A cidade de Bragança, no nordeste transmontano, foi o palco da chegada da primeira etapa em linha da Volta a Portugal Liberty Seguros, tendo o espanhol Vicente Garcia de Mateos batido ao “sprint” o grande pelotão que o acompanhava.
Na que foi a primeira e a mais longa etapa da Volta, numa chegada em bloco para um primeiro pelotão com cerca 40 elementos, o espanhol da formação do Louletano-Ray Vicente de Mateos conseguiu bater pela diferença mínima, o algarvio Samuel Caldeira (W52-Quinta da Lixa) e o italiano Davide Vigano (Team Idea 2010 ASD), todos com o mesmo tempo
Mateos (26 anos) e profissional há seis anos, soube marcar mais alguns pontos e passar a liderar a Camisola Vermelha BIC da classificação por pontos. O Camisola Amarela, o belga Gaetan Bille (Verandas Willems Cycling Team), terminou com o tempo do vencedor, integrado no pelotão, e apesar das dificuldades manteve o comando da prova. Nas contas entre os primeiros classificados, Gustavo Veloso (W52-Quinta da Lixa) manteve o segundo lugar a três segundos de diferença e Samuel Caldeira surge agora na terceira posição a 15 segundos do primeiro.
Na festa de Bragança, que há 15 anos não recebia a Volta a Portugal, mereceu também honras de pódio para Hector Benito (Caja Rural-Seguros RGA). O espanhol vestiu a Camisola Branca RTP, símbolo que premeia o melhor jovem em prova e recebeu igualmente o Prémio Kombinado Kia. Desaparecido do palmarés da Volta a Portugal desde 2000, este prémio regressa agora para brindar o vencedor do somatório da pontuação nas diversas classificações da prova.
A Serra de Bornes, onde um Prémio de Montanha de 2ª categoria prometia causar grandes dificuldades, era o maior obstáculo do dia além da longa quilometragem. Na subida o grupo dos cinco fugitivos começou a desintegrar-se depois de 90 quilómetros juntos. O quinteto transformou-se em trio e foi o português Bruno Silva quem assumiu a posição de maestro. Já com uma vitória amealhada no primeiro Prémio de Montanha, em Via Nova de Foz Côa, o corredor da LA Alumínios-Antarte venceu no alto de Bornes, e assumia, desde logo, a Camisola Azul Fundação do Desporto. A 45 quilómetros da meta, Alberto Gallego (Rádio Popular-Boavista) decidiu deixar para trás os companheiros de fuga e atacou. Resistiu até à primeira passagem pela meta quando restavam 14 quilómetros para o fim da etapa. Esta “teimosia” valeu-lhe o Prémio de Combatividade Conselheiros da Visão.
Pedaladas cumpridas, o espanhol, primeiro a cortar a meta, subiu à balança ainda antes de ser brindado no pódio. Estranho? Não! É a iniciativa “Portugal é Nobre”. Diariamente o peso do primeiro corredor a cortar a linha de meta é convertido em produtos oferecidos pela NOBRE a uma Instituição de Solidariedade Social selecionada por cada município que recebe os finais de etapa da Volta.
Em termos colectivos, a liderança é da W52 com 13.53,00, estando a onze segundos a Caja Rural Seguros, enquanto o terceiro lugar é ocupado pela LA-Alumínios, a 32 segundos. Nos pontos, o vencedor da etapa desta quinta-feira reforçou o comando, agora com 25 pontos, à frente de Samuel Caldeira (20) e Davide Vigani e terceiro, com 16 pontos.
Em paralelo, corre-se a prova de juniores, com parte do percurso aser partilhado com a Volta dos profissionais e os locais de chegada são exactamente os mesmos terminando os mais novos as etapas cerca de duas horas antes. Esta quinta-feira os mais novos tiveram também a primeira tirada.
Se o Nordeste Transmontano já estava animado ao receber a Volta das elites, a versão júnior com 170 “esperanças” veio colorir ainda mais as estradas deste “cantinho” de Portugal. São 27 equipas participantes. No primeiro dia, depois de 98,5 Km, que começaram em Vila Nova de Foz Côa, a chegada foi discutida ao sprint, com o espanhol Pablo Montes (Disgarça) a ser mais forte.
A segunda etapa da Volta, esta sexta-feira, com partida marcada para as 12h30, representa mais um regresso à competição, porquanto Macedo de Cavaleiros será o ponto de partida para os difíceis 175,6 Km que vão terminar no alto da Serra do Larouco, em Montalegre, a 1525 metros de altitude.
À semelhança do ano passado, o Larouco deverá ser alcançado a baixas temperaturas e com aguaceiros. Se o início da etapa será percorrido com cerca de 28 graus de temperatura máxima, por volta das 17h15, quando se aproximar o final da tirada, o termómetro já terá “arrefecido”.
A Serra do Larouco, cuja inclinação máxima ronda os 10% e a média de declive são 4,9%, fará o “acolhimento” dos corredores com temperaturas a rondar os 11 e os 14 graus. As quatro contagens para o Prémio de Montanha, a última de 1ª categoria coincidindo com a meta, no segundo ponto mais alto de Portugal continental vão certamente animar e determinar uma nova liderança na competição.