O velocista mais rápido do mundo, o jamaicano Usain Bolt, escreveu na autobiografia, lançada em Nova Iorque na passada terça-feira, que quer correr os 200 metros abaixo dos 19 segundos.
Recorde-se que Bolt é o recordista mundial dos 100 e 200 metros, respectivamente com 9,58 e 19,19.
Bolt salientou ainda que isso poderá acontecer em 2014 e que, se se verificar, significaria que tinha uma temporada perfeita, semelhante ao que tinha conseguido em 2008, quando alcançou os dois recordes mundiais, o que era melhor ainda do que ganhar medalhas nos próximos jogos Olímpicos (Rio de Janeiro).
Na autografia, com 291 páginas, denominada “Faster than Lightning” (mais rápido que o relâmpago), Bolt refere também que supõe não ser capaz de correr mais rápido nos 100 metros, pelo que aposta mais em baixar dos 19 segundos no duplo hectómetro,
“Para atingir esse ritmo, precisaria ter a temporada perfeita, igual à que tive em 2008. Acho que no próximo ano isso poderá acontecer, pese embora a janela de oportunidade esteja a ficar mais pequena a cada ano que passa.”
Referiu ainda que, face ao que conseguiu no passado recente, não descarta a obtenção de outro recorde mundial, lembrando que é o único obstáculo ao seu progresso.
Na autobiografia, o “parafuso”, como é conhecido, conta a sua história desde a infância, humilde, na Jamaica, até à entrada no estrelato internacional, onde se tornou o primeiro homem na história olímpica a ganhar os 100 e 200 metros com recordes mundiais (2008), tendo também sido, quatro anos depois, o primeiro homem a conquistar o duplo ouro em Jogos Olímpicos consecutivos, além de ter batido três recordes mundiais numa única Olimpíada.
Quanto aos jogos do Rio de Janeiro, tudo pode acontecer, quando completar 30 anos de idade, já que, nessa altura, haverá atletas com a mesma idade a correr entre 9,80 e 9,90.
“Se eu cuidar do meu corpo e se puder “empurrar” os limites, não duvido da minha capacidade de fazer 9,60 em 2016″. O mais importante para mim é estar no Brasil a competir ao mais alto nível.”
“Por enquanto – referiu Bolt – quero correr o mais rápido que puder e ser o melhor do mundo. Quando terminar com o atletismo, vou mudar de modalidade e seguir em frente. Se eu não puder competir no nível mais alto em 2016, então quero “transferir-me” para o futebol.”
Matt Allen, um escritor premiado, o autor da autobiografia, reconheceu que tem apoiada muitos atletas, incluindo Usain Bolt, tendo salientado a influência que Mills (o técnico actual) e ex-treinadores como Pablo McNeil e Fitz Coleman, tiveram na brilhante carreira deste fenómeno da velocidade mundial.
Artur Madeira (com AIPS)