Com uma entrada pressionante que durou quase toda a primeira parte – 4-0 foi o resultado verificado até aos 34’ – bem se pode dizer que os canarinhos deixaram muito a desejar relativamente ao que se podia esperar e a quem, outrora, fez perder o título ao Benfica.Na comemoração do 111º aniversário do seu nascimento, sem dúvida que a exibição e o expressivo resultado conseguido – o melhor da presente época – vão ficar na memória dos 46.712 benfiquistas presentes na Luz, número sem dúvida de grande significado.
Com uma dinâmica “arrasadora”, com uma certeza nos passes, com a finalização em alta percentagem e com uma pontinha de sorte pelo meio, a actuação do Benfica deste domingo demonstrou que o caminho para o título – se nada de anormal surgir nos “entretantos” – está bem aberto.
Funcionando, tacticamente, num sistema harmonioso – de harmónio com todas as teclas (jogadores) a funcionarem quase em pleno e sempre em movimento – o Benfica construiu um resultado inusitado para os dias de hoje (que não impossível), onde apenas Artur quase não se “viu”, dado que o trabalho que fez foi pouco mas bom, mas com Kieszek (guardião estorilista) a “roubar” vários golos aos benfiquistas.
Com os defesas – à esquerda e à direita – a fazerem de alas, em especial Maxi Pereira, com uma linha média onde Salvio, Pizzi e Gaitán “trataram” de tudo a seu bel-prazer, e culminando num dueto entre Jonas (que bisou) e Lima, pouco faltou para a perfeição total, recordando que foi Luisão o autor do princípio do fim do Estoril ao obter o primeiro golo da partida, ent4rando de forma fácil no espaço que devia estar guardado por um central semelhante, que não existia mas não estava no sítio nesse momento.
Posto isto, parece estar tudo dito quanto à justeza do triunfo benfiquista, que começou a marcar aos 16’, com o tal golo de Luisão, de cabeça, no seguimento da marcação de um pontapé de canto, onde o central benfiquista entrou de rompante.
Sempre a funcionar num ritmo elevado, Salvio (25’), a passe de Lima, fez o 2-0, com o médio a sair detrás do defesa sem que este desse por isso.
Apesar da supremacia do Benfica, o Estoril tentou, por algumas vezes, tentar chegar à baliza de Artur, como aconteceu aos 22’, com Taira a fazer um “meio chapéu” ao guardião encarnado, mas que passou por cima da trave.
Dez minutos depois (30’), o 3-0. Na ressaca de um alívio da defesa canarinha, a bola chegou a Pizzi que, a cerca de 25 metros, rematou em forma de “folha seca” mas com a força suficiente para que a bola entrasse na baliza, como que seguindo um corredor aéreo aberto especialmente com as coordenadas da direcção da bola. Um golo de belo efeito e que “desbaratou” por completo a formação de Couceiro.
Tanto que, no minuto seguinte, o Benfica chegou ao 4-0. Na parte final da jogada, a bola saiu dos pés de Lima para Maxi Pereira se desmarcar para a linha final, onde fez o passe de morta para Jonas, que se antecipou ao defesa que o cobria e empurrou a bola para dentro da baliza, com toda a defesa dos canários a ver passar a banda.
No segundo tempo, o Estoril entrou mais subido, dando mais trabalho ao Benfica que, ainda assim e sem a dinâmica tida no primeiro tempo, continuou a controlar e a coordenar todos os movimentos dentro das quatro linhas, despreocupado com o que o Estoril pudesse fazer, porque tinha tudo estudado.
E aproveitando mais um erro defensivo – com Mano a cometer uma grande penalidade sobre Jonas, que se preparava para rematar – Lima foi chamado a marcar e colocou o resultado em 5-0, com o Benfica a igualar o melhor resultado alcançado nesta época.
Sem afrouxar muito, o Benfica deixou correr o marfim, ante alguma passividade e excesso de erros por parte dos jogadores do Estoril, manteve a liderança e ainda chegou ao 6-0 final (85’) com um segundo golo de Jonas, a passe de Ola John que o guardião Kieszek defendeu para o segundo poste, onde estava Jonas para empurrar a bola para dentro da baliza.
Seis golos obtidos por cinco jogadores, num triunfo indiscutível, enquanto o Estoril não soube fazer “contas” e em que tudo saiu bem, sem dúvida que foi o comemorar da segunda parte dos festejos do 111º aniversário, que abriram de manhã (entrega de emblemas aos associados) e terminou à noite (homenagem a figuras ligas ao clube) no Museu do Benfica, num dia perfeito para o clube da Luz.
No Benfica, Pizzi e Jonas foram os maiores, num conjunto que trabalho em harmonia, destacando-se ainda Lima, o excelente regresso de Gaitan, Salvio, Maxi Pereira, Luisão e Eliseu, enquanto no Estoril a figura principal foi o guardião Kieszek, que evitou mais de uma mão cheia de golos eminentes, dando-se relevo ainda a Taira, Anderson Esiti (mal expulso por duplo amarelo), Seba e Bruno Nascimento.
João Capela, apesar de alguns erros (de estilo), acabou por não influir muito no desenrolar do jogo (tendo estado bem na marcação da grande penalidade contra o Estoril), assim como os assistentes Ricardo Santos e Pedro Mota).
As equipas:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Eliseu; Salvio, Samaris (Cristante, 84’) e Gaitán (Ola Jonh, 72’); Jonas, Pizzi (Talisca, 67’) e Lima.
Estoril – Kieszek; Mano, Bruno Miguel, Bruno Nascimento e Kakuba; Diogo Amado (Matias Cabrera, 44’), Tozé (Filipe Gonçalves, 76’) e Anderson Esiti; Sebá, Kléber (Bonatini, 65’) e Taira.
Amarelo para: Anderson Esiti (24’ e 67’, sendo expulso), Mano (55’), Gaitán (69’, numa falta que merecia vermelho) e Maxi Pereira (79’).
Artur Madeira