Coma exibição descolorida de mais para as cores brasileiras, a selecção na nação irmã disse adeus a mais uma final do mundial, com maior gravidade ainda por ter sido em casa, num Belo Horizonte que, de repente, se fez negro.
E, como disse o capitão Júlio César, “não há explicação para o inexplicável” resultado final (7-1 para os alemães) frente a uma formação germânica que comandou sempre o jogo.
Numa bola parada, aos onze minutos, a Alemanha colocou-se em vantagem e esse facto foi penalizador para uma equipa já de si “preocupada” pela ausência de Neymar (por lesão), que se fez sentir ao longo de todo o jogo, porquanto não havia ninguém para tentar “desbaratar” um adversário que teve a felicidade de marcar um golo cedo.
O mais grave, ainda, foi o facto de esse golo ter “sacudido”, de forma impressionante, o time canarinho, que começou a descambar aos vinte e três minutos quando sofreu o segundo golo, que desnorteou por completo uma ainda “apagada” equipa, sem “reagentes” à altura dos pergaminhos, aliás como se verificou – embora por outras razões – em 2006 e 2010, onde os brasileiros também não atingiram a final. Mais: nem foram às meias-finais. Por isso, esta situação não deve ser tratada como um drama – apesar do factor casa – mas de forma normal de um jogo de futebol. O que esteve “mal” foi a goleada dos 7 a 1. Aonde é que já ouvi (e vi) isto? Lembram-se?
O desnorte foi tanto ou tão pouco que em seis minutos o Brasil sofreu mais três golos. Entre os 11 e os 29 – apenas 18 minutos – o Brasil desceu aos infernos dos infernos.
Por culpa própria. Talvez Neymar fizesse falta, porquanto obrigava a Alemanha a tê-lo debaixo de olho – sem a estrela maior, a constelação alemã ficou mais aliviada – mas ficou completamente livre para jogar em todo o campo e fazer um resultado recorde nesta fase da competição.
Não se sabe o que aconteceu no intervalo, mas não houve nada que o “sargentão” Scolari pudesse fazer para que, no segundo tempo, o seu time regressasse ao jogo, onde pouco estivera nos primeiros 45 minutos. Nem a Nossa Senhora do Caravaggio esteve lá.
Pelo que não admirou que a Alemanha chegasse aos sete golos sem qualquer dificuldade – os jogadores brasileiros pareciam que não estavam em lado nenhum – admitindo apenas um golo aos brasileiros já em tempo de descontos.
Apesar de ter chegado às meias-finais, o Brasil já tinha dado sinais, aqui e acolá, de que “faltava” qualquer “condimento” para ser um time campeão. Conseguir chegar até aqui foi muito bom. Temos dever isto pela positiva. Entre 32 equipas, apenas uma pode ser campeã. E os factores a favor e contra são tão imponderáveis que tudo pode acontecer. Até como este 7-1 memorável.
Sobre a Alemanha, fez aquilo que soube. Jogou, por um lado, com a frieza que se lhe reconhece e, por outro, pelo calor que colocou em campo para empolgar um Mineirão alindado, formoso, quente mas … alemão.
Certa é já a vitória e o recorde de mais golos marcados num mundial para o alemão Miroslav Klose, que chegou aos 16 golos, afastando o nosso capitão Cristiano Ronaldo do primeiro lugar, com 15 golos.
Para rematar, até se poderá dizer que a Senhora Merkel, depois de dominar a Europa, conquistou o Brasil. O que antes os portugueses tinham feito há cinco séculos atrás. Que caíram também às mãos dos alemães.
Resta agora saber o que vai acontecer, esta quarta-feira, no Holanda-Argentina. O vaticínio inicial (pelo menos o meu e provavelmente de muitos milhares ou milhões) dava um Brasil-Argentina na final.
Não sendo assim, poderá ser um Holanda ou Argentina-Alemanha. E porque não pensar numa surpresa e voltar a ver a Holanda na final, como há quatro anos (quando a Espanha foi superior e se sagrou campeã mundial)?