A AIPS – Europa, o ramo europeu da Associação Internacional dos Jornalistas Desportivos, entregou, esta terça-feira, na Comissão das Petições do Parlamento Europeu um documento contra as práticas que ameaçam a independência do jornalismo desportivo.
A representação foi chefiada pelo seu presidente, Ioannis Daras, e foi recebida pela presidente da Comissão Cecilia Wikstrom, que decidiu aceitar a referida petição.
E as notícias são melhores ainda porquanto a referida Comissária encaminhou o processo para outras comissões que tratam de assuntos tangentes, como a da Cultura e Desporto (CULT), Mercado Interno e da Protecção dos Consumidores (IMCO) e Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos (LIBE), para que seja considerada uma investigação mais aprofundada.
No decorrer da reunião, Daras destacou vários incidentes no futebol, no rugby e no ciclismo, com jornalistas de vários órgãos de comunicação a serem cada vez confrontados com recusas de acreditações e acesso a conferências de imprensa e zonas mistas para, por motivos da raça. “Em alguns casos – salientou Daras – são mesmo proibidos de entrar nos estádios ou nas zonas mistas”.
Por outro lado, referiu ainda que “algumas federações – abusando da sua posição dominante – estão a tentar definir quem tem acesso às tribunas de imprensa, bem como ter que pagar uma taxa para poder fazer o relato (radiofónico), acrescentando que “essas práticas comerciais são prejudiciais para o jornalismo independente”.
Embora a Comissão Europeia tivesse considerado que não é competente nesta matéria, a AIPS Europa ficou satisfeita pelo facto de a causa levantada ter sido apoiada principalmente por Sofia Sakorafa, Lidia Joanna Geringer de Oedenberg e Notis Marias e por muitos outros deputados do Parlamento Europeu.
Durante o diálogo mantido, ainda foi colocada a questão de que “a Comissão Europeia não deve fugir de sua responsabilidade nesta matéria. Esta é uma clara violação do princípio de que as pessoas devem ser tratadas igualmente. Se a Comissão Europeia conseguiu harmonizar as tarifas de roaming em toda a Europa, por que não deveria agir de forma a harmonizar um mercado onde o igual direito de informar está claramente a ser violado?”.
Sem dúvida um ponto “quente” nesta área, prometendo amplo debate a partir de agora em termos europeus e não só.