TAÇA PORTUGAL – Benfica, 3 – F.C.Porto, 1
O Benfica venceu – e bem – um F. C. Porto fora-de-série (pela negativa), confirmando que o ambiente interno é de cortar à faca e ninguém é capaz de estancar a “hemorragia”, dando mais um passo decisivo para poder chegar a dobradinha.O Benfica, paulatinamente, soube tornear todos os obstáculos, o mais grave dos quais “aguentar-se” sessenta e seis minutos apenas com dez homens em campo e chegar a 3-1 não expectável, ante uma formação (banalíssima) dos campeões em título que, semana a semana, tem tirado o sono a toda a massa associativa de um clube perfeitamente descaracterizado, sem jogo, sem táctica, sem cabeça!
Começando ao ataque desde o apito inicial do árbitro, o Benfica massacrou durante o primeiro quarto de hora, conseguiu seis cantos consecutivos, dos quais nada resultou – porque para a táctica empregue na marcação não funcionou, quiçá pela falta de um homem alto, como Luisão, para cabecear – mas dando aso a que a defesa portista se “desconcentrasse”.
Isto porque no minuto seguinte (16’), o Benfica abriu o activo com um golo de Sálvio que, no seguimento de um centro bem medido de Gaitán, cabeceou forte e fez a bola entrar na baliza, junto ao poste, tornando infrutífera a tentativa de Fabiano chegar à bola. Um resultado que se aceitava face à pressão exercida pelos benfiquistas.
Por uma entrada mais ríspida (no entender do árbitro), Siqueira viu o amarelo (24’) por falta sobre Defour e, três minutos depois, foi para as cabinas mais cedo, por ter visto um segundo cartão da mesma cor, desta vez por falta cometida sobre Quaresma.
Com mais um jogador (ou com menos um se nos referimos ao Benfica), esperava-se que o Porto tomasse as rédeas do jogo e fosse rapidamente para a linha da frente, tentando criar nova vantagem em relação aos golos. Por vezes ainda tentou, mas como as linhas médias e recuadas do Benfica estavam alerta, nada de relevo se passou até ao intervalo.
O F.C.Porto fez muitos passes os passes de bola saiam quase sempre mal, a posição dos jogadores também não ajudou, muito menos ainda fazerem remates e golos na baliza de Artur.
Ainda assim, aproveitou da melhor forma a única oportunidade que criou e resultou, para chegar ao empate, depois de a defesa benfiquista ter falhado um passe e a boa chegar a Varela que, embora um pouco descaído sobre lado direito da baliza, rematou forte por debaixo das pernas de Artur, que só a viu dentro da baliza. Um empate (52’) que se aceitava, embora, apenas contra dez, o F. C. Porto nunca soube tomar partido disso.
Um rápido contra-ataque do Benfica, pelo lado direito do seu ataque, fez a bola chegar a Gaitán que foi para o chão, tendo o árbitro marcado uma grande penalidade. Que Gaitán caiu não há dúvida. Se foi ou não penalty, ficou-nos a sensação que foi um pouco “forçado”.
Chamado a converter, Enzo Perez não se fez rogado e mandou a bola para o lado contrário para onde estava o guarda-redes. Um 2-1 muito festejado aos 59’, quando no minuto seguinte foi a vez de Rodrigo perder soberana oportunidade para marcar, já que roubou a bola de um defesa mais ou menos distraído (como toda a equipa afinal), deu dois passos e tentou tirar outro defesa portista do caminho. Não o conseguiu porque escorregou. Mas ficou o aviso.
Vinte minutos depois (79’), o Benfica chegou ao 3-1 e houve uma invasão de campo por parte de alguns elementos das claques do Benfica, que levou o jogo a estar parado algum tempo.
Uma vez mais a defesa portista falhou e, desta vez, foi André Gomes que aproveitou para, numa excelente jogada, fazer um golo de belo efeito, que foi aplaudido intensamente pelos 45.380 expectadores que estiveram no Estádio da Luz.
Pode dizer-se que é incrível uma equipa como o F. C. Porto chegar a um ponto tão negativo. Depois de um ”Incrível Hulk” do antes passou-se a um “Incrível FCP” pela negativa. Mas também se deve dizer que, nesta altura “ninguém sabe nem consegue parar o Benfica”.!
A parte final do jogo (que foi aumentada em mais seis minutos pelos “sururus”) foi ainda pior do ponto de vista da ética desportiva: Jorge Jesus e Luís Castro foram expulsos, tendo Quaresma tido também o mesmo caminho, erros que “deram cabo” de um espectáculo que se queria melhor.
O Benfica venceu justamente e vai já a caminho do Jamor, para a final a disputar no dia 18 de Maio.
Saliência para Artur, Maxi Pereira, Salvio, Rodrigo, Gaitán, Enzo Perez, Jardel e, em especial, André Gomes no Benfica, enquanto nos portistas Fabiano, Quaresma, Fernando, Defour e Varela foram os melhores.
Pedro Proença (Lisboa), teve alguns erros de interpretação que levou a uma dualidade de critérios nalguns casos, apitou muito, algumas vezes sem necessidade, falhou algumas situações de benefício do infractor (dá a lei da vantagem mas logo a seguir apita), para além de tentar ser coloquial (falando demasiado com os jogadores), perdendo tempo ao jogo.
Sob a direcção de Pedro Proença, auxiliado pelos Assistentes Bertino Miranda e Tiago Trigo, as equipas alinharam:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Jardel, Garay e Siqueira; Salvio, André Gomes e Enzo Perez; Rodrigo (Lima, 65’), Cardozo (André Almeida, 35’) e Gaitán (Markovic, 90+2’).
F. C. Porto – Fabiano; Danilo, Reys (Quintero, 82’)), Mangala e Alex Sandro; Defour, Fernando e Herrera (Josué, 63’); Quaresma, Jackson e Varela (Ghilas, 72’).
Disciplina; amarelos para Quaresma (21’ e 48’), Siqueira (24 e 27’), Danilo (48’), Reyes (58’), Herrera (63’), Defour (75’), Jardel (77’), André Gomes (80’) e Ghilas (90´.
Vermelhos: Siqueira (27’), Quaresma (88’) e os dois técnicos Jorge Jesus e Luís Castro.