Liga – Sporting, 1 – Académica, 0
Embora dominando, o Sporting não soube contornar, nos quase noventa minutos, as dificuldades criadas por uma defesa estruturada em função dos objectivos delineados por Paulo Sérgio, tendo aproveitado um único deslize para chegar ao golo a quinze minutos do final do jogo.
Quiçá “descurando” a história das épocas anteriores, a formação sportinguista do Sporting jogou demasiadamente “macia” defronte de uns estudantes que levavam a lição bem estudada. Aliás como se verificou nas duas anteriores épocas (os jogos acabaram empatados).
Daí – e como sempre – que cabia ao Sporting movimentarem-se mais depressa, com passes certos, com desmarcações mais rápidas, para tentar chegar ao golo também mais rapidamente. E foi isso que não aconteceu, como confirmam a estatísticas: apesar dos setenta por cento de posse de bola, dos dezassete remates feitos apenas seis foram para a baliza. Daí apenas ter havido um golo, suficiente para somar mais três pontos e afastar-se um pouco mais do Guimarães (empatou), ficando apenas a um ponto do segundo lugar, porquanto o F.C. Porto perdeu com o Marítimo (1-0) no Funchal. É o que se chama ganhar em três campos em simultâneo, o que há muito o Sporting não conseguia. E ainda falta saber do Benfica, que só joga esta segunda-feira.
Depois de Vicente Moura, vice-presidente para as modalidades ter feito a apresentação pública aos associados da maquete do futuro Pavilhão João Rocha e de ter sido prestado um minuto silêncio pela morte do antigo dirigente leonino Miguel Galvão Teles, Rui Costa deu início ao jogo que podia ter a mesma sina das duas épocas anteriores, caso os leões não soubessem jogar para começar a decidir o jogo ainda antes do intervalo.
E assim foi. Dominou em toda a linha mas nada de golos porque as oportunidades criadas que levassem o selo da rede não aconteceram como se pretendia, isto é, o mais cedo possível. Mas pela calma demonstrada – como tem sido apanágio – por Marco Silva, isso não seria problema porque o Sporting chegaria à vitória. Assim foi. Mas os adeptos não gostaram muito.
No primeiro minuto, Carrillo tentou a sua sorte mas rematou contra um defesa; aos sete, Carrillo centrou para Montero que cabeceou ao lado e aos onze foi ainda Carrillo que, passando a Montero, só na pequena área, viu a bola ser desviada por um defesa.
Depois desta entrada, o jogo desenvolveu-se na mesma toada mas sem sinal de golo, porquanto a defesa academista chegou para tudo, pese embora, por vezes, também chegou à baliza de Patrício, como ficou patente nos dois cantos seguidos que conquistou à passagem do quarto de hora, onde o guardião leonino se teve impor (a soco) para afastar a bola do perigo. E o intervalo chegou.
No tempo complementar, manteve-se a toada de jogo, sem poucas jogadas de perigo fosse para que lado fosse, o que obrigou Marco Silva a mudar de estratégia, porquanto na frente ninguém resolvia nada. Daí a entrada (66’) de Carlos Mané e Tanaka, por troca com Adrien e Carrillo, que estavam pouco produtivos em termos globais. E assim mudou a história do jogo, com maior pujança atacante do Sporting.
O que deu origem ao golo (76’) de João Mário, em recarga a uma defesa incompleta de Lee, levando a bola até ao fundo da baliza. Tanaka foi o jogador que obrigou Lee a uma defesa difícil, não conseguiu segurar a bola e o número 17 não perdoou.
Três minutos depois Nani teve o segundo golo nos pés mas a bola foi parar às mãos do guardião Lee sem grande dificuldade. É que Nani rematou fraco, em jeito e à figura.
De registar os 37.769 espectadores presentes, muito em especial porque foi o Dia das Filiais e Núcleos do Sporting.
Nos leões, realce para Jefferson, William, João Mário, Paulo Oliveira, Tobias, Nani e Montero, enquanto no Rio Ave o herói foi o guardião Lee, acompanhado de perto por Capela, Magique e Iago (que “secaram” Nani), João Real, Nuno Piloto, Rafael Lopes e Fernando Alexandre.
Quanto ao árbitro Rui Costa (Porto), foi impressionante pelo “show” de spray que colocou, a maior parte das vezes em que quase não se justificou a barreira (livres longe da grande área). Fica o preciosismo. No capítulo técnico não houve nada especial mas abusou nos amarelos. O que também é um hábito português. Os assistentes Miguel Aguilar e João Silva estiveram regulares.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cédric, Paulo Oliveira, Tobias e Jefferson (Miguel Lopes, 88’); João Mário, William e Adrien (Tanaka, 66’); Carrillo (Carlos Mané, 66’), Montero e Nani.
Académica – Lee; Iago (Rui Pedro, 83’), João Real, Aníbal Capela e Ricardo Nascimento; Obiora (Marcos Paulo, 72’), Fernando Alexandre e Ofori; Magique (Lucas Mineiro, 58’), Nuno Piloto e Rafael Lopes.
Disciplina: Amarelo para Adrien (44’), Iago (47’), Ofori (50’), Nuno Piloto (63’), Fernando Alexandre (69’), Jefferson (86’) e Nani (90+1’)