Foram milhares (cerca de 15 mil), os elementos das forças e serviços de segurança que manifestaram-se esta noite junto da Assembleia da Republica, num protesto parado por forças policiais (CI) na escadaria da Assembleia.
Viveram-se junto ao parlamento, momentos de alguma tensão, onde ficou latente uma vontade diferente entre os presentes, a comissão organizadora que apelava à moderação e uma faixa dos manifestantes apelavam à invasão das escadarias.
“Invasão”, foi uma das palavras de ordem mais ouvidas, logo na concentração no Marquês de Pombal, quer depois em todo o trajeto pelas ruas adjacentes até chegarem ao parlamento.
A ação de protesto organizada pela pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que inclui sindicatos da GNR, PSP, ASAE, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima, visava protestar contra cortes salariais e congelamento das carreiras.
Um dos pontos “quentes” da noite, passava pouco tempo depois das 20 horas, foi quando foram derrubadas as barreiras metálicas colocadas em redor da Assembleia da República, e posteriormente assistiu-se a duas fortes tentativas de invadir a escadaria passando depois ao jogo” do empurra para cá, empurra para lá. Foi visível a preocupação por parte das “forças de defesa”, tanto pelo contingente policial presente (o visível e o invisível, diga-se à civil) superior ao normal em circunstâncias semelhantes, quer pelos meios de captação de imagem que detinham para cobrir a manifestação.
Mas apesar deste braço de ferro, nada de grave aconteceu, as escadarias foram
mantidas e defendidas pelo corpo especial de policia, fazendo um cordão com várias filas de elementos do CI protegendo das tentativas de “invasão”.
Para o Ministro Miguel Macedo “num Estado de direito, há regras que devem ser observadas e limites que não podem ser ultrapassados”, mas a situação criada esta noite pode ter uma fatura elevada, é que para além do custo financeiro de todo em si de todo o movimento de operacionais destacados para “defender” a escadaria doa AR, questiona-se o futuro dentro destas forças
policias. O amanhã, como será o amanhã, o futuro nas esquadras, nos quartéis e noutros locais onde estão GNR, PSP, ASAE, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima. Muitos que desciam a Av. D.Carlos I, depois das 22 horas no regresso aos seus locais de trabalho ou de residência, diziam a bom tom que amanhã se coloca o “25 abril na berlinda”, com a pergunta que se exige aos seus camaradas : “Onde estavas no dia 6 Março? De que lado estavas?”
Perante este cenário, pode estar criada uma circunstância que implique um valor mais elevado da fatura para o Ministério de Miguel Macedo e mesmo para o governo. A instabilidade dentro das forças policiais, entre os elementos das forças policiais, principalmente PSP e GNR pode ser “um amargo de boca” num futuro próximo para o Governo.
Entretanto, uma comissão dos organizadores foi recebido pela presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, num encontro que permitiu a entrega de um documento com as reivindicações dos policiais.
No final a PSP pelo seu porta voz fez o balanço da “sua operação” informando que dos protestos resultaram dez feridos, seis polícias e quatro manifestantes, e duas pessoas foram identificadas por conduta errada perante as forças policiais.