Sábado 21 de Setembro de 2024

Desporto para o Desenvolvimento – Jogador como factor de sucesso

Época 2012/2013 Campeonato 35ª jornada Sporting B - Belenenses () no Estádio Municipal de Rio Maior

Vitor Neno © 2014

Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol foi o orador do Ciclo de Conferências (4) sobre o Desporto para o Desenvolvimento, que a Universidade Lusófona promoveu em parceria com os Comités Olímpico e Paralímpico de Portugal e que esta quarta-feira se concluiu.

Moderado pela Profª Doutora Salomé Marivoet e contando ainda com a presença – como anfitrião e também interventor – do Prof. Doutor Jorge Proença, responsável pela formação académica na área do desporto da referida universidade, debateu-se o tema da Qualificação do Jogador de Futebol como factor de Sucesso.

Evangelista teve oportunidade de abordar vários eixos e linhas de trabalho que o sindicato está a desenvolver em prol da qualificação global do jogador, não só do ponto de vista desportivo mas também e, em especial, social, como cidadão, com um papel específico de integração na sociedade.

Passou em revista, justificando e esclarecendo a assistência, situações como o divórcio entre o desporto e a escola, o objectivo dos sonhos da maioria dos jovens de querem ser futebolistas, aliando ainda o papel que a família de cada jovem deve ter perante esse desiderato mas também a questão desses mesmos familiares (pais, com maior relevo), que pretendem potenciar o filho para serem “estrelas”, para o caso no futebol – a modalidade com maior notoriedade no país e no mundo – desvalorizando o lado escolar.

Entroncado neste aspecto, Evangelista salientou ainda que o Estado não promove a educação e os clubes com formação (Academias) dão prioridade à qualificação desportiva e não tanto à educativa ou com as questões técnicas a sobreporem-se aos estudos, que deviam correr em paralelo, dentro dos condicionalismos existentes na conciliação de horários.

Problemas que não se colocam apenas nos mais jovens mas que abrangem também os escalões superiores da modalidade, dando conhecimento que, nos seniores e em fim de carreira, já está em curso um estudo dobre as carreiras dual, mas apenas aplicáveis aos que vão terminar a actividade como desportistas de rendimento ou alta competição, sendo indispensável, em grande parte dos casos, que posam ser aproveitados para desempoarem outras funções na mesma área onde tiveram sucesso: para o caso vertente, o futebol, aliás como se verifica no estrangeiro com grandes estrelas que foram dos melhores do mundo e que hoje são dirigentes ou técnicos federativos em vários países.

Nesta área, Evangelista salientou que o Sindicato vai implementar um programa de Educação e Formação para jogadores, em parceria com a Universidade Lusófona e outras instituições, com o objectivo de qualificar não só como jogador mas também como cidadãos completos o mais possível para integrar a sociedade, como factor de sucesso no desporto e para o país.

Salientou o presidente do Sindicato que os jogadores também se acomodam, não procurando formação, mas a verdade é que não existem exemplos a seguir e questiona-se a qualificação e os comportamentos de muitos dirigentes no activo.

Existe ainda falta de empenho e poucos incentivos à qualificação quando se poderá fazer pedagogia aproveitando, dentro dos próprios clubes, os jogadores mais antigos, que não estão no activo – e mesmo os no activo – que devem ser aproveitados para servirem de modelos para os mais jovens.

Aproveitou para dizer que o Sindicato vai promover um levantamento com o objectivo de conhecer a profundidade do aproveitamento desportivo e escolar dos jovens futebolistas para, em função dos resultados, se decidir qual deve ser o caminho a seguir na qualificação como jogador, como estudante e como cidadão.

Outro projecto de estudo a criar tem a ver com a elaboração de um questionário, destinado aos jogadores (I Liga, II Liga e Nacional de Seniores) que se encontram no fim da carreira profissional, por forma a estudar as medidas de integração no mercado de trabalho, dentro das qualificações que tenha adquirido, a que se juntará também a criação de uma Escola de Futebol e Cidadania.

O Prof. Jorge Proença reforçou o referido por Evangelista, ao dizer que terá que haver uma qualificação dos jogadores para a cidadania e não só na vida desportiva.

A questão dos jogadores ilegais também foi aflorada, como a violência que se tem verificado em alguns estádios do país, para além do combate à dopagem no desporto, tendo Joaquim Evangelista referido ainda que terá que haver uma responsabilidade social por parte do Sindicato, culminando a intervenção afirmando que os jogadores têm que ganhar nos planos social, desportivo e na cidadania.

Mãos à obra! É o que se deve dizer. E com pressa, para não se agravar o atraso em que Portugal está comparativamente com os parceiros europeus e …não só!

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