Benfica, 1 – Sporting, 1
No deve e haver do primeiro jogo grande desta nova época, aceita-se o empate verificado no “ninho” das águias, pese embora o maior número de oportunidades fosse criada pelos benfiquistas, num jogo movimentado, alegre, tecnicamente perfeito na jogada do golo do Benfica, que teve mais de 61 mil espectadores, o que é excelente para início de época.
Se tudo isto é normal num jogo de futebol (ou outra modalidade colectiva qualquer), fica-se com a grande dúvida quanto ao facto de Jorge Jesus apenas ter feito uma substituição – e a cinco minutos dos 90 – para tentar o efeito surpresa junto de um Sporting que, nessa altura, já tinha completado as três substituições regulamentares, provavelmente com o objectivo de tentar virar o resultado a seu favor. Coisas…
Os dois golos do encontro também foram marcantes, substancialmente diferentes e com contornos de brilhantismo e laxismo.
Extraordinária foi a jogada (única no jogo) que levou o Benfica a abrir ao activo, porquanto a jogada começou em Maxi Pereira e foi correndo (livremente, ante a apatia da defesa sportinguista, também “desorientada” pela rapidez) por três jogadores, sempre ao primeiro toque e pelo lado esquerdo do lado de Rui Patrício, chegando a um Gaitan, “prostrado” na zona central e junto à linha da grande área e apostado em rematar pela certa, pese embora Rui Patrício ainda tenha tocado ligeiramente na bola, sem interferir muito na direcção do golo. Logo aos 11 minutos.
Um golo que nasceu de um pendor mais ofensivo dos benfiquistas nos minutos iniciais.
O Sporting retorquiu a partir do quarto de hora, conquistando dois cantos dos quais nada resultou, mas a sorte estava por perto. Isto porque, aos 19’, Artur proporciona mais uma fífia “descomunal”, que deu origem ao golo do Sporting.
Um defesa passou a bola para Artur a despachar para o meio campo. Com a presença de Carrillo por perto, Artur teve “medo” de falhar e tentou voltar a passar ao defesa, o que não conseguiu porquanto o jogador do Sporting estava na linha da bola, que ressaltou nas suas costas e seguiu para a pequena área (onde Artur não estava enquadrado) onde surgiu Slimani a cabecear para a baliza deserta e empatando o jogo aos 19’. Um balde de água fria para os benfiquistas, como não podia deixar de ser.
A partir daqui, o jogo foi mais “calculado”, continuou a haver alguma superioridade territorial por parte do Benfica, com o Sporting a não conseguir mais nada ante a organização defensiva, mantendo o fio de jogo que já se conhece, uma vez que Carrillo só quer a bola para ele e depois passa com muita, faceta que se pode “oferecer” a outros elementos (caso de Nani) que pensam mais neles próprios do que no colectivo. Daí a pouca profundidade atacante dos “leões”. O que, aliás, já vem de outras épocas, algumas mais felizes do que outras, como foi a anterior.
Ainda na primeira parte (43’), Slimani apareceu isolado na grande área do Benfica e foi marcado um fora de jogo que terá sido, uma vez que quem estava mais à frente (André Martins) é que estava nessa posição mas nem sequer interveio na jogada.
A partir daqui, aproveitamos desde já para deixar um reparo ao “paternalista” Pedro Proença, que não deve ter contacto físico com qualquer jogador para justificar seja o que for. Esta de colocar o braço sobre o ombro do jogador para “apaziguar” os ânimos não faz parte do regulamento e pode ser pernicioso se a “coisa” virar para cenas mais desagradáveis, pelo que deverá, apenas e tão só, falar (e pouco) e não dar “abraços”. Isto só acontece por cá, que tem “confiança” de mais com os jogadores. Os Assistentes Paulo Soares e André Campos estiveram atentos mas o do lado da tribuna esteve várias vezes atrasado (e sem pernas) para acompanhar os ataques, chegando à “linha” só depois dos jogadores. Felizmente que não houve grandes reparos, mas será bom rever o filme do jogo.
Quanto aos artistas da bola, a bitola de uns e outros não esteve muito longe. Bateram-se pelos respectivos objectivos (ganhar) mas poucos sobressaíram, sendo que Nani continua “apagado” e Mané devia ter entrado mais cedo para tentar fazer a diferença na procura da vitória, uma meta falada antes do jogo.
Luisão, Jardel, Gaitán, Maxi, Salvio e Talisca foram os melhores no Benfica, onde Enzo só se viu aos poucos (e vai continuar a ver-se em Portugal?), enquanto no Sporting estiveram melhores Rui Patrício, Maurício, Jefferson, Slimani (sai?), Esgaio e William (também para sair?).
As equipas:
Sporting – Patrício; Esgaio, Maurício, Nabi Sarr e Jefferson; André Martins (Rosell, 80’), William e Adrien (Mané, 78’); Carrillo (Capel, 59’), Simani e Nani.
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Eliseu; Salvio, André Almeida e Gaitán; Lima, Enzo Perez e Talisca (Derley, 85’).