Sábado 23 de Novembro de 2024

Mais modalidades podem surgir em 2020

COIJogos Olímpicos

Em entrevista exclusiva ao jornalista italiano Giani Merlo, Thomas Bach, o novo presidente do Comité Olímpico Internacional, referiu que os Jogos de 2020 poderão ter mais modalidades sem que isso aumente o número de participantes.

Para Bach, apenas “dois limites são insuperáveis: o número de atletas presentes e o número mínimo exigido de infra-estruturas desportivas para as várias competições”, tendo concluído que “tudo o resto está em análise”.
Em função desta resposta, Giani Merlo – que é o presidente da AIPS, Associação Internacional de Jornalistas do Desporto – questionou se, apesar das citadas imposições, continuará a haver apenas 28 modalidades em actividade.
Bach, calmo, sereno e atento, respondeu que “Temos 28 modalidades (ou federações) e talvez não tenhamos de cancelar disciplinas para manter o número de atletas fixos. Por isso estamos a analisar a hipótese de reduzir as quotas para cada país”.
Salientou que “temos de esclarecer muito bem o conceito para podermos agir em conformidade”. Adiantou que “podemos ir a 29 ou 30, ou mesmo 26 e 27, assim como a Carta Olímpica também pode ser alterada”, tendo concluído que vai implementar contactos com vários parceiros para se chegar a uma conclusão.
Abordando as Olimpíadas de Inverno do futuro, sendo que havia a possibilidade de um conflito com a FIFA se o Campeonato do Mundo de 2022, no Qatar, foi disputado em Janeiro daquele ano, Bach respondeu que “conhece bem Blatter, que me disse que o evento está previsto para Novembro de 2022, não havendo conflito porque as olimpíadas de inverso serão em Janeiro. Até é uma boa ideia”.
Sobre a dopagem, Bach salientou que “só disse que é preciso proteger os atletas honestos. Com Sochi à vista, vamos aumentar o número de controlos de surpresa em 57%, ou seja, vamos passar de 800 para mais de 1200. No entanto, até lá, os comités nacionais também devem actuar em paridade, para evitar casos desagradáveis ​​nos Jogos. Se um atleta tiver resultados positivos, os outros atletas (inocentes) na mesma selecção também serão contaminados. Temos que defendê-los. Todos devemos trabalhar nesse sentido porque devemos combater doping e a manipulação de resultados, através da construção de uma frente unida. “
Outra questão colocada por Giani Merlo foi sobre a estratégia a implementar para com aos jovens, tendo Bach salientado que “no próximo ano haverá a segunda edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanjin (China) e devemos explorar esse evento para atrair a atenção dos jovens que não fazem parte do sistema desportivo”, tendo explicado que “não devemos limitarmo-nos a enviar mensagens para aqueles que já fazem desporto, mas sim convencer os outros milhões que poderiam seguir-nos na internet, mas na verdade, não fazem qualquer desporto.”
E reforçou com a afirmação de que “temos que trabalhar com a UNESCO para apresentar currículos desportivos nas escolas. Temos que desenvolver um plano de longo prazo de educação sobre o desporto. É um compromisso enorme e não podemos perder mais tempo, porque a contribuição da escola é essencial. “
Na resposta dada sobre a independência do Comité Olímpico Internacional, Bach referiu que a “nossa independência deve ser clara, como reiterei no discurso feito na ONU. O desporto tem que ser neutro. No entanto, é óbvio que todas as decisões que tomamos têm uma valência política, mas é importante que este permaneça dentro da esfera de nossa autonomia e independência, que são protegidos pela boa governação. Devemos respeitar os princípios de nossa Carta”.
Artur Madeira (c/AIPS)

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