Processo “Face Oculta”, teve mais um capitulo, quando hoje foi lido no Tribunal de Aveiro, as sentenças que condenaram a penas de prisão todos os arguidos, onze deles com penas de prisão efetiva.O processo com julgamento com três anos, “Face Oculta”, está relacionado com uma rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho, nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e privadas. O Ministério Público acusou os 36 arguidos, por crimes de burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências.
As principais sentenças deste processo:
Manuel Godinho (sucateiro) – Condenado a 17 anos e meio de prisão efetiva, por 49 crimes de associação criminosa, corrupção, tráfico de influência, furto, burla, falsificação e perturbação de arrematação pública.
Armando Vara (ex-ministro e ex-administrador do Banco Comercial Português, BCP, e da Caixa Geral de Depósitos, CGD) – Condenado a cinco anos de prisão efetiva, por três crimes de tráfico de influência.
José Penedos (ex-presidente da Redes Energéticas Nacionais, REN) – Condenado a cinco anos de prisão efetiva, por dois crimes de corrupção e um crime de participação económica em negócio.
Paulo Penedos (advogado, filho de José Penedos) – Condenado a quatro anos de prisão efetiva, por um crime de tráfico de influência. Todos os advogados de defesa tinham pedido a absolvição dos arguidos por insuficiência de provas. Os 36 arguidos foram condenados.
Os advogados dos arguidos no final afirmaram que estavam surpreendidos com as sentenças e vão recorrer. Por outro lado Joana Marques Vidal (procuradora-geral da República) – manifestou-se “contente” com o acórdão relativo ao processo “Face Oculta”, porque confirma a “boa investigação” do Ministério Público, que viu reconhecido “aquilo pelo qual tinha lutado”. “Nós não temos vitórias ou derrotas, nós temos decisões que podem confirmar que foi efetuado um bom trabalho e penso que, nesse aspeto, o MP hoje pode estar contente”, acrescentou.