Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Boa exibição, falta de golos e …fronteira fechada

SportingWolfsburg_H0P2145Num jogo que teve quase tudo – menos o público (apenas 23.097 espectadores) – para que o Sporting saísse vitorioso e apurado para a fase seguinte, a verdade é que, uma vez mais, nada deu certo, apesar da supremacia global que os leões tiveram ao longo dos 90 minutos.Essa era a táctica principal a implementar, por forma a reduzir a margem positiva (dois golos) que os alemães traziam na bagagem em relação ao jogo da primeira mão. Mas, uma vez mais, nada resultou.

Os leões entraram a mandar no jogo e durante cerca de vinte minutos tiveram oportunidade de repetir o feito na primeira mão, onde também dominaram durante quase toda a primeira parte mas não encontraram o caminho para chegar aos golos, o que decide os jogos.

Mas apesar dessa superioridade técnico-táctica, a verdade é que a estratégia não funcionou porque, no momento da decisão, o resultado redundava num fracasso, também se podendo faltar de um pouco de falta de sorte do Sporting. Mas também é verdade que a sorte se constrói. Melhor ou pior, mais devagar ou mais depressa, consoante a dinâmica utilizada. Não basta só correr para a frente ou para trás. Naturalmente também terá que haver alguma parcimónia em de chegar à glória final.

Depois de um contra-ataque alemão logo aos 3’, o Sporting começou a criar perigo com Nani a fazer um passe de “norte para João Mário, tendo o guardião alemão cortado o lance com uma grande defesa, quando decorria o minuto dez, surgindo de imediato mais uma oportunidade que Tanaka não soube controlar, o mesmo sucedendo a Nani (16’) quando respondeu muito mal a um centro de Jonathan Silva, rematando muito ao lado da baliza alemão, que acabou por ser uma das estrelas do jogo, a par de João Mário, que fez uma excelente exibição.

Depois de dez minutos onde o domínio do Sporting era uma evidência, William teve o golo nos pés (22’) mas o remate acabou por sair fraco e à figura do guardião Benaglio. Os alemães não preocuparam Rui Patrício, que chegou para tudo e, daí, que a maior percentagem de posse de bola tenha sido lusa.

Entre os 35 e os 45’ minutos, o Sporting criou oportunidades atrás de oportunidades, com Nani a lançar Tanaka para um remate que saiu ao lado do poste mais longe (35’), seguindo-se William (36’) a “bombear” a baliza alemã e que valeu mais uma grande defesa do guardião visitante para canto, a que correspondeu outra oportunidade com Tanaka a rematar directamente para o poste, jogador que ainda fez a recarga também sem êxito e depois com Adrien a tentar a sua chance mas sem resultado, já que João Mário disparou ao lado da baliza.

Já no período de desconto (um minuto), João Mário – que foi o melhor jogador sportinguista – conseguiu fugir pela esquerda, entrar dentro da grande área dos alemães e centrar para um Tanaka, rodando sobre si próprio rematou com força mas ao poste, com o guardião Benaglio a agarrar a bola no ressalto.

Foram dez minutos de frenesim mas que não deram em nada, com os alemães a guardar e controlar a vantagem dos dois golos que traziam do jogo da primeira mão. O nulo ao intervalo era claramente injusto para o Sporting, mas no desporto só ganha quem marca. E a sorte não tinha estado com o clube de Alvalade. Tal como se verificara no jogo da primeira mão: domínio dos leões mas os golos não surgiram.

No tempo complementar, Adrien (55’) centrou para Nani que, de cabeça e para o centro da pequena área, tentou fazer a bola chegar a João Mário, o que não conseguiu porque o guardião alemão estava a certar em tudo.

Aos 54’ ir surgindo um balde de água fria. Paulo Oliveira teve uma hesitação grave, recuou em vez de tentar chegar à bola, acabando o esférico por ficar à mercê de Bruyne, que rematou forte ao poste da baliza de Patrício para, no minuto seguinte, ser Nani a rematar forte e obrigar Benaglio a fazer outra grande defesa.

Depois de se saber que o número de espectadores era de 23.097 (muito poucos para um jogo internacional e provavelmente porque não tinha fé na equipa para dar a volta ao resultado desfavorável), Tanaka endereçou a bola a Carrillo mas este, depois de algumas fintas a mais, atirou pra as nuvens.

Com a entrada de Slimani (64’) podia esperar.se um maior reforço atacante mas a verdade é que ainda não estava bem rodado (após a lesão) e pouco se viu enquanto jogo.

O Sporting manteve a pressão alta e Tanaka, a passe de João Mário (76’) podia ter chegado ao golo mas o guardião alemão impediu-o por duas vezes. Pouco depois, Montero e Carlos Mané entaram para dar maior frescura para os último quarto-de-hora, mas nada aconteceu, a não ser uma grande penalidade perdoada ao Sporting, por falta de Jonathan Silva (84’), que o árbitro deixou seguir.

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Treinadores de Acordo. Benaglio (GR) o homem do jogo

Apesar da superioridade demonstrada e de um jogo jogado a grande velocidade, a essência do futebol (o golo) não surgiu. E foram os alemães a passarem aos quartos-de-final.

Saliência para João Mário, o melhor no Sporting, a par de William, Nani, Tanaka, Paulo Oliveira, Cédric e Tobias Figueiredo, enquanto nos alemães o destaque vai para o guardião Benaglio, ao lado de De Bruyne, Trasch, Schurre, Guilavougui e Knoche.

A equipa de arbitragem comandada pelo francês Ruddy Buquet esteve bem em quase tudo, a não ser na questão da grande penalidade não assinalada contra o Sporting. Nota positiva também para os assistentes Guillaume Debart e Cyril Gringore.

As equipas alinharam:

Sporting – Patrício; Cédric, Paulo Oliveira, Tobias Figueiredo e Jonathan Silva; João Mário William e Adrien (Slimani, 64’); Carrillo (Carlos Mané, 76’), Tanaka (Montero, 76’) e Nani.

Wolfsburg – Benaglio; Trasch, Naldo, Knoche e Rodriguez; Luiz Gustavo e Guilavogui; Vieirinha Schafer, 75’), De Bruyne (Arnold, 90+1’) e Schurre (Caligiuri, 60’); Dost.

Disciplina: amarelos para Paulo Oliveira (21’) e Naldo (80’)

Artur Madeira

 

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