No que foi a 59ª vitória do Benfica – ao completarem-se 70 jogos em campeonato entre as duas formações – o Benfica “sobrou” para derrotar um Guimarães que preferiu entrar a jogar recuado e acabou por “levar” com três golos e … mais três remates nos postes e na trave.
Pode, desta forma, afirmar-se que o Benfica comandou sempre o jogo – toda a “produtividade” foi dos encarnados, desde a posse de bola ao número de remates (total e para a baliza) – e, por isso, ganhou bem.
Com um golo bem cedo (13’), num rasgo oportuno de Jonas, que cabeceou a bola para dentro da baliza – antecipando-se à saída do guardião Assis – no seguimento de um livre superiormente marcado por Gaitan, o Benfica começou a construir o triunfo final, que serviu muito bem para a noite de homenagem ao “Rei” Eusébio, um ano após o seu falecimento.
O Benfica foi sempre mais perigoso, enquanto o Guimarães apenas aqui e acolá tentou chegar à baliza de Júlio César, que transmitiu confiança à equipa, o que é sempre um bom princípio para os restantes jogadores.
De um lado, Gaitan, Talisca e Jonas, na primeira parte, foi quem mais trabalho deu à defesa vimaranense (duas bolas para os postes de Assis, por Gaitán e Talisca e uma na trave, por Jonas) , enquanto do outro lado Bernard, Cafú e Tomané eram os mais insatisfeitos e que tentaram chegar ao triunfo, sem o conseguirem por supremacia táctica posicional da defesa benfiquista e também por culpa própria, ao falharem demasiados passes em alturas onde era proibido falhar.
Aos 40’ o empate esteve à vista, mas Tomané cabeceou directamente para o corpo de Júlio César, que caiu no relvado (sem ninguém lhe tocar) e ainda teve tempo de chutar a bola para cima e ser disputada pelo mesmo Tomané e por Jardel. Sem que nada se tivesse verificado de anormal, pelo menos à primeira vista, surgiu o apito do árbitro a marcar falta contra o Guimarães. Fora de jogo não foi, o que terá sido?
Dos cinco remates que o Benfica fez à baliza de Assis, um deu golo e três foram aos postes e à trave, uma percentagem elevada, enquanto na posse de bola a supremacia foi de 60×40%, precisamente porque o Guimarães não se afoitou muito.
No segundo tempo, os visitantes começou por tentar chegar-se mais à frente mas depressa se verificou que as linhas atrasadas cintavam com seis jogadores (os quatro defesas e dois médios um pouco mais adiantados), em especial sempre que o Benfica atacou mas apenas com três avançados.
Aos 51’, Hernâni isolou-se pela direita e rematou em arco, tentando uma espécie de chapéu a Júlio César, acabando a bola por sair a poucos centímetros do poste mais longe, a que respondeu o Benfica no minuto seguinte, com Ola John, no seguimento de um passe de Lima, a marcar o segundo golo. Recebeu a bola, atrapalhou-se mas recuperou-a e rematou pela certa, ante a apatia da defesa da equipa de Rui Vitória. Começou aqui a “esfumar-se” a hipótese de uma eventual recuperação vitoriana.
Na meia hora que se seguiu, Bernard e Cafú ainda importunaram Júlio César, obrigado a fazer duas boas defesas, o que se repetiu aos 81’ quando o Vitório ganhou dois cantos seguidos, o primeiro conquistado depois do guardião benfiquista ter defendido um forte remate de Tomané e, non segundo, com Hernâni a atirar para as mãos do guarda-redes encarnado.
O terceiro golo (88’) acabou por “matar” o jogo (que já o estava) em termos do triunfo benfiquista, com Gaitán a fazer o gosto ao pé na sequência de um passe bem medido por parte de Salvio, que havia entrado há poucos minutos, tendo o árbitro dado mais quatro minutos, que não resultaram em nada palpável.
No Benfica, realce especial para o estratega Ola John e Gaitán, com destaque ainda para Jonas, Talisca, Jardel, Júlio César e Samaris, enquanto no Vitória se destacaram Assis, Josué, Hernâni, Tomané, Cafú, Bernard e Bruno Gaspar.
O portista Rui Costa não começou muito bem, nem o assistente do lado da bancada VIP (Miguel Aguilar), mas recompuseram-se ao longo do jogo e acabaram por ter nota positiva, na qual se inclui ainda o outro assistente, João Silva.
As equipas:
Benfica – Júlio César; André Almeida, César, Jardel e Eliseu; Ola John (Salvio, 84’), Samaris e Gaitán; Jonas (Cristante, 78’), Talisca Sulejmani, 88’) e Lima;
Guimarães – Assis; Bruno Gaspar, João Afonso, Josué e Chemmam (Plange, 78’); Hernâni, Cafú, André e Bernard (Gui, 88’); Tomané e Ricardo (Valente, 57’).
Cartões amarelos: Hernâni (8’), Samaris (30’), Gaitán (38’), André (60’) e César (62’)