Quinta-feira 02 de Novembro de 6733

O Senhor Portugal Moniz Pereira cumpre 94 anos

Mais do que o “Senhor Atletismo” dos anos 60 a 90, Moniz Pereira deve ser considerado com o “Senhor Portugal”, porque não há dúvidas que foi à conta dele, em especial, que o atletismo deu ao país, até hoje, 274 medalhas, a mais medalhada de todas as restantes modalidades.MonisPereiraOra treinando os seus pupilos (de Manuel Faria e Manuel Oliveira ao campeão olímpico Carlos Lopes ou ao recordista mundial da dupla légua, Fernando Mamede, recordando o também o recordista mundial Dionísio Castro, nos 20km em pista) ora passando conhecimentos através de múltiplas acções de formação para técnicos, Mário Moniz Pereira provou que, se se trabalhassem mais, os atletas portugueses podiam ir tão longe quanto os restantes.

O seu sonho – ver um atleta lusitano subir ao ponto mais alto do pódio olímpico – surgiu 39 anos depois de ter divulgado publicamente que não estava doido, como muitos o apelidaram. Aliás, os sonhos são o que são, por norma demasiado altos e que, por isso, toda a gente não acredita minimamente. Trabalhou para o ouro durante seis décadas e conseguiu ajudar a trazer o ouro para Portugal.

Seja por que prisma for, Mário Moniz Pereira – por vezes mal compreendido, em especial pelo seu feitio de querer fazer mais e melhor – é um exemplo do que se pode fazer em todo o lado, demore o tempo que for preciso.

Nestes 94 anos, o Senhor Portugal vai reunir a “equipa” familiar para mais um encontro, aliás como tem sido tradicional.

Parabéns e obrigado pelo que tem feito pela sua modalidade mais querida e pelo país. Nunca é demais – e os adjectivos já se tornam gastos embora que plenos de actualidade – salientar quem provocou o abanão, no momento preciso, para que o desporto português despontasse para atingir um patamar de títulos e mais títulos, medalhas e mais medalhas, que honram este Portugal à beira mar plantado, pese embora todas as dificuldades encontradas ao longo das seis décadas de plena e pujante actividade como “fabricante” de campeões mas também de jovens que, pouco ou muito, “beberam” as suas qualidades de condutor de homens.

Bem-haja!

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