Grande-Oficial para Ronaldo
Estes foram os sentimentos que emanavam daqueles (e eram algumas centenas) que junto ao Palácio de Belém, ao fim de mais de três horas à espera, viram “aquele que é melhor do mundo” passar a sua frente dentro de um carro sem parar.
{jathumbnail off}Foi uma tarde de emoções contraditórias, aquela que se viveu junto ao portão de acesso ao Palácio de Belém.
Pouco passava da uma da tarde quando um grupo de amigos, todos jovens de cabelos brancos, vindos do centro de Lisboa até Belém, chegavam para ver o melhor futebolista do mundo que é PORTUGUÊS, Cristiano Ronaldo.
“Vamos ficar para vê-lo chegar, porque disseram que ele vinha por aqui e que acenava ou dizia a deus antes de entrar para ir ter com o Cavaco” – dizia um dos elementos do grupo à reportagem da CN.
Com o passar do tempo esta ideia foi sendo contrariada, porque não havia informações de parte nenhuma, surgindo um primeiro desabafo quando, junto dos jornalistas ali presentes, é confirmada a presença de Ronaldo no interior do palácio. Surge a indicação junto dos populares ali presentes, que alegadamente Cristiano Ronaldo teria entrado por outra porta, “Entrou por uma porta lateral? … Isto não se faz, os portugueses mereciam um pouco de mais respeito, ele é o maior mas é português, pelo que podia demonstrar alguma simpatia para com os portugueses” – afirmava um dos elementos do grupo, facto que acabou mais tarde por ser desmentido.
O tempo foi passando e por via das novas tecnologias, era possível ver o desenrolar da cerimónia. Também foi possível ouvir ali e acolá alguns comentários sobre o local do evento como, por exemplo, “isto devia ser era num estádio, no estádio nacional”; outros diziam “para ser bem, seria sempre no Estádio de Alvalade, porque ele é do Sporting”, chegando um comentário para o consenso: “seria num jogo da seleção nacional isso sim! “.
E num momento surge a noticia, acompanhada por um pequeno fenómeno da natureza (nuvem) que ao passar por cima do palácio fez o efeito de “fumo branco”: terminou a cerimónia.
Renova-se a esperança, o alvoroço aumenta: “vamos para ali, vê-se bem melhor quando sair do carro” ou “vemos melhor lá ao pé da paragem”. Assim se preparava o ambiente para esperar que “o nosso Ronaldo” saísse.
Mas quando chega o momento para o êxtase de ver o carro com Ronaldo descer a rampa para sair do palácio, isso rapidamente desapareceu porquanto Ronaldo não saiu do “conforto” da viatura para agradecer a quem esteve ali varias horas para o felicitar, passando rapidamente pelas largas dezenas de populares limitando-se a acenar mas quase “por favor”. Alguns dos presentes manifestaram-se por terem visto um leve acenar por parte do “melhor do Mundo”.
A maioria dos comentários ouvidos foi de que “não podia parar e acenar à gente? Somos nós que pagamos para ir ao estádio ver jogar a seleção, os grandes vão à borla” ou “esteve tanto tempo lá dentro não podia parar um minuto”, com outros mais cáusticos como “ele veio do povo, mas agora não liga ao povo”.
E a ausência da família que uma semana antes esteve na cerimónia da Bola de Ouro? Para estranhar! A mais valiosa condecoração que recebeu do país não mereceu a presença família. Esquisito, no mínimo!
Assim terminou uma tarde que foi do oito aos oitenta nos sentimentos da alma lusa.