do meio campo do Paços, dá dois passos e chuta com o pé contrário a um destro, em estilo de folha seca, levando a bola a voar até à base interior da barra, que ajudou a anichar a bola no fundo da rede da baliza de um Marafona completamente incrédulo. Estava feito o 1-0 (33’).
O Paços tentou imitar e, na resposta, André Leal “colou” a bola aos pés, saiu da defesa, não houve ninguém que lhe fizesse frente e chegou rapidamente à grande área benfiquista, um pouco deslocado para a esquerda, de onde rematou forte mas com a bola a passar perto do poste direito da baliza de Júlio César, o mesmo sucedendo (35’) a um remate de André Leal, já depois do golo de Jonas, obtido entre estas duas jogadas dos visitantes.
A percentagem (67-33%) de posse de bola por parte do Benfica diz tudo, menos que a maior parte do tempo com a bola foi em passes demais e pouco acerto – por boa cobertura do Paços – nos poucos remates à baliza.
No segundo tempo, o Benfica entrou com “menos vontade” de jogar, parecendo querer segurar o golo de vantagem, que seria suficiente para ganhar o jogo, enquanto o Paços continuava a tentar chegar ao golo, mas Roniel (62’) voltou a atirar ao lado.
Sinal contrário veio d lado do Benfica que, num ápice (65’) chegou ao 2-0, no seguimento de um passe de Gaitán para o centro da área do Paços, onde Gonçalo Guedes, sem ninguém a marcá-lo, como que se limitou a empurrar a bola para a baliza, aumentando a vantagem e, como se viu depois, a acabar com a resistência pacense.
Depois de se saber que estiveram 45.276 espectadores na Luz, o que um número pouco visto nos dias de hoje, o que é muito bom, O Benfica esteve à beira do 3-0, quando Gonçalo Guedes rematou para a baliza mas encontrou na trajectória o corpo de Jonas, que lev ou a boa a desviar-se do caminho certo.
Terceiro golo que acabou por surgir logo a seguir (70’), de novo por Jonas – o homem do jogo – como que empurrando a bola para a baliza depois de um remate de Gonçalo Guedes ter sido devolvido pela defesa pacense e colocar-se a “jeito”, agora, do pé direito do avançado benfiquista.
Um bom ensaio para defrontar o Atlético de Madrid para a Liga dos Campeões, na próxima semana, em Madrid.
Além de Jonas, estiveram ainda em destaque Gonçalo Guedes, André Almeida, Gaitan, Nelson Semedo, Jardel e Júlio César, enquanto, no Paços, Marafona, Marco Baixinho, Helder Lopes, Christian, Roniel, André Leal e Miguel Vieira se salientaram dos restantes.
Rui Costa (Porto) acabou por fazer uma arbitragem sem grandes problemas, pese embora não tenha aplicado alguns amarelos que deviam ter sido, enquanto o auxiliar João Silva esteve bem e Miguel Aguilar este irregular, pelo menos por não ter assinalado dois ou três foras de jogo que podiam ter tido influência no resultado final.
Constituição das equipas:
Benfica – Júlio César; Nelson Semedo, Luisão, Jardel e Eliseu; Gonçalo Guedes (Carcela, 77’), Samaris (Talisca, 81’) e Gaitán; Jonas, André Almeida e Mitroglou (Raul Jimenez, 63’).
Paços Ferreira – Marafona; João Góis, Marco Baixinho, Miguel Vieira e Hélder Lopes; Romeu, André Leal e Christian (Fábio Martins, 68’); Roniel (Edson Farias, 63’), João Silva (Bruno Moreira, 74’) e Diogo Jota.
Disciplina: amarelo para João Silva (40’) e Marco Baixinho (78’).
Artur Madeira