Com os três grandes a ganharem – com maior ou menos dificuldade – as partidas da primeira ronda, iniciou-se o 82º Campeonato de Nacional de Futebol, de há alguns anos a esta parte baptizado por Liga Profissional, a que se começou a “acoplar” o no nome do “sponsor” principal, cumprindo a legislação portuguesa, europeia e mundial.
Apesar de não ocuparem os três primeiros lugares da classificação, por via dos resultados obtidos no conjunto dos nove jogos efectuados, é certo e sabido que F. C. Porto Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal são os principais – senão únicos – candidatos a mais um título de campeão. O que não dispensa um putativo “outsider”, como se verificou em 2000/2001, quando o Boavista conquistou, contra todas as expectativas, o seu primeiro e único título de campeão nacional.
E como estamos em maré de recordar, num breve balanço dos últimos vinte anos, o F. C. Porto é o líder incontestado – concluídos que foram os prazos legais de impugnação – ao ter ganho por 13 vezes, contra as quatro vitórias do Benfica, duas do Sporting e uma do Boavista.
Se referirmos os últimos quinze anos, o Porto somou 9, o Benfica, 4, Sporting e Boavista um cada. Na última década, o Porto somou sete e o Benfica três. Mais recente, nos últimos cinco anos, o Porto ganhou três e o Benfica dois, mantendo sempre a supremacia.
O presente campeonato pode funcionar com o da viragem – mais ou menos histórica – que seria o Benfica, num prazo quinquenal, passar a liderar os últimos cinco anos. Dados que ficam para se poder chegar a Maio de 2016 e confrontar com a então realidade no final do campeonato.
Mas, relativamente a esta jornada inaugural, Benfica e Sporting encontraram obstáculos que talvez não esperassem, em especial os leões que, ante um Tondela aguerrido, viu-se da “cor” dos gatos para vencer, pese embora tenha dominado por completo o jogo.
Foi preciso uma grande penalidade, precedida de um irregular lançamento de linha lateral (é inacreditável a posição, em termos de visão, do árbitro auxiliar – porque a olhar para o molhe de jogadores e não para o lançador da bola, que era a sua função), para chegar ao triunfo, depois de outra asneira grave, neste caso mais do árbitro – porque o lance passou-se na pequena área de Rui Patrício e junto ao seu poste direito – porque validou um golo que foi marcado com a mão e o braço. O árbitro auxiliar talvez não tenha visto, porque longe e, se viu, o “chefe” tem sempre razão e não deu qualquer sinal.
Por “susto” maior passou o Benfica – embora tenha vencido por 4-0 – ante um Estoril que aposta sempre a “retardar” que o Benfica marque. Por curiosidade, o facto de o Benfica resolver a seu favor os jogos nos minutos finais, parece ter ficado na Luz, já que com Jorge Jesus isso se verificou muitas vezes, pondo os “cabelos em pé” aos associados e adeptos benfiquistas. Será mais um estilo do anterior técnico para manter?
Por outro lado, não fora a actuação de Júlio César, ao parar duas bolas que levavam selo de golo quando o resultado estava em branco, e a coisa podia ter ficado “preta” para um Rui que podia ter visto fugir a Vitória para uns sempre difíceis canarinhos.
O F. C. do Porto esperou menos para encontrar o caminho para a vitória – “ajudando” a colocar em risco a continuidade do técnico do Vitória de Guimarães – enquanto o Sporting de Braga sofreu quase até ao final para atingir os três pontos e o Belenenses, com dois golos de vantagem, permitiu-se deixar empatar, o que foi um “tiro no escuro” quanto ao futuro.
No “mesmo” campeonato (a meio-baixo da tabela) o União venceu os conterrâneos do Marítimo pela margem mínima; o Setúbal não foi além de um empate caseiro frente ao Boavista e a surpresa, ou talvez não, foi a vitória do Arouca no campo de Moreira de Cónegos, o que parece demonstrar que o “defeso” provocou alguns dissabores.
O Paços de Ferreira e a Académica fecharam a ronda número um, tendo os da cada vencido por 1-0, golo obtido por Roniel aos 43’, partida que acabou com dois jogadores expulsos, um poara cada lado.
Nos 29 golos marcados (um excelente princípio de campeonato neste aspecto, salientando os seis alcançados no restelo), saliente-se o benfiquista Jonas, que foi o único a bisar, assumindo a liderança dos melhores marcadores.
Resultados: Tondela, 1 – Sporting, 2; Belenenses, 3 – Rio Ave, 3; FC Porto, 3 – V. Guimarães, 0; União, 2 – Marítimo, 1; V. Setúbal, 2 – Boavista, 2; Moreirense, 0 – Arouca, 2; S. Braga, 2 – Nacional, 1; Benfica, 4 – Estoril, 0 e Paços Ferreira, 1 – Académica, 0.
A próxima jornada inicia-se na sexta-feira com o encontro entre o Rio Ave-S. Braga (20h30); prossegue no sábado com os jogos Sporting-P. Ferreira (18h30) e Marítimo-FC Porto (20h45); segue no domingo com as partidas Boavista-Tondela, V. Guimarães-Belenenses, Nacional-União, Estoril-Moreirense (17h00) e Arouca-Benfica (19h15) e finaliza na segunda-feira com o Académica-V. Setúbal (20h00).