Não foi, nem de longe, um jogo de nota artística alta, mas foi um jogo de Taça, em final de estação, em tom calmo-moderado e em que o Benfica acabou por ganhar bem ante um Rio Ave com falta de gás, pese embora uma segunda parte muito melhor e em que teve oportunidades para, quiçá, mudar o rumo dos acontecimentos.Como se esperava, o Benfica começou mais forte e em poucos minutos fez “tremer” a defesa do Rio Alve, com a conquista de três cantos, sem que daí resultasse perigo, mesmo jogando em jogo mais aéreo para municiar um Luisão a fazer de avançado centro.
Só aos 11’ o Rio Ave chegou perto da grande área do Benfica – que repetiu aos 13’ – mas sem consistência e sem perigo, o que se manteve durante algum tempo, atento a que era Ederson a salvar possíveis golos, com boas defesas.
Numa altura em que o jogo parecia algo “morto”, num relampejante remate do meio da rua Gaitán deu o grito do “ipiranga” e chutou forte ao ângulo superior da baliza de Ederson que, desta vez (20’), não conseguiu evitar o golo do Benfica.
O Rio Ave sentiu a “pancada”, abanou um pouco, e o Benfica tentou aproveitar a situação, tendo estado à beira do segundo golo, que só não aconteceu porque, uma vez mais, Ederson chamou a si a responsabilidade de o evitar. A falta de “pica” dos avenses, nesse espaço de tempo, levou a concluir a primeira parte com o Benfica em vantagem.
No segundo tempo, Gaitán volta a criar perigo e, tal como antes, foi Ederson a resolver a questão a ser favor, o que foi aproveitado para que o Rio Ave pudesse “afastar” um pouco a pressão do Benfica e tentar o golo que podia modificar a parte final do encontro. Ainda assim, o perigo voltou para a baliza de Ederson que tem de impor-se para evitar que Gaitan criasse mais uma boa ocasião.
Ao minuto 60’, quando se soube que a lotação do estádio estava esgotada (37.150 lugares), o Rio Ave começou a avançar com menos falhas – aproveitando um Benfica menos afoito – e podia ter empatado o jogo. Surgindo isolado frente a Oblak, Pedro Santos rematou para o poste contrário, com o guardião batido, mas a bola (com efeito contrário) foi bater o poste e chegar às mãos do guardião benfiquista.
Com as alterações feitas – tardiamente, porquanto Nuno Espirito Santo só aos 76’ é que fez a primeira substituição – o Rio Ave ainda tentou aproveitar o “susto” pregado ao Benfica para espevitar, com Ukra a obrigar Oblak a uma excelente defesa para canto e a evitar, de novo, o possível empate, o que se repetiu aos 72’ Com Oblak a defender a soco um remate de Edimar.
O Benfica sentiu no “pelo” a situação e voltou à frente, com Markovic a levar Ederson a fazer a defesa da tarde para evitar o poderia ser (aos 74’) o segundo golo.
E foi Oblak, dois minutos depois, a safar o Benfica de poder sofrer o golo do empate, ao sair da sua grande área para tirar a bola a um adversário que se isolou sem que Maxi Pereira estivesse no seu lugar.
Nos três minutos de prolongamento, Ukra marca um livre de cerca de 45 metros com a bola a bater no chão dentro da grande área, atrapalhação da defesa e foi Oblak, uma vez mais a sanar a situação de golo iminente.
Pese embora o Rio Ave tivesse mais activo nesta segunda parte do tempo complementar, criando condições para poder marcar, também é verdade que o Benfica esteve muito perto do 2-0 no mínimo por duas vezes.
Um triunfo certo e uma taça bem entregue ao Benfica, fazendo o triplo no mesmo ano (Campeonato, Taça da Liga e Taça de Portugal), considerado como caso único, embora faltando a mais importante: a Liga Europa. O que estragou a “contabilidade” geral no Benfica. Mesmo assim, foi muito bom. É que os seus adversários directos não ganharam mesmo nada.
Saliência para Oblak, Luisão, Maxi Pereira, Salvio, Rodrigo, Gaitan (o homem do jogo para a Comunicação Social) e Enzo Perez, foram os mais salientes nos encarnados, enquanto nos avenses o destaque vai para Ederson, Tarantini, Braga, Lionn, Ukra, Pedro Santos e Marcelo.
Carlos Xistra (Castelo Branco) – auxiliado pelos assistentes Jorge Cruz e Nélson Moniz – teve alguns erros de interpretação mas que não influíram no desenrolar do jogo até porque não se registaram situações dúbias.
As equipas alinharam:
Benfica – Oblak; Maxi Pereira, Luisão, Garay e André Almeida; Salvio, Rúben Amorim (André Gomes, 55’) e Enzo Perez; Rodrigo (Markovic, 65’), Lima e Gaitán (Cardozo, 86’)
Rio Ave – Ederson; Lionn, Marcelo, Rodriguez e Edimar; Filipe Augusto, Tarantini e Pedro Santos (Hassan, 79’); Ukra, Braga (Vilas Boas, 87’) e Rúben Ribeiro (Diego, 76’).
Disciplina: Amarelos para Ukra (29’), Rúben Ribeiro (45’), Lima (54’) e Braga (57). Vermelho para Lionn (90+3’).
Artur Madeira