Canoagem – Mundial de Moscovo
Com uma prova de alto gabarito, o K4 do quarteto maravilha voltou a impressionar e a conquistar mais uma medalha, desta vez a de prata, num mundial, como ora aconteceu em Moscovo, que este domingo terminou.Mais significativo ainda porque a formação composta por Fernando Pimenta, Emanuel Silva, João Ribeiro e David Fernandes completam os 1.000 metros apenas a 215 milésimos da equipa vencedora, da República Checa.
Foi uma luta incessante metro a metro, com um desfecho mais feliz (por força quiçá de uma melhor preparação psicológica) para os checos, que chegaram ao fim com o tempo de 2.46,724 contra os 23.46,939 do quarteto lusitano.
Em termos de previsões, não era isto que o técnico nacional, Ryszard Hoppe pretendia (perspectivas de conquistar até três medalhas, apontando mais para este número do que apenas para a que foi alcançada), mas acabou por ser o melhor prémio depois de um primeiro dia em que se previam três apuramentos para as finais A e nenhum se concretizou.
Esta medalha de prata foi complementada com mais três presenças em finais A neste domingo, mas por cansaço (provavelmente mais psicológico do que físico) não foi possível concretizar do que um 5º, um 7º e um 8º lugar.
O quinto posto foi obtido por Teresa Portela na primeira final em que tomou parte (K1 500), tendo completado a distância no tempo de 1.52,055 contra o 1.49,283 da húngara Danuta Kazak, que voltou a confirmar a sua liderança internacional no presente ano, depois de também se ter consagrado como campeã europeia. Registe-se que Teresa cumpriu a eliminatória em 1.51,109 e fez 1.48,938 na meia-final.
Teresa que obteve o 7º lugar na final do K1 200 metros, com 39,485, com o título a ser conquistado pela britânica Lisa Carrington, com 37,898. A campeã portuguesa foi 2ª na eliminatória (40,891) e também na meia-final (39,235), tendo estado ao seu nível nesta distância mais curta.
O outro finalista foi Hélder Silva, em C1 200 metros, que percorreu em 39,397, algo longe do vencedor, o ucraniano Iurii Cheban (38,137). O campeão luso foi 2º quer na eliminatória (39,981) quer na meia-final (38,365).
Para um final que se previu nublado, face aos menos positivos resultados da ronda inicial, esta medalha de prata – com sabor a ouro – foi um final feliz, embora algo longe do ouro (K2 500 por Emanuel Silva e João Ribeiro) e das cinco de bronze (K1 200 e 500 por Teresa Portela, K1 5.000 por Fernando Pimenta, K4 1.000 por Emanuel Silva, Fernando Pimenta, João Ribeiro e David Fernandes – os heróis deste mundial – e C1 200 por Hélder Silva), que estes mesmos canoístas alcançaram no europeu realizado meses atrás.
Tudo isto somado, não há dúvida que Portugal estará nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016) ao melhor nível.
A canoagem e o desporto português voltam a confirmar que é um dos grandes, desde que trabalhe mais e melhor. Um exemplo a seguir.