A pista do Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja – sua terra natal – apresenta um estado de deterioração de elevado grau, atendendo ao facto de grande parte do revestimento sintético não existir.
Atleta olímpico, recordista mundial e europeu dos 10.000 metros, vencedor das taças dos campeões europeus de corta-mato e em meetings de alto gabarito internacional, para além de ter detido os títulos e recordes nacionais dos 800 à dupla légua, Fernando Mamede merece continuar a ser recordado e respeitado no país que o viu nascer, pese embora os problemas de saúde por que tem passado.
Com a crise que se verifica, é pouco provável que venha a ser reparada (se o vier a ser) a curto prazo – as entidades autárquicas de Beja continuam também à espera de melhoramentos há muito previstos, como acessos directos à malha exterior da cidade e concelhos vizinhos – o que origina o esquecimento do que Mamede constituiu para o distrito e, em especial, para o país, nos seus áureos anos de atleta de eleição.
É pena que assim aconteça. Cada vez menos a história tem … história. Só se vive com o presente, sem perspectiva o futuro e sem ter tempo para reforçar o papel que este pequeno país à beira mar plantado fez por todo o mundo há mais de quinhentos anos.
Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e tantos outros – que deram novos mundos ao mundo – já foram. E poucos se dispõem a mostrar aos pressentes quão importante foi o papel que tiveram na História de Portugal e no Mundo.