Taça de Portugal – Benfica, 4 – Sporting, 3
Com um golo logo aos 12′, no primeiro do “hat-trick” de Cardozo, poder-se-ia admitir que o Benfica embalaria para uma “goleada”, o que veio a acontecer, mas não de mão beijada, se bem que a defesa sportinguista começou, logo aí, a “meter água”.
É que o golo, obtido de forma magnifica pelo número sete do Benfica, resultou de um enorme buraco criado pela defesa sportinguista, que não soube tapar, também com culpas para Patrício, que não verificou se o canto da baliza do lado do livre estava fechado. É que Cardozo enviou a bola para o fundo da rede por esse buraco.
Mas ainda houve outro facto que não se percebeu. A bola, dividida entre jogadores dos dois clubes, ressaltou para Gaitán que a reenviou para Cardozo, que estava em posição de fora de jogo. Deu a lei da vantagem e tudo bem. No entanto decidiu marcar a falta contra o Sporting, que esteve na origem do golo dos encarnados.
Dois minutos depois, Cardozo volta a aparecer só e não marcou porque Patrício, estirando-se, deu uma leve sapatada na bola que foi para canto.
O Sporting estremeceu um pouco com o golo e mais ainda porque Montero mal tocou na bola durante quase meia hora, não tendo oportunidade de rematar uma única vez.
Num rápido contra-ataque (31′) pela direita, a bola chega a Wilson que faz um centro milimétrico para Capel que, tal como tinha feito há oito dias, rematou de baixo para cima, com muita força, fazendo o empate.
Mas foi sol de pouca dura. Com maior pendor ofensivo, o Benfica voltou a aproveitar a apatia da defesa do Sporting e fez dois golos de rajada.
Primeiro (42′), Cardozo respondeu de forma soberba a um centro de Gaitán, elevou-se muito bem e cabeceou para o golo, com Patrício, na linha de baliza, a ficar inerte e a ver a bola a passar. Aos 44′, Cardozo chega ao terceiro golo consecutivo depois de, com muito espaço na área do Sporting, rematar forte, como quis e para onde lhe apeteceu, Patrício também “não” estava lá. Nem a defesa.
Com o intervalo à vista foi só gastar tempo e analisar o trabalho de Duarte Gomes, que marcou muito mais faltas a favor do Benfica do que do Sporting, sem que que houvesse justificação para todas, quiçá também a que deu origem ao primeiro golo dos encarnados.
No segundo tempo, parecia impensável que o Sporting não iria reagir da forma que o fez, mas a verdade é que o futebol – como todo o desporto – tem um tempo de jogo para jogar. E assim foi.
Continuando com o jogo dividido a meio campo e com maior vantagem para o Benfica em termos de remates à baliza (aproveita-se para dizer que o primeiro do Sporting foi aos 19 minutos da primeira parte), acabou por seu o Sporting a reduzir para 2-3 (62′) depois de um contra-ataque que levou Adrien a rematar para uma grande defesa de Artur para canto, de onde resultou o golo. Adrien foi ao quarto circulo central e Maurício apareceu do nada para cabecear da melhor forma para dentro da baliza.
A troca de Wilson por Carrillo deu resultado mas também não demorou que os excessos deste jogador acabaram por deixar de produzir o que se esperava.
Aos 83′ Cardozo perdeu uma boa oportunidade para marcar mas Patrício safou a bola para canto e no minuto seguinte foi Slimani que surgiu isolado frente a Artur (pareceu em fora de jogo) mas rematou ao poste e a bola perdeu-se.
Duarte Gomes deu mais 4′ de compensação e foi nesse espaço que o Sporting chegou, de novo, ao empate, numa recuperação sensacional.
Depois de mais uma arrancada fulminante, Adrien – quase em desespero – centrou para a baliza onde surgiu Slimani a cabecear para o fundo da baliza à guarda de Artur. Com o empate, o jogo foi para prolongamento.
Aos 98′, o Benfica voltou a adiantar-se no marcador, chegando ao 4-3 com um golo obtido por Luisão, caído no chão, que rematou com Patrício a fazer tudo mas não apanhar a bola. No 300º jogo entre os dois clubes, adivinhava-se que os de Alvalade ficariam para trás.
Ivan Cavaleiro, entretanto, obrigou Patrício a uma grande defesa (111′) e André Almeida (119′) perdeu a bola mas Montero não conseguiu melhor, no único remate certeiro, do que obrigar Artur a outra excelente defesa.
No deve e haver da emoção, fora e dentro dos relvados, dos golos e da intensidade “cardíaca” do jogo, Também houve polémica com a arbitragem. Primeiro porque apitava quase sempre a favor do Benfica e, depois, porque o Sporting reclamou de duas grandes penalidades não marcadas. E em cartões amarelos foi até à dezena, sem necessidade, num dos casos (Rojo) arredondado para o vermelho.
No Benfica, saliência para Artur, Luisão, Matic, Silvio, Gaitán e Cardozo, o homem golo da luz, enquanto no Sporting s destacaram, ainda assim, Patrício (muito inconstante e a deixar dúvidas para o jogo decisivo da selecção), Maurício, Jefferson, Rojo, Capel, William, Adrien e Slimani.
Do lisboeta Duarte Gomes já se disse quase tudo, ficando as dúvidas por esclarecer via TV.
Venâncio Tomé e André Campos, os assistentes, estiveram melhor.
As equipas alinharam.
Benfica – Artur; André Almeida, Luisão, Garay e Sílvio”; Enzo Perez, Matic e Ruben Amorim (Ivan, 69′); Markovic (André Gomes, 90′), Cardozo e Gaitán.
Sporting – Patrício; Piris, Maurício, Rojo e Jefferson; André Martins (Slimani, 69′), William e Adrien; Wilson (Carrillo, 60′), Montero e Cape (Carlos Mane, 81′).
Disciplina: Amarelo para Artur (72′), Rúbem Amorim (28′), Garay (90+4′), Sílvio (57′), André Almeida (68′), Markovic (55′), Maurício (79′), Slimani (108′), Carrillo (81′) e Rojo (duplo amarelo, 58 e 114′)