Com um 3-0 justificado, o Benfica deu mais um passo na liderança nacional, ante um Boavista que quase não rematou à baliza, apresentou um autocarro “esburacado” em poucos minutos e não chegou à meia dúzia porque Sálvio, em especial, esteve em dia não.
O marcador podia ter sido aberto logo aos 6’, quando Ola John, com a baliza aberta, rematou por cima da barra. Mais acutilante, o Benfica teve pouco espaço de manobra nos primeiros vinte minutos, tempo que durou a defesa – em linha e reforçada por uma linha média recuada – do Boavista a aguentar a pressão benfiquista.
Isto porque, três minutos depois, os encarnados abriram o activo através de um cabeceamento-chapéu por parte de Lima, a passe de Máxi Pereira, que abriu um “buraco” de tal ordem que os axadrezados quase nem deram por nada, Antes já Salvio (15’) e Pizzi (17’) tinham tentado mas o primeiro rematou para fora e o segundo para as mãos do guardião Mika.
Dez minutos depois do golo de Lima, foi a vez de Máxi Pereira – o melhor jogador em campo – de chegar ao 2-0, na sequência de um canto curto em que recebe a bola, progride alguns passos (ante a passividade da defesa boavisteira), muda do pé direito para o esquerdo e remata forte, fazendo a bola tabelar num defesa e trair o guardião Mika, porquanto a bola desviou a trajectória da bola que, em princípio, seguia directamente para as suas mãos.
Com esta vantagem e sem que o Boavista mostrasse algum perigo, o Benfica passou a dominar todas as operações, onde Salvio era o mais inconformado, atendendo a que, por mais duas vezes, voltou a rematar para fora da baliza, enquanto a estatística referia 74-26% de posse de bola para os benfiquistas, que fizeram oito remates à baliza no decorrer do primeiro tempo.
No segundo, mais descansado e com mais espaço aberto, o Benfica chegou ao 3-0 aos 54’, através de um golo de Jonas, de grande penalidade, que não foi justificada. Por duas ordens de razão: a haver falta do defesa Afonso Figueiredo, foi fora da grande área; mas não houve falta porquanto Afonso estava parado, fora da área, e foi Samaris que chocou com ele. A decisão correcta era falta do atacante.
Chamado à marcação, Jonas – que pouco tinha dado nas vistas até essa altura – atirou certeiro para o lado contrário para onde saiu o guardião Mika.
O Boavista ainda teve força para forçar Júlio César a uma grande defesa, ao afastar a bola para canto depois de uma excelente estirada na sequência de um cabeceamento de Philipe Sampaio que levava selo de golo.
Mantendo o ascendente, os encarnados tuveram mais uma oportunidade (75’) por intermédio de Salvio mas, uma vez mais, a bola seguiu por cima da barra.
Cinco minutos depois a maior aflição para o Benfica. Júlio César, para evitar um canto, forçou uma corrida rápida e, a meio, começou a coxear com uma dor intensa na perna direita, ficando muito queixoso e a ser retirado em automaca. Sem se conhecer a extensão da lesão, fica-se na dúvida se poderá jogar domingo em Alvalade, frente ao Sporting.
Entretanto, soube-se que estiveram na Luz 40.346 espectadores e que, apesar de se jogarem mais seis minutos além do tempo regulamentar (por motivo da lesão de Júlio César), o marcador não foi alterado, n um triunfo benfiquista sem contestação de espécie nenhuma, tal a superioridade demonstrada.
Com Máxi Pereira como homem do jogo, quer a defender, quer a avançar e até a marcar, merecem ainda destaque Lima, Ola John, Luisão, Júlio César, Salvio e Jonas.
No Boavista, realce para Mika, Afonso Figueiredo, Beckeles, Uchebo, Fábio Ervões e Philipe Sampaio.
Com a liderança a solo – enquanto Porto e Sporting tentarão não descolar este domingo – saliente-se que o Braga – com o triunfo ante o Moreirense – subiu ao quarto lugar, por troca com o Guimarães, que este sábado empatou (1-1) em Penafiel,
O lisboeta Hugo Miguel cometeu alguns erros que o penalizaram, como a grande penalidade assinalada contra o Boavista e a não marcada contra o Benfica por falta cometida por Luisão (embora aqui ficassem algumas dúvidas), enquanto os assistentes Ricardo Santos e Hernani Fernandes tivessem estado um pouco desatentos (desalinhados) em relação aos foras de jogo que existiram e não assinalaram.
As equipas:
Benfica – Júlio César (Artur, 80’); Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Eliseu; Salvio. Samaras e Pizzi (Gonçalo Guedes, 71’); Jonas, Lima e Ola John (Talisca, 67’);
Boavista – Mika; Beckeles, Fábio Ervões (Philipe Sampaio, 26’), Carlos Santos e Afonso Figueiredo; Tengarrinha, Idris e Marek Cech; Uchebo (Brito, 74’), Quincy (Leozinho, 53’) e José Manuel.
Cartões amarelos: Afonso Figueiredo (53’), Philipe Sampaio (70’) e Maxi Pereira (90’).
Artur Madeira