Apesar de o Benfica ter aberto o activo ao minuto seis, a verdade é que o guardião benfiquista acabou por ser o herói do jogo ao salvar, entre os 15 e os 17 minutos, dois golos com origem em remates “certificados” mas que defendeu superiormente.
Bem se pode citar se “a minha mãe ainda não morresse, hoje estava viva”, também serve para a situação em que, na verdade, Júlio César fez o que devia, porque é tem a missão de, em última instância, não deixar fazer golos.
Só que, como se sabe e se isso acontecesse, o Benfica poderia ter tido mais dificuldades para chegar a um triunfo tão dilatado – apesar de sempre na dianteira do marcador – até porque no último minuto do jogo o guardião benfiquista ainda viu uma bola bater no poste e não entrar.
Se bem que marcasse um golo cedo (6’, por Lima, na sequência de um lançamento de linha lateral em que a defesa madeirense foi lenta demais) e que podia ter chegado ao segundo aos 12’ num remate em jeito de Lima, a verdade que depois desta arrancada como que “se escondeu” pelo meio campo, dando espaço para o Marítimo criar perigo e colocar à prova Júlio César dado que os defesas “abriram” demasiados corredores para Alex Soares, Danilo Pereira e Marega, este por várias vezes (numa até deu golo), rematarem à vontade.
Tanto que (31’), o referido Marega mandou a bola para o fundo da baliza de Júlio César, com um remate/centro de longe para a área, onde surgiu Danilo Pereira a tentar chegar à bola e o guardião benfiquista perdeu a noção da direcção da bola, que foi anichar-se lá dentro. Estava feito o empate.
Danilo Pereira (35’) voltou a rematar e encontrou Jardel a desviar a bola para canto quando se dirigia directamente para a baliza, não se sabendo o que poderia ter acontecido.
Jonas, que procurava ultrapassar o portista Jackson Martinez nos melhores marcadores, só aos 39’ fez o primeiro remate à baliza de Wellington com a bola a sair por cima. Mantendo uma toada mais forte nos últimos minutos da primeira parte, o Benfica chegou ao 2-1, desta vez com Jonas, lançado por Salvio, rematar pela certa e recolocar o Benfica a vencer.
Ainda assim, Júlio César teve que voltar a aplicar-se (44’) para defender um forte remate de Marega, depois de Jardel não ter sido capaz de resolver o assunto antes.
As estatísticas, sempre curiosas, referiram que até foi o Marítimo a rematar mais (19) à baliza do que o Benfica (9). Mas o que conta são os golos que se marcam e não há volta a dar.
No segundo tempo, manteve-se o ataque e o contra-ataque das duas equipas, em bom ritmo, tendo Jonas (54’) operado uma jogada individual de grande categoria, deixando alguns adversários pelo caminho e fazendo como que um chapéu a Wellington mas com a bola a sair ao lado do poste mais longe.
A pressão benfiquista aumentou e Lima e Talisca criaram perigo para (59’) Lima voltar a marcar e chegar ao 3-1, depois de Maxi Pereira se ter isolado e centrado para o número onze fazer o golo.
A partir daqui, notou-se uma quebra dos madeirenses a o 4-1 podia ter chegado alguns minutos depois (67’), quando Lima, apenas frente ao guardião, passa para o lado e Jonas rematou para o golo. Não foi validado pelo árbitro assistente que indicou fora-de-jogo, “tirado” por milímetros, improváveis de confirmar em tempo real.
Silvio (69’) fez um remate forte para o Wellington defender bem – quando se soube que estavam 60.532 espectadores no Estádio da Luz – seguindo-se um período ainda com despiques de um e de outro lado, mas sem resultar em golo.
O que acabou por acontecer ao minuto 83, quando Jonas, numa jogada rápida, bem servido por Salvio, atirou para o 4-1, que foi o resultado final, pese embora Fransergio (90+5’) atirasse um petardo que fez abanar o poste da baliza de Júlio César.
Um triunfo que não merece qualquer contestação, se bem que algo dilatado em relação ao jogo-jogado por cada equipa. Quatro golos, três pontos mais, sendo pena que Jonas tivesse ficado a um golo de ser o melhor marcador da competição.
Destaque para Júlio César, Luisão, Samaris, Maxi Pereira, Eliseu, Gaitan, Jonas e Lima, enquanto no Marítimo se destacaram Wellington, Bauer, Alex Soares, Danilo Pereira, Marega, Raul Silva e Xavier.
Nuno Almeida e seus pares (Luís Ramos e Pais António), cometeu alguns erros mas de pouca monta, tendo tido uma actuação positiva
As equipas:
Benfica – Júlio César; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Eliseu (Silvio, 60’); Salvio (Mukhtar, 74’), Samaris e Gaitan; Jonas, Pizzi (Talisca, 45’) e Lima.
Marítimo – Wellington; Briguel, Bauer, Raul Silva e Rúben Ferreira (Igor Rossi, 79’); Alex Soares (Eber Bessa, 71’), Danilo Pereira e Bruno Gallo; João Diogo, Marega, Xavier (Fransergio, 81’).
Amarelo para Ruben Ferreira (45’) e João Diogo (89’).
Artur Madeira