Ainda não foi este domingo que o Benfica conseguiu dar uma alegria aos seus associados, voltando a perder e desta vez frente aos holandeses do Ajax, que levaram consigo a Eusébio Cup, situação confrangedora também para próprio clube que, no seu Estádio e na homenagem ao seu maior ídolo de sempre, precisamente no ano que a pérola negra faleceu.E se a derrota não fosse bastante para criar problemas, a nível psicológico e não só, a toda a gente, a situação agravou-se com o facto de Jorge Jesus não ter comparecido na tradicional conferência de imprensa para, no mínimo – e até sem direito a perguntas – dar as boas noites aos jornalistas presentes.
Perder e ganhar é o lema do fair play e da ética desportiva, para os bons e menos bons momentos e que deve presidir (e residir) na responsabilidade de todos os agentes desportivos.
Mas, como o próprio Jesus referiu antes do jogo, “não se assustem…!” pelo que o problema (derrota) não deverá ser grave e tudo ficará bem a partir de amanhã, depois da análise técnica da partida. Assim o esperamos porque o Benfica faz falta ao desporto português, independentemente da modalidade.
Quanto ao jogo ferente ao Ajax, o Benfica até começou por dominar, entrando mais veloz sobre a bola, criando a primeira jogada para golo logo aos cinco minutos, quando Gaitán recebeu a bola, isolado, com cerca de cinco metros de avanço em relação ao último defesa holandês e, frente ao guardião, permitiu que este tirasse a bola dos pés com uma sapatada.
Aos 11’, foi ainda Gaitán que falhou um remate frontal à baliza, perdendo-se a bola, num período em que o Benfica dominou quase sempre, enquanto o Ajax tentava jogar de devagar, defendendo no meio campo do Benfica, mas Cardozo (15’), Talisca (19’ e 22’) estiveram perto de marcar mas as coisas não saíram bem.
Neste espaço de tempo, só uma vez (21’) o Ajax criou maior perigo quando Arek Milik, acorrendo a um centro da esquerda para a linha da pequena área, chegou uns milímetros atrasados e não conseguiu rematar com a baliza escancarada.
Continuou o Benfica a ser mais perigo mas a não marcar. Salvio isolou Lima (29’), que centrou para onde não havia nenhum companheiro de equipa, estando Gaitan no centro da movimentação do ataque dos encarnados, enquanto, de vez em quanto, o Ajax dava um ar da sua graça (com classe e maturidade) tendo Lasse Schone aproveitado para fazer um remate, à meia volta, a que Artur correspondeu com uma grande defesa (39’).
Mas dois minutos depois aconteceu o balde de água fria. Numa avançada pela esquerda do ataque, a bola chegou à pequena área do Benfica e gerou-se uma pequena “confusão”, com multa gente a querer afastar a bola dali e outros a tentar marcar golo.
E foi isso que aconteceu. Tabela mais tabela e a bola sobrou para o número 11 (Ricardo Kishna) que meteu a bola na baliza de Artur depois de tabelar num defesa encarnado, com Artur fora do lance porque tinha saído e (sido batido) à procura de resolver o problema, o que não conseguiu.
Nos primeiros 45 minutos, o Benfica comandou o jogo mas não marcou, apesar das oportunidades tidas.
No segundo tempo, Jesus fez entrar quatro novos jogadores, dois deles João Cancelo (que podia ter marcado não fosse a grande defesa do guardião holandês) e Ola John, como sempre cheio de vitalidade e velocidade, mas a fazer mais jogo individual do que colectivo, como aconteceu aos 80’, que não marcou porque deixou o defesa antecipar-se.
O Benfica teve ainda direito a uma grande penalidade (83’) sobre Jara, que o próprio marcou à figura do guarda-redes do Ajax, pleno de concentração e de calma.
Jogaram-se ainda mais quatro minutos mas o resultado não se alterou e a Eusébio Cup foi para a Holanda, facto visto por 25.240 espectadores presentes.
O Benfica, que sofreu a saída de várias pedras fundamentais (Enzo Perez e Rodrigo foram duas delas), anda à procura do novo fio condutor, o que vai levar algum tempo, se bem que três derrotas consecutivas causam “mossa”. Há que reter as cenas dos próximos jogos e tentar acabar a “mala pata”.
Artur, Gaitan, Salvio, Talisca, João Cancelo, André Almeida, registando-se os bons apontamentos de Bébé mas ainda sem rotina, enquanto no Ajax o melhor foi, sem dúvida, o guardião Kenneth Vermeer, bem seguido por Ricardo Kishna, Schonne, Milik, Nikles e Nick Viergever.
O juiz Hugo Costa (Lisboa), dirigiu o jogo ao estilo do “mundial”, isto é, sempre a andar, não há faltas e é preciso que joguem. No aspecto disciplinar, foram mostrados dois cartões amarelos, já no prolongamento, a João Teixeira (90+2) e a Arek Milik (90+4’)
As equipas alinharam.
Benfica – Artur; Maxi Pereira, César, Sidnei e Benito; Salvio, Ruben Amorim e Talisca; Lima, Cardoso e Gaitán. Jogaram ainda Paulo Lopes, Derley, Ola John, Eliseu, Jara, João Cancelo, Bebé, André Almeida e João Teixeira.
Ajax – Vermeer; Ligeon, Mike Van Der Hoorn, Niklas e Nicolai; Klaassen, Nick e Lucas Andersen; Lasse Schone, Arek e Ricardo Kishna. Jogou ainda Sheraldo Becker.
Artur Madeira