Os “comandos” de Manuel Machado terão começado a não perder o jogo no Alvalade XXI na táctica empregue desde o primeiro minuto, quase não deixando os jogadores leoninos “mexer-se” como pretendiam, e por uma dúvida, a seu favor, de se o golo e Slimani foi ou não “limpo”.
Adiantando já o final da partida, parece não restar dúvidas que o empate assenta bem às duas equipas, até porque o Nacional acabou por ser o que mais problemas criou no lado contrário ao seu reduto, em especial pela forma como defendeu (quase sempre homem-a-homem), deixando pouco espaço aos “mais artistas”, que preferiram, uma vez mais, jogar mais para o individual do que para o colectivo. Umas vezes dá certo, outras não, como se verificou contra os madeirenses.
Até aos 10′, foram até os visitantes que ganharam mais cantos do que os leões, apesar de terem sido estes a poderem criar uma situação difícil para a defesa nacionalista, mas o passe de André Martins para Montero foi muito longo e este não chegou lá.
Entre os 12′ e os 20′, o Sporting pressionou mais mas sem resultado, porquanto o único momento de perigo real aconteceu aos 15′, quando André Martins marcou um livre, com a bola em arco e a obrigar Gottardi a uma boa defesa para canto, do que nada resultou.
O Nacional subiu um pouco, aproveitando um momento de “reflexão” dos leões, com Claudemir, (32′) na marcação de um livre directo, atirou à figura de Patrício. Daí e até ao intervalo, foi o Nacional que comandou o jogo, ante uma certa apatia do Sporting, tendo Lucas (39′) feito um remate forte na direcção da baliza mas, pressionado por Rojo, não teve efeito porque a bola saiu a poucos centímetros do poste
No reatamento, André Martins ficou retido (lesão) no balneário e Slimani (a arma secreta opara resolver o jogo) entrou mas sem o “gás” que se esperava. Até porque a defesa do Nacional também manteve a “rédea” curta que vinha utilizando desde o início.
No entanto, aos 53′, o argelino teve o golo na cabeça mas a excelente cabeçada foi travada, com muita categoria, pelo guardião Gottardi, que enviou a bola para canto, de onde nada resultou.
Aos 57′, o golo esteve eminente. Depois de passe impecável de Djaniny, que entrou dois minutos antes, a bola chegou aos pés de Diego que apenas com Patrício pela frente, atirou ao lado. Que grande susto. Mas também felicidade.
O Nacional continua a jogar em antecipação e as dificuldades do Sporting em progredir mantém-se. E aos 65′ surge a “bronca” da noite. No lado esquerdo do ataque, Capel centra para a área e, na falta de qualquer toque, a bola segue para o lado contrário onde está Cédric que a reenvia para o miolo da pequena área onde Slimani, mais alto do que todos, cabeceou a bola para dentro da baliza. Toda a gente gritou golo. Mas não foi. E parece que todos também se questionaram sobre o motivo da não confirmação do golo.
Visto e revisto o filme, parece não ter havido qualquer falta. Apenas se vislumbra – ainda com a bola a viajar por alto – a mão de Slimani muito perto do tronco, não parecendo que tenha empurrado o defesa Rondon mas apenas tocado ao de leve nas costas. Não entendeu assim o árbitro e manteve-se o 0-0.
Vendo a “coisa” mal parada, o técnico dos leões faz entrar Wilson (68′) que deu outra dinâmica ao ataque leonino, ainda assim falhando, globalmente, quer na triangulação quer na finalização.
Soube-se que estavam 38.624 espectadores no Alvalade XXI (uma excelente casa para os tempos de crise que corre – haverá mesmo crise?) mas a verdade é que o golo não surgia.
Nos últimos vinte do tempo regulamentar o Nacional “refinou” a táctica das retensão de bola, perto da área do Sporting – como é dos livros – e o Sporting continuou a não conseguir encontrar o caminho para o golo.
Ainda dispôs de mais cinco minutos complementares mas nada surtiu a efeito.
Com este empate (que repete o verificado na época de 2010/2011, nessa altura 1-1) o Sporting desce ao segundo posto da classificação – embora com os mesmos números de pontos, de vitórias, de empates e derrotas do primeiro (F.C. Porto, com quem perdeu) e do terceiro (Benfica, com quem empatou mas tem um melhor coeficiente de golos marcados e sofridos)
Jefferson, Rojo, William, Adrien e Capel, destacaram-se nos leões, enquanto nos madeirenses os melhores foram Gottardi, Mexer, Marçal, Diego, Claudemir, Lucas e Djaniny.
Manuel Mota (Braga), não teve problemas de maior (a não ser na questão do golo não validado ao Sporting)bem como os auxiliares Paulo Vieira e Jorge Oliveira.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cédric, Maurício, Rojo e Jefferson; André Martins (Slimani, 45′), William e Adrien; Carrillo (Wilson, 68′), Montero e Capel (Carlos Mané, 83′).
Nacional – Gottardi; Zainadine, Mexer, Miguel Rodrigues e Marçal; Claudemir, Aly Ghazal e Diego Barcelos; Rondon (Jota, 81′), Lucas (Djaniny, 55′) e Candeias (João Aurélio, 67′).
Disciplina: amarelo para Jefferson (66′), Montero (79′), Zainadine (80′), Mané (86′) e Cédric (90+5′)
Artur Madeira