Soe dizer-se que quando o jogo termina e existe um vencedor é certo e sabido que o vitorioso foi quem marcou mais golos, nem que seja apenas um, como ora se verificou no Sporting-Nacional que está segunda-feira encerrou a 5ª jornada e colocou o Sporting na liderança do campeonato a par do F. C. Porto.É uma verdade de “la palisse”. Difícil, quase sempre, é explicar como se chegou a esse resultado.
O Sporting dominou, teve mais tempo a bola em seu poder mas os golos é que tardam e, por vezes, não se marcam. E porquê? Porque a formação sportinguista continua a “abusar” das fintas até chegar à linha final (quando chega) ou à grande área, errando muitos passes e o deslocamento dos jogadores, em grande parte, não é feito com a precisão que devia ser, porque o abusar da “posse da bola” não resulta. Melhor: não tem resultado até agora, salvo uma ou outra rara excepção. É caso para dizer que a “nota artística” ainda não atingiu um patamar que possa “sossegar” os sócios e adeptos do Sporting, sempre em “pulgas” para sentir e apoiar os seus ídolos.
Fora do contexto mas com relação ao jogo, custa a acreditar que às 21 horas, com o jogo a começar, houvesse uma fila de associados e adeptos juntos à porta B (na ordem das duas centenas) que só começaram a ver o jogo pelas 21h15/21h20.
Na primeira parte, o domínio foi completo por parte do Sporting, se bem sem que nada de positivo (golo) surgisse, face aos “impasses” criados pelos próprios jogadores leoninos, a que se juntava uma defesa actuante e activa dos madeirenses, muito bem “arrumadinhos” e não deixando corredores abertos para que os jogadores do Sporting se infiltrassem, com especial relevo para Gelson, que foi autêntico “malabarista” da arte de tratar a bola mas que não deu quaisquer frutos.
O primeiro caso do jogo refere-se à expulsão de Sequeira (duplo amarelo sendo que no primeiro não houve falta que o justificasse, o eu se passou à meia hora de jogo, levando o Nacional a jogar apenas com 10 elementos até ao final da partida.
Ainda assim, levando sempre a melhor sobre os sportinguistas, que não conseguiram abrir os “corredores” indispensáveis para chegar à baliza de Rui Silva – um dos heróis do jogo – e marcar golo, apesar da tentativa feita por Jefferson (22’), que obrigou o guardião madeirense a defender superiormente.
Aos 31’ a já referida expulsão de Sequeira e aos 36’ até foi o Nacional que teve o golo à mercê, depois de um contra-ataque pela faixa central que Bonilha desperdiçou, ao demorar muito tempo até que o fez, quando Patrício nem sequer estava na baliza. E sobre os 45’, foi ainda o Nacional a criar perigo no seguimento de um livre marcado por Salvador Agras e que foi à figura de Patrício.
Quanto à arbitragem, foram detectadas duas infracções graves ao não marcar outras tantas grandes penalidades contra o Sporting, sendo que numa não houve razões para isso e na outra as dúvidas foram maiores e não houve oportunidade de verificar todos os ângulos.
No segundo tempo e aproveitando a superioridade numérica, o Sporting foi sempre o mais pressionante e até dominador, com o Sporting a tentar abrir o marcador, porque o tempo começava a escassear.
A reviravolta começou a surgir quando Montero e Carlos Mané (53’) e Carlos Manuel (64’) foram a jogo para construir a vitória. Que só chegou a cinco minutos do final, com o golo de Montero, na primeira vez que os “policiadores” não estiveram atentos, quiçá cansados demais para aguentar a tamanha pressão sportinguista.
Soltando-se da defesa, Montero captou a bola junto à linha da pequena área e rematou em jeito, para o canto mais longe em relação ao guarda-redes e fez o 1-0 que acabaria por ser o final.
Foi uma vitória sofrida, o espectáculo não foi por aí além, mas alguém tinha que ganhar.
Para gáudio dos 30.057 espectadores presentes.
No Sporting destaque para Jefferson, João Mário, Adrien, Naldo, Esgaio, Gelson, Carlos Mané e Montero, enquanto nos madeirenses o maior foi o guardião Rui Sila, seguido de perto por Zainadine, Aly Ghazal, Salvador Agra, Luís Aurélio, João Aurélio e Washington.
Fábio Veríssimo, de Leiria, dirigiu a partida dentro de uma bitola média, a par dos assistentes Pedro Felisberto e Rui Freire, com as equipas a alinharem do seguinte modo:
Sporting – Rui Patrício; Esgaio, Paulo Oliveira, Naldo e Jefferson; João Mário (André Martins, 76’), Adrien e Bryan Ruiz (Carlos Mané, 64’); Gelson, Slimani e Gutierrez (Montero, 53’).
Nacional – Rui Silva; Campos, Zainadine, Rui Correia e Sequeira; Washington, Aly Ghazai e João Aurélio; Salvador Agra (Willian (65’), Soares (Gustavo, 84’) e Luís Aurélio (Bonilha, 65’).
Disciplina: amarelo para Sequeira (26’), Paulo Oliveira (61’), João Aurélio (66’), Rui Silva (71’) e Bonilha (74)
Artur Madeira