Se não há dúvida de que o Sporting venceu bem, porque foi quem mais porfiou pelo golo, também é verdade que beneficiou de um “empurrão” do árbitro da partida, porquanto a grande penalidade assinalada não o foi.
Mas já lá vamos.
Nos primeiros quinze minutos, o Sporting teve algumas dificuldades para assentar o seu jogo e chegar à baliza dos azuis do Restelo, porquanto a formação dava mostras de estar bem “arrumada”, apesar das investidas de Carrillo ou de Capel, por cada um dos lados do ataque leonino.
Aos 27′, numa dessas investidas, Capel lançou Cédric pela direita, com este a esforçar-se para conquistar a bola a Fernando Ferreira, num ombro a ombro que durou até a bola ter ultrapassado a linha final, espaço onde o defesa sportinguista caiu.
Muito lesto, mas também longe da jogada e “tapado” por vários jogadores, Hugo Pacheco (o árbitro que veio do Porto) assinalou de imediato a grande penalidade, mostrando também o amarelo ao defesa azul e branco.
Chamado a converter o penalty, Adrien não perdoou e abriu o activo (27′), o que deu outro élan à formação sportinguista, até aí sem jogadas de grande perigo.
Com o peito “cheio”, o Sporting acelerou e pouco depois podia ter feito o segundo golo não fosse a grande defesa conseguida por Matt Jones, no seguimento de um livre directo marcado por Jefferson (32′).
Doze minutos depois (44′), Montero, dando seguimento a um passe de Jefferson, chutou forte mas por cima da barra, num lance em que João Meira parece ter “puxado” o atacante sportinguista, já que este apareceu no chão. O árbitro, desta vez mais perto do lance, nada marcou. Mas ficou a dúvida.
O intervalo chegou e, no reatamento, notou-se que o Sporting mantinha uma maior pressão sobre os azuis que, por seu lado, surgiu um pouco mais lento do quer no primeiro. Como corolário da vantagem territorial, o Sporting chegou ao 2-0 pouco depois (52′) com um golo de André Martins, a responder da melhor maneira a um passe de Carrillo e numa altura em que não tinha nenhum adversário por perto.
Com este golo, o Sporting “matou” o jogo e os de Belém.
O domínio – com poucas ameaças dos azuis, ainda assim inconsequentes – dos leões foi-se avolumando, quer em posse de bola, quer em remates, mas a verdade é que os golos não surgiram, por um lado porque a bola não levava o caminho certo e, por outro, porque o guardião azul estava atento e defendeu alguns remates perigosos.
Foi preciso chegar ao minuto 84′ para surgir o terceiro golo, o melhor do jogo. Tendo entrado aos 72′, Wilson surgiu perto da grande área com a bola dominada, tirou um defesa azul do caminho e disparou fazendo a bola entrar a rasar o interior do poste mais perto, onde Matt Jones não chegou, apesar da estirada feita.
Em cimas dos 90′ foi ainda Wilson que fez furor rematando para uma grande defesa de Matt Jones, mas o resultado não foi alterado, mesmo com mais quatro minutos de compensação.
Como se referiu, o resultado ajusta-se ao desenrolar dos acontecimentos mas a felicidade do erro do árbitro abriu caminho mais cedo para o triunfo do Sporting.
Realce para o melhor jogador em campo, André Martins, bem acompanhado por Jeffersen, Rojo, Capel, Carrillo (que não foi substituído neste jogo, um caso raro), Willian, Wilson e Adrien (Sporting) e Matts Jones, Danielsson, João Afonso, João Pedro, Fernando Ferreira e Diawara (Belenenses).
Uma última nota: não tive direito, no início do jogo, da constituição das equipas. A segurança distribuiu todas antes. Uma cópia surgiu meia hora depois. Sem comentário.
O árbitro Hugo Pacheco dirigiu o encontro no estilo “deixa andar”, sem marcar quase nada, a não ser a penalidade que não foi (a não ser que a indicação tivesse sido do árbitro assistente, ficando-se na dúvida sobre uma eventual falta idêntica sobre Montero, enquanto os auxiliares (Nelson Moniz e Filipe Ramalho) estiveram bem.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cédric, Maurício, Rojo e Jefferson; André Martins (Vitor Silva, 85′), William e Adrien; Carrillo, Montero (Slimani, 79′) e Capel (Wilson, 72′).
Belenenses – Matts Jones; Duarte Machado, João Meira, João Afonso e Filipe Ferreira; Tiago Silva (Tiago Caeiro, 70′), Danielssen e Diakité (Fernando Ferreira, 55′); João Pedro, Diawara (Sturgeon, 45′) e Fredy.
Amarelos: Filipe Ferreira (20′), Diakité (32′), João Pedro (47′) e Fernando Ferreira (69′).
Artur Madeira