Numa partida que previa altamente electrizante, porquanto estava em jogo – e continua a estar – um passo largo no caminho do título seja para o Benfica fosse para o F. C. Porto, aliás as únicas que equipas que lá podem chegar, a verdade é que de futebol e emoção, pouco se viu.
Aliás, a única coisa que estava afinada – o que até parece inacreditável neste tipo de jogos entre os chamados grandes – foi a equipa de arbitragem que, porventura, terá “salvo” o jogo de factores “antinaturais”, pese embora se realce o também excelente comportamento dos jogadores de ambas as formações em campo.
Em termos de futebol, para quem queria vencer, muito pouco. Em especial no decorrer da primeira parte, onde o futebol passava mesmo ao lado, porquanto a bola só se movimentava entre a primeira parte dos dois meios campos.
O sistema táctico do Benfica, com um 4-1-3-2 ou um 5-3-2, tal como o F.C. do Porto (no 4x4x2) correspondeu a uma superioridade das linhas defensivas e médias de um e outro concorrente, com os respectivos guarda-redes a serem uns meros espectadores (colaborando por vezes) e com os avançados perfeitamente bloqueadas do meio de “tantas pernas”.
Assim sendo, nada passava para o ataque, motivo pelo qual as estatísticas apontaram apenas dois remates para o Benfica e um para o F.C. do Porto, à baliza do adversário. Quase se pode chamar uma média “negativa” para a importância do resultado final, isto num total de onze remates (6-5). Todos os caminhos estavam como que bloqueadas pela acção das zonas defensivas e médias das duas equipas, pelo que Lima e Jonas, passaram em “claro”, tal como Jackson e Brahimi o mesmo também se sucedeu.
Ninguém arriscou e a opção tomada foi a de fazer rolar a bola, circular por todos os “quadrados” do relvado, mas sem poder avançar para cada baliza por força da acção das linhas atrasadas de cada uma das equipas. Na prática, isto passou-se ao longo dos primeiros 45 minutos de jogo.
As poucas excepções sucederam Jonas fez um remate de longe que Helton segurou (28’) e a grande oportunidade que os portistas criaram, num aproveitamento de um ressalto de bola, com Jackson a atirar forte mas muito acima da barra da baliza de Júlio César.
O Porto foi a equipa mais esclarecida (numa vantagem mínima de posse de bola de 52-48%), mas não conseguiu sair das linhas atrasadas para as linhas avançadas e chegar ao golo, apesar de ter estado perto na jogada que se referiu no parágrafo anterior. A vontade de cada uma das equipas também não parecia ser muita explícita, podendo classificar-se a primeira parte como de emoção mas com pouca razão.
No tempo complementar, a disposição foi completamente diferente, para que contribuíram as substituições efectuadas e até a necessidade de se mudar de o sentido de jogo porque o que aconteceu na primeira ronda foi muito mau. Com as mexidas, novas tácticas e a movimentação foi diferente, para melhor, ainda que o nulo se mantivesse até final da partida.
A reentrada (48’) foi feita com um remate, ainda que fraco, de Herrera à figura de Júlio César, tendo Talisca, no minuto seguinte feito a mesma coisa, repetindo a dose dois minutos depois quando cabeceou para fora. Aos 53’ foi Lima que rematou forte mas Maicon desviou a bola, tendo os portistas ripostado por Jackson, que não chegou à bola a tempo e a jogada perdeu-se. Aqui (60’) já se contabilizavam 31 faltas, o que é falta a mais.
O Porto passou a tomar conta do jogo e Danilo marcou um canto para a cabeça de Jackson, tendo a bola subido de mais, tendo o Benfica respondido com uma avançada pela direita, onde surgiu Pizzi a rematar para uma defesa suave de Helton.
Com o jogo mais aberto, nem por isso se criaram muitas oportunidades de golo, mas bateu-se o recorde de espectadores na Luz (61.895), que recolheu a visita de 63.534, na maior moldura humana da presente época (a seguir ao Benfica-Sporting, na terceira jornada).
Na parte final e no caminho para as cabinas voltaram as “picardias” Jorge Jesus/Juan Lopetegui. Escusado. mas certas pessoas teimam em demonstrar o seu “mau feitio”.
Um resultado que se aceita, castigando um e outro, faltando saber o que vai acontecer nos próximos jogos quanto à definição do campeão nacional.
Saliência, ainda assim, de Luisão, Samaris, Maxi Pereira, Eliseu, Gaitan, Jardel, Luisão e Lima, enquanto no Porto se destacaram Danilo, Maicon, Helton, Ivan Ricardo, Marcano, Maicom, Jackson Martinez e Alex Sandro.
Jorge Sousa e seus pares (Bertino Miranda e Álvaro Mesquita) esteve bem ao longo de toda a partida na quase totalidade de aspectos, pautando-se por uma excelente exibição.
As equipas:
Benfica – Júlio César; Maxi Pereira, Luisão, Samaris, Jardel e Eliseu; Talisca (Fejsa, 77’), Pizzi (André Almeida, 80’) e Gaitán; Jonas (Ola John, 90+1’) e Lima.
F.C.Porto – Helton; Danilo, Maicon, Marcano e Alex Sandro; Ruben Neves (Herrera, 45’), Evandro (Hernani, 64’), Casemiro e Óliber; Jackson e Brahimi (Quaresma, 55’).
Amarelo para Eliseu (18’), Nico Gaitan (23’), Danilo (47’), Quaresma (58’), Jackson (61’), Marcano (72’), Fejsa (77’), Júlio César (86’) e Maicon (90’).