Sendo sempre mais trabalhador e batalhador ao longo do jogo, o Sporting não soube tirar partido da vantagem que granjeou no decorrer da segunda parte, permitindo que o Benfica chegasse ao empate por negligência de quem (Jefferson), minutos antes, tinha dado a vantagem ao clube de Alvalade.Da ansiedade de tirar a camisola pelo golo obtido – o que valeu um cartão amarelo que poderá ter outras influências ao longo do campeonato – ao deslize que teve ao entregar a bola a Jardel para este empatar, Jefferson acabou por ser herói e vilão de um jogo que era de extrema importância para o Sporting, pese embora ainda faltem catorze jornadas para se cumprir o calendário.
É verdade que o Sporting pressionou mais mas não teve correspondência na concretização das oportunidades criadas, como se comprova pelos sete cantos alcançados, do maior número de remates (20-14) que corresponderam a quatro remates à baliza à baliza de um Artur que brilhou a grande altura – Rui Patrício não teve oportunidade para conseguir o mesmo estatuto porquanto os benfiquistas não tiveram arte nem manha para o “assustar”.
Passes a mais numas vezes, a menos noutras mas, no essencial, com alguns em que predominou o individualismo em prejuízo do colectivo, não dando o resultado desejado, o Sporting sô se pode queixar de si próprio em relação ao empate consentido, que o Benfica esmiuçou até ao último segundo do jogo.
Com uma defesa a jogar numa linha quase intransponível (Rui Patrício quase não teve trabalho) e um meio campo a balancear bem, travando o ataque do Benfica, o Sporting não aproveitou as falhas de Eliseu porque insistiu num passo a mais em vez de lançar a bola ao primeiro toque, o resultou no zero ao intervalo, até porque os lances de perigo quase não se fizeram sentir, quer para um quer para outro lado.
Dos 50/50 % ao intervalo, o Sporting passou para os 70/30% de posse de bola no período áureo no decorrer do segundo tempo, onde só não conseguiu marcar, terminando num 80/20%, ainda assim incapaz de chegar ao triunfo, que esteve no bolso do casaco do presidente leonino, Bruno de Carvalho, também ele aniversariante neste domingo.
A pressão desde o início e o aumento significante por parte do Sporting não deu frutos porque havia sempre passe a mais. Isto para não falar na juventude da equipa, que veio ao de cima quando o Benfica entrou na fase ”depressiva”, altura em que o Sporting marcou primeiro, já com o minuto 90 à vista.
Apesar da maior experiência e peso “substantivo”, o Benfica não encontrou soluções para marcar primeiro e mesmo para empatar, como se verificou, fruto de um alívio de Jefferson sem força e para os pés de um Jardel que, vendo um buraco entre o guardião e o poste mais perto, chegou ao empate aos 90+2’.
O golo do Sporting, aos 87’, surgiu numa recarga, muito bem “medida”, por Jefferson, que levou a bola a entrar em arco dentro da baliza de um Artur – que até aí tinha “salvo” os encarnados – depois de uma investida de João Mário que obrigou Artur a uma excedente defesa mas para a frente, aproveitando o referido Jefferson para recargar e fazer anichar a boa na baliza de uns benfiquistas que estavam a perder alguma qualidade físico-competitiva. Com o Sporting a colmatar muito bem a maior juventude com a fraca produção benfiquista.
Mas a juventude veio ao de cima e cinco minutos depois o Benfica empatou, com um golo obtido por Jardel ante a passividade da defesa sportinguista, traída pela tal falha der concentração que deve existir nestes momentos cruciais.
Com este resultado, o Sporting mantém-.se no terceiro lugar, com os mesmos sete pontos de atraso, como trazia, enquanto o “grande” vencedor da jornada foi o F. C. do Porto, que ficou agora a quatro pontos do Benfica.
O Sporting teve o pássaro na mão e deixou-o fugir.
De muito positivo foi o recorde de assistência registado no Alvalade XXI que, pela primeira vez desde a sua inauguração, em 2003, estiveram presentes 49.076 espectadores.
Nos leões, realce para Jefferson, William, João Mário, Paulo Oliveira, Tobias, Nani e Carrillo enquanto no Benfica o herói foi o guardião Artur, acompanhado de perto por Luisão, Samaris, Maxi Pereira, Salvio, Jardel e André Almeida.
Quanto ao árbitro Jorge Sousa (Porto) e aos assistentes Bertino Miranda e Álvaro Mesquita conduziram o jogo sem percalços de maior, deixando fluir o jogo
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cédric, Paulo Oliveira, Tobias e Jefferson; João Mário, William e Adrien; Carrillo (Carlos Mané, 77’), Montero (Tanaka, 90’) e Nani (Capel, 90’).
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Eliseu; Salvio, André Almeida (Pizzi, 89’), Samaris (Derley, 90’) e Ola John (Talisca, 64’); Lima e Jonas.
Disciplina: Amarelo para Maxi Pereira (53’), Eliseu (59’), Cédric (62’), André Almeida (67’), Samaris (83’) e Jefferson (89’).
Artur Madeira