Com a obtenção de três golos em dezoito minutos, o Benfica desbaratou por completo uma Académica que se apresentou na Luz com uma nova roupagem “técnico-táctica” que foi “trucidada” num ápice.Tal facto tendo como base um alto ritmo apresentado pelos comandados de Jejus – que “arrasaram” tudo e de toda a maneira – ante uma defesa sempre à “nora” a maior parte do tempo de jogo, que nem sequer foi disfarçada com a marcação do golo de honra no quase único remate feito à baliza de um Júlio César mais ou menos às “moscas”.
Vindo de um conjunto de resultados positivos (sem derrotas) alcançados nas últimas jornadas, José Viterbo, o técnico responsável pela formação coimbrã depressa se deu pelo “fracasso” da estratégia montada ao longo da semana para tentar “ombrear” com o campeão em título, o que o levou a trocar Aderlan por Lucas Mineiro ao vigésimo minuto (depois dos três golos sofridos), muito embora poucas melhoras houvesse.
Com os corredores fechados, com a pressão do Benfica ainda no seu meio campo, os estudantes pouco espaço tiveram para criar perigo e chegar à baliza de Júlio César, não admirando a mão cheia de golos que sofreu, no que foi a derrota mais expressiva dos últimos cinco encontros efectuados na Luz desde Dezembro de 2009.
Na prática, num jogo que acabou por ser simples em todos os aspectos – na parte disciplinar apenas se registou um cartão amarelo e a “pedido” de Maxi Pereira, à “bebida” do quinto amarelo, que aproveitou agora, descansando no Restelo, na próxima jornada a tempo de poder defrontar o Porto – fica apenas a história dos golos.
Entrando a cem à hora, o Benfica teve a primeira oportunidade aos 4’, quando Pizzi, de longe, atirou ao lado do poste, no que foi o primeiro sinal para que, três minutos depois, surgisse o primeiro golo, da autoria de Jardel. Com o espaço todo aberto, Pizzi conduziu a bola até perto da grande área, quando centrou para a pequena área onde, de rompante, surgiu Jardel a saltar mais alto e cabecear para o 1-0.
Depois deste primeiro tónico, o segundo chegou mais quatro minutos (11’), quando André de Almeida centra largo para a área onde, tal como Jardel o tinha feito, surgiu um “diabo” chamado Jonas a antecipar-se ao defesa e cabecear para o 2-0 sem apelo nem agravo, tal eram os “buracos” existentes junto à baliza de um Cristiano incrédulo e impotente para resolver fosse o que fosse.
O terceiro golo surgiu de uma grande penalidade assinalada pelo árbitro do jogo numa pretensa falta de Iago sobre Lima, junto à parte interna da linha de grande área, o que deixou algumas dúvidas. Houve protestos mas a decisão de Luís Ferreira era para cumprir. Chamado a marcar, Lima não perdoou. Cumpriu-se o décimo oitavo minuto de jogo e os estudantes ficaram de “gatas”, só conseguindo ganhar um pontapé de canto aos 27 minutos.
Antes do intervalo, Samaris teve ainda oportunidade de marcar mas o potente remate efectuado foi directamente para o peito do guardião, ressaltando para jogo mas os defesas afastaram o perigo.
No tempo complementar, a toada benfiquista (com a Académica a apresentar uma nova “pedra”, entrando Ofori para o lugar de Magique) manteve-se e Jonas (52’), faz o bis numa bela jogada iniciada em Gaitan, passa Jonas que endossa a Salvio e que a devolve ao mesmo Jonas – sem defesas por perto – para atirar a bola para o fundo da baliza de Cristiano, no que foi o 4-0.
Nos dez minutos seguintes (até aos 60’), Jonas, Salvio e Gaitan ficaram perto de voltar a marcar mas, a partir daí a formação, o Benfica entrou em “descompressão”, o que levou a Académica a aproximar-se mais vezes da baliza de Júlio César.
Numa delas, surgiu o golo de honra, com Rafael Lopes (79’) a, no seguimento de um cruzamento do lado contrário, dominar a bola e rematar de imediato para a baliza do guardião benfiquista algo surpreso com a jogada e o remate que colocou o resultado em 4-1.
Para fechar com felicidade, Fejsa – que regressou após quase um ano de paragem por lesão – fez o gosto ao pé (82’) ao roubar a bola a um adversário, avançar para dentro da área estudantil e desferir uma autêntica “bomba” que levou a bola ao fundo da baliza.
De registar ainda que estiveram na Luz 56.197 espectadores, no que foi a terceira maior enchente da presente época (depois dos 61.895 com o Sporting, na terceira jornada, e dos 60.222 frente ao Sporting de Braga, na 25ª ronda).
Um resultado que se justificou face à dominação benfiquista ao longo de todo o jogo, ante uma Académica “descaracterizada”.
Jonas (pelos dois golos e por muito mais que fez) foi o melhor benfiquista, bem acompanhado por Samaris, Nico Gaitan, Salvio, Jardel, Maxi, Pizzi e André Almeida, enquanto Ricardo Esgaio, Fernando Alexandre, Oualembo, Rafael Lopes e Cristiano se destacaram na Académica.
Luís Pereira esteve bem ao longo de toda a partida fazendo-se uma ressalva em relação à grande penalidade, assim como os assistentes Alfredo Braga e Luís Cabral.
As equipas:
Benfica – Júlio César; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e André Almeida; Salvio (Ola John, 72’), Samaris (Fejsa, 60’) e Gaitán; Jonas (Jonathan, 86’), Pizzi e Lima.
Académica – Cristiano; Aderlan (Lucas Mineiro, 20’), João Real, Ruicardo Nascimento e Oualembo; Iago, Magique (Ofori, 45’) e Fernando Alexandre; Ricardo Esgaio, Rafael Lopez e Hugo Sêco (Ivanildo, 73’)
Amarelo para Maxi Pereira (78’).
Artur Madeira