Após uma primeira parte algo apática, comparativamente com a “genica” e “estratégia” montada pela formação do Rio Ave, o Sporting foi “salvo” no segundo tempo logo após a entrada, ao intervalo, de Carlos Mané.Imprimindo uma maior velocidade nos processos ofensivos, Mané guiou os leões até chegar ao 3-1 e, depois, aos 4-2 finais, não sem que o Rio Ave mostrasse que é uma equipa bem “arrumada” e que esteve à beira de fazer “estragos” no Alvalade XXI.
No primeiro tempo, o Rio Ave foi quase sempre mais ofensivo e, daí, mais perigoso, se bem que o Sporting também estivesse a “rolar” bem, mas com mais passes falhados.
A primeira grande oportunidade surgiu precisamente para o avenses (25’), quando Hassan, em contra-atque rápido, levou a bola até quase à linha final e centrou para Tarantini rematar com selo de golo, valendo a intervenção “inextremis” de Jefferson a safar pela linha de cabeceira.
Aos 28’ o primeiro caso do jogo, que originou uma grande penalidade a favor do Sporting, sem que se tivesse descortinado algum acto para justificar a marcação desse castigo máximo.
Recebendo a bola ainda bem longe da grande área, Montero dispara para uma defesa a soco de Cássip, seguindo a bola de novo para fora da área, com Montero a deslocar-se para dentro da área dado que a bola ficou nos jogadores leoninos. Lá dentro, pareceu ter existido um pequeno toque no jogador sportinguista – no que se seria uma jogada normal, porquanto nem sequer caiu – acabando o árbitro da partida, o algarvio Nuno Almeida por considerar a grande penalidade, o que levantou grande celeuma no colectivo avense, que levou à expulsão do director desportivo e o cartão amarelo a Tarantini e Hassan pela forma como apresentaram as “reclamações” ao árbitro.
Chamado a marcar, Nani não se fez rogado e fez o 1-0 quando se atingiu a meia hora de jogo.
Mostrando um m melhor fio de jogo (em contra-ataque), o Rio Ave já tinha “avisado” que não estava em campo para ser passivo, e oito minutos depois empatou a partida.
Num rápido contra-ataque e após a marcação de um canto, Ukra “carregou” a bola, desceu com ela até meio campo, onde lançou Del Valle a toda a velocidade, que apanhou a defesa do Sporting em contrapé e soube também tirar Rui Patrício do caminho da bola e fazer um excelente golo
Com o empate, o Rio Ave voltou a crescer e aos 42’ beneficiou de um livre perigoso, que Diego Lopes rematou a rasar a trave, jogador que volvidos dois minutos voltou a criar “arrepios” ao Sporting, porquanto o mesmo Del Valle rematou ao lado do poste, confirmando a maior “agressividade” do Rio Ave frente ao Sporting.
Ainda assim, aceita-se o empate verificado ao intervalo.
No tempo complementar, em face do rendimento que a equipa (não) estava a dar, Marco Silva fez entrar Carlos Mané (saindo Carrillo), com o objectivo de aproveitar a sua característica de “velocista” e tentar dar maior acutilância no sector avançado, onde Nani e Mantero e o próprio Carrillo, não se entendiam.
Se assim foi pensado, a verdade é que surtiu efeito. Quiçá aproveitando também um “abaixamento” do rendimento de alguns jogadores avenses, a verdade é que o Sporting começou a tomar conta do jogo, a arriscar mais na frente (precisamente pela acção de Carlos Mané, para municiar Nani ou Mantero, os mais adiantados.
E assim se verificou aos 59’, quando Jefferson se isolou e foi até quase à linha de cabeceira contrária para endossar a bola a Montero, que sem marcação na pequena área, apenas empurrou a bola para dentro da baliza de um Cássio sem hipóteses de fazer nada, fazendo o 2-1.
Aproveitando esta quebra anímica dos visitantes, o Sporting carregou mais um pouco no acelerador e, oito minutos depois, chegou ao 3-1, com um golo de João Mário, quase a papel químico do segundo, só mudando os interventores. Desta vez, foi Nani que centrou directamente para a cabeça de João Mário, após a desmarcação deste para a área forasteira, que a mandou para a baliza de Cássio, batido sem apelo nem agravo.
Mas ainda houve tempo para mais festa.
Aos 68’, mercê da força de vontade colectiva da equipa, surgiu o segundo golo do Rio Ave, marcado por Hassan, depois de um ressalto da bola na área sportinguista, que o atacante aproveitou para rematar sem defesa para Patrício, o que criou alguma “comichão” ao Sporting, apesar da supremacia que os leões já estavam a cimentar, ante a visão dos 27.919 espectadores presentes.
Para evitar “surpresas”, o técnico do Sporting voltou a ir ao banco dos suplentes, fazendo entrar (82’) o japonês-salvador (Tanaka), para tentar abrir mais “brechas” na defesa avense. E oito minutos depois, mesmo em cima dos 90’, o homem do sol nascente aproveitou da melhor forma um passe de bandeja para chegar ao 4-2 e, então, dar por findas as dúvidas sobre o triunfo sportinguista, que passou a estar isolado no terceiro posto.
No Sporting, destaque para Jefferson, William, João Mário, Paulo Oliveira (e as estreia de Ryan Gauld bem como de Tobias a nível da equipa A), Nani, Montero, Carlos Mané e Tanaka, enquanto no Rio Ave os heróis foram Cássio, Tarantini, Hassan, Diego, Ukra, Del Valle e Wakaso.
Quanto ao árbitro Nuno Almeida (Agarve) fica a dúvida sobre a justificação da grande penalidade e quiçá da mostragem de alguns cartões amarelos teoricamente desnecessários, enquanto os assistentes Pais António e Luís Ramos estiveram regulares.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cédric, Paulo Oliveira, Tobias e Jefferson; André Martins (Ryan Gauld, 64’), William e João Mário); Carrillo (Carlos Mané, 45’), Montero (Tanaka, 82’) e Nani.
Rio Ave – Cássio; Lionn, Nelson Monte (Esmael, 85’), Tarantini e Marvin; Wakaso (Pedro Moreira, 64’), Diego Lopes e Prince; Ukra, Hassan e Del Valle.
Disciplina: Amarelos para Tarantini e Diego Lopes (27’), Paulo Oliveira (41’), Montero (57’), Nelson Monte (59’) e Wakaso (60’)
Artur Madeira