Apesar de ter dominado maioritariamente o jogo, a verdade é que os leões voltaram a ficar em branco e, mais grave, não foram além de um empate que, nas vésperas de ir à Luz, é preocupante.
Não tanto em relação ao factor de maior número de golos marcados (que é seu) nem aos que sofreu (cuja defesa é a melhor), mas porque faz recordar o resultado do último encontro da época (péssima) passada e porque não se sabe o efeito psicológico que pode ter em relação ao jogo com o Benfica (no domingo). Quiçá a pressão sobre esse jogo terá estado ligado ao insucesso deste domingo. Aguarda-se que a “tempestade” passe.
Se o Sporting dominou, também é verdade que só se ganha com a marcação de golos, o que não se verificou e não por falta de oportunidades. A “inépcia” de alguns jogadores e o guarda-redes academista, Ricardo, foram as causas principais.
O Sporting começou mais depressa, criando situações oportunas para chegar ao golo mas nada saiu bem aos atacantes sportinguistas, onde a ligação entre William e Wilson, desta vez, quase não funcionou. Isso enquanto a Académica, musculada, não deu grandes hipóteses e as que surgiram foram perdidas.
Montero (6′), Jefferson (que atirou ao poste) e de novo Montero estiveram por perto em várias ocasiões mas os resultados foram nulos.
E a maior oportunidade foi de Marcelo que, depois de um passe de Ivanildo, em profundidade, rematou ao ângulo superior esquerdo da baliza de Patrício, com a bola a bater estrondosamente no poste e ir para longe.
Quase em cima da dos 45 minutos, Fernando Alexandre parece ter sido “puxado” por Adrien, acabando os dois no chão sem que o árbitro assinalasse fosse o que fosse, ficando-se na dúvida sobre se houve ou não grande penalidade contra o Sporting.
No segundo tempo, o domínio territorial continuou a pertencer ao Sporting mas, percebendo isso e desejando maior equilíbrio, Sérgio Conceição reforçou as linhas atrasadas, com a entrada de Manoel e Salvador Agra (este mais avançado), o que foi conseguido.
A primeira situação que podia dar golo verificou-se aos 51′ quando, num centro para dentro da área da Académica, a bola viaja até ao ombro/braço do defesa Halliche, surgindo também a dúvida se era ou não grande penalidade. Paulo Batista não assinalou nada.
Depois de se saber que estavam em Alvalade 36.168 espectadores, o que é muito bom (e confirma que os jogos às 16 e às 18 horas tem sempre mais gente), João Real, aos 69′, na tentativa de aliviar a bola da sua área, desvia para a própria baliza mas Ricardo estava atento e dez minutos depois foi Montero que teve o golo nos pés mas rematou contra o Aníbal Capela que estava à sua frente e a bola perdeu-se pela linha final, de cujo pontapé de canto nada surgiu.
Aos 86′, só e frente a Ricardo, Slimani permite que este lhe “roube” a bola, passando o perigo, guardião que voltou a confirmar a inviolabilidade da sua baliza aos 90+5′, ao defendo sobre a linha de baliza. E o zero-zero fixou-se.
Realce para Jefferson, Rojo, Maurício, Adrien e Carlos Mané no Sporting, enquanto o herói do jogo foi Ricardo, guardião dos estudantes, a par de Halliche, Marinho, Ivanildo, Fernando Alexandre, Macelo e Salvador Agra, na Académica.
A equipa de arbitragem, chefiada por Paulo Batista (Portalegre), apenas teve os problemas das possíveis ou não grandes penalidades não assinaladas (uma para cada lado) e do excesso de amarelos, alguns dos quais dispensáveis em função das faltas cometidas. Os auxiliares José Braga e Valter Rufo acompanharam o chefe.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cédric, Maurício, Rojo e Jefferson (Eric, 62′); André Martins (Slimani, 58′), William e Adrien; Wilson (Capel, 70′), Montero e Carlos Mané .
Académica – Ricardo; Marcelo, João Real, Halliche e Djavan; Makelele, Cleyton (Aníbal Capela, 73′) e Fernando Alexandre; Ivanildo, Magique (Manoel, 58′) e Marinho (Salvador Agra, 58′) .
Disciplina: amarelo para Marcos Rojo (26′), Halliche (49′), Cédric (62′), Djavan (77′), Ivanildo (81′), Salvador Agra (89′) e William (90+2′).
Artur Madeira
