Portugal, 0 – Albânia, 1
Depois da incompetência no mundial do Brasil – segundo Fernando Gomes, líder federativo, onde os grandes culpados foram os médicos , porque não marcaram os “golos” indispensáveis à passagem aos oitavos de final e seguintes – a inédita derrota frente à Albânia é a primeira cereja de um bolo que não se sabe se acabará por ser feito.
Não perdendo em casa há sete jogos, muito menos com a Albânia nas vezes em que Portugal se encontrou com os albaneses, a verdade, nua e crua, é que Portugal foi bem derrotado, porque não justificou o seu estatuto de equipa “poderosa”. Bem pelo contrário.
Também não se desmente que Portugal foi quem teve a bola em seu poder mais tempo (60 – 40%), que rematou mais á baliza (5 contra 1 – e foi golo dos albaneses), que teve 10 cantos contra 2, que teve 16 livres contra 13 e …por aí fora. Mas os golos não se concretizaram.
E o que esteve mais perto de acontecer verificou-se apenas aos 67’ quando Ricardo Horta, na sequência de um livre marcado por Nani que a defesa rechaçou, rematou forte mas com o infortúnio de a bola bater com estrondo na confluência do ângulo do poste com a barra, perdendo-se depois a recarga por parte de Pepe.
Pepe que esteve também noutro lance de ataque luso, aos 45+2’ – no último lance da primeira parte – quando, na sequência de um livre marcado por Nani, estando só, Pepe cabeceou muito por cima da barra.
Na prática, foram estes os lances cruciais criados pela equipa portuguesa mas que não deram frutos.
Entrando muito bem nos primeiros vinte minutos, quando dominava por completo os acontecimentos, os jogadores da formação “esqueceram-se” do “físico” dos albaneses – daí algumas faltas à margem das leis e punidas com cartões amarelos (que foram poucos) – e ficaram-se mais pela “nota artística” que não deu resultados.
Depois deste primeiro período, pouco mais se vou o onze português, que começou a “deslizar” ainda mais para uma zona onde a “muralha” albanesa (chame-se “autocarro” se assim acharem melhor) resolvia todo a contento, porque, como sempre, damos sempre um passo a mais para rematar, endossar a bola, fazer cruzamentos (tensos ou mais latos) para a pequena área e, mais importante, haver aí jogadores que possam criar perigo e, até, resolver jogos. O que não se verificou.
Não jogámos bem, a selecção está sem entrosamento (Ronaldo nem é para aqui chamado, porque não jogou – há sempre a tendência de dizer que o Ronaldo resolve, o que é negativo para todos os restantes elementos da equipa – e, por isso, os que foram chamados não souberam ou não tiveram oportunidade de brilhar, como se poderia esperar ante uma formação a “léguas” de Portugal em termos normais, mas que este domingo soube brilhar.
E com um golo de belo efeito, à meia volta, aos 52’de jogo, quando num rápido contra ataque com apenas duas unidades, chegou ao golo por Balaj, que recebeu a bola no centro da grande área portuguesa e rematou à meia volta e fez anichar a bola na baliza à guarda de Patrício, que não defendeu porque não viu a bola partir dado que tinha um defesa na sua frente e ficou sem visão do lance.
João Pereira voltou a tentar ser o motor de arranque na defesa ataque e cumpriu, assim como Coentrão, se bem que perderam várias oportunidades de “despachar” a bola mais cedo e com maior oportunidade, enquanto Moutinho, André Gomes e William também pecavam pelo mesmo “defeito”, deixando de municiar, apropriadamente, o trio atacante onde Nani se “embrulhava” demais – os defesas albaneses também não deram muitas hipóteses – e Éder e Vieirinha também não se viram muito, nada se modificando com as substituições feitas.
No lado albanês, pode-se dizer-se que tudo funcionou em pleno. Não tanto tecnicamente, mas com uma força e uma garra que permitiu “anular” Portugal, o que só pode ser feito jogando em equipa, seja em que sistema táctico for, como se verificou.
Começando a qualificação a perder (deixando a Dinamarca também com uma vitória depois de vencer a Arménia por 2-1), Portugal tem de puxar pelos “galões” para não perder o combóio para Paris. Que o digam os 23.205 espectadores presentes no Municipal de Aveiro.
Quanto ao árbitro, o francês Rudy Buquet, pouco ou nada se pode apontar em termos de direcção do jogo, pese embora uma certa “rispidez” dos visitantes, bem acompanhado pelos assistentes Frédéric Cano e Guillaume Debart.
As equipas:
Portugal – Patrício; João Pereira, Pepe, Ricardo Costa (Veloso, 75’) e Coentrão; William (Ricardo Horta, 46’), André Gomes (Ivan Cavaleiro, 75’) e Moutinho; Nani, Éder e Vierinha.
Albânia – Berisha; Agolli, Mavraj, Cana e Hysaj; Kukeli (Kace,60’), Roshi, Abrashi, Shaka e Lenjani (Lila, 76’); Balaj (Sokol, 82’).