Domingo 24 de Novembro de 0114

Milhão e meio para … Gaitán!

BenficaAstana_H0P1979Tal como se viu diante do Belenenses, Nico Gaitán foi o melhor do jogo, colocando uma vez mais em campo a sua maestria, ainda que tarde em relação ao que era esperado – o Astana não era equipa para criar problemas aos campeões nacionais (?) – mas lá acabou a surgir com a alma “lavada” no balneário., pelo que valeu o milhão e meio que o Benfica já angariou com esta vitória.

Depois de ter tentado tomar o controlo da “actividade” dentro das quatro linhas, a verdade é que o Benfica começou a adormecer, depois que sentiu que o Astana se apresentou muito “arrumadinho” no meio campo e na defesa, o tornou bem difícil a tarefa da manobra dos “artistas” benfiquistas, não só por isso mas porque insistiam muito em passes errados, sem controlo da bola, o que tornou a vida teoricamente mais fácil aos visitantes.

Se é verdade que, logo no primeiro minuto, Talisca rematou forte, de longe, à figura do guardião Eric, também se notou que foi o único remate (de jeito) feito pela frente benfiquista até aos vinte minutos, altura em que Gaitan rematou em jeito mas para bater na barreira que estava na sua frente.

Apesar de ter o domínio territorial, não houve muitas jogadas de perigo eminente, salientando-se um forte remate de Jonas (30’) mas que foi à figura do guarda-redes, na primeira vez que ficou livre dos adversários que o marcavam e que foi a melhor oportunidade para os benfiquistas.

O perigo só surgiu quando (44’), num contra-ataque rápido, Jonas remata com a bola algo “enrolada”, que obrigou o guardião astanense a uma defesa de recurso, estando todo inclinado para a direita e a bola a seguir para a esquerda, conseguindo esticar perna esquerda, enviando a bola para fora da zona de perigo.

No segundo tempo, como se referiu o Benfica entrou com nova “alma”, mas não se livrou de um susto que até podia ter dado golo para o Astana.

Entrado na equipa – substituindo o lesionado Kabananga – no início do segundo tempo, Schetkin, entre Luisão e Jardel, conseguiu chegar à pequena área e rematar para o poste mais longe (da direita para a esquerda) indo a bola bater no poste, no que foi a melhor oportunidade de golo no jogo até esse momento.

Talvez fosse este o momento em que os jogadores de Rui Vitória terão percebido que, afinal, o Astana nada tinha de uma equipa tipo “padeira” ou “pasteleira” e que estava ali para discutir o resultado até onde pudesse ser, porquanto se sabia que o Benfica tinha muito mais qualidade e mais estrelas a brilhar.

Tal dito, tal feito. Cinco minutos depois do início da segunda parte, o Benfica abriu o activo, num magnífico golo de Gaitán (quem podia ser?), no seguimento de uma jogada por ele gizada, a defesa “escancarou” o caminho e Nico foi por aí fora, contornando um, mais outro e ainda outro para chegar só defronte a Eric e meter a bola na baliza sem apelo nem agravo. Também foi a jogada da noite.

A partir daqui, começou a quebra anímica, logo física também, dos visitantes, agravada com o “forcing” que o Benfica entendeu começar a fazer, com Nélson Semedo (55’) a entrar pela direita até quase à linha final e centrar milimetricamente para a cabeça de Mitroglou que cabeceou para o lado do poste mais longe, com a baliza “escancarada”.

E cinco minutos depois, no corolário do “pressing” feito até aí (61’), o Benfica chegou ao 2-0. Numa bela (e artística) jogada pela esquerda, da autoria de Eliseu, que avançou por aí fora e centrou rasteiro para o grego – que pareceu estar em fora de jogo – fazer o 2-0 com um pequeno toque, uma vez que não tinha ninguém à frente.

Aos 64’, Shomko chegou perto da grande área, rematou forte mas a bola foi ao lado, enquanto Gaitán (67’), sempre ele, chegou junto do guardião adversário e tentou fazer um chapéu (que ficou mal feito) porque Eric defendeu com facilidade.

A partir daqui, com uma boa vantagem e com o jogo a andar rapidamente para o fim, o ritmo foi amornando, só retornando quando, aos 87’, Mitroglou teve outro rasgo e passou a bola a Eliseu que a endossou para Jimenéz, que entrara alguns minutos antes, que não soube dar o melhor caminho (baliza) à bola.

Um 2-0 que se aceira perfeitamente, porquanto foi a melhor equipa em campo. Mesmo que fosse por 1-0, o triunfo seria justa mas podia dar problemas quando de um eventual desempate que surgisse no final do grupo.

Com este triunfo, o Benfica e o Atlético de Madrid passaram a liderar o grupo, ambos com três pontos. E candeia que vai à frente alumia sempre mais … e melhor”.

Daqui a quinze dias se verá como vai ser o “andamento” do combóio para a final.

 

Gaitán foi o rei do jogo, como se salientou, mas também merecem destaque Mitroglou, Jonas, Eliseu, Gonçalo Guedes, Nélson Semedo, Luisão e Talisca.

No lado do Astana, relevo para o guardião Eric, Kabananga (apenas na primeira parte), Zhukov, Postnikov, Shomko, Maksimovic, Anicic e Dzholchiyev.

O árbitro grego, Tasos Sidiropoulos não teve problemas de qualquer espécie, pese embora uma ou outra falha dos seus assistentes, numa exibição positiva.

Registe-se que na Luz estiveram cerca de 32.500 espectadores, o que que foi muito bom.

Constituição das equipas:

Benfica – Júlio César; Nelson Semedo, Luisão, Jardel e Eliseu; Gonçalo Guedes, Samaris (Fejsa, 84’), Talisca (Jiménez, 76’) e Gaitán; Jonas (Pizzi, 71’) e Mitroglou.

Astana – Eric; Ilic (Dedechko, 90+2’), Postnikov, Anicic e Shomko; Dzholchiyev (Beysebekob, 80’), Cañas, Maksimovic e Kethevoama; Zhukov e Kabananga (Schetkin, 45’).

Disciplina: amarelo para Anicic (20’), Dzholchiyev (22’), Samaris (39’), Gonçalo Guedes (45’), Zhukov (77’) e Jardel (82’).

Artur Madeira

 

 

 

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