Será bom que haja honestidade global e refiram que a estupidez paga-se caro. Primeiro porque não se vê futebol, segundo porque a equipa pouco se entendeu entre todos os sectores, que Ronaldo não resolveu nada – nem se entendeu com ninguém – e que Patrício pensou estar no parque infantil.
Não foi deslize, não foi infelicidade. Sabendo que o pé forte é o esquerdo, preferiu o direito e deu “bota”. Com a agravante de não ter nenhum companheiro por perto para poder colmatar qualquer coisa. Todos foram a frente e o caminho para a baliza ficou desguarnecido. E foi assim que Bem Basat “bazou” com a equipa de todos nós – pelo menos estiveram em Alvalade 48.317 “defraudados” depois de tanto apoiar a formação – para um “play off” (a Rússia despachou o Luxemburgo por 4-0) que pode sair furado, tanto mais que Ronaldo e Pepe não vão jogar face ao amarelo visto. São estrelas Senhor! Perdoai-lhes!
Jogando sob a rectaguarda e sem se afoitar muito no contra-ataque, Israel teve ainda a arte de defender “em cima”, como se diz na gíria, isto é, sem dar espaço de manobra aos jogadores portugueses.
Enquanto pôde, “queimou” tempo, tanto quer a equipa nacional só aos 19′ criou perigo com um remate a sério de Ronaldo mas que passou ao lado. Nani (22′) teve um pouco mais de sorte porque atirou para o guarda-redes defender. O que terá sido a “pedra de toque” para se chegar ao golo cinco minutos depois.
Primeiro é Ruben Micael que obriga o guardião israelita a uma excelente defesa para canto. Na sua marcação, a boa viaja até ao lado contrário onde, milimetricamente, Pepe desmarca Ricardo Costa, que chega à bola na altura precisa e, com a baliza aberta, fez o 1-0 para Portugal (27′).
Com o estádio cheio como um ovo e com toda a gente entusiasmada, Portugal teve o “empurrão” que precisava para insistir. No entanto, na prática, só se jogou a meio campo, sem lances de perigo para qualquer dos lados, se bem que os dois defesas serviram como alas, sempre a abrir caminho para a frente e o intervalo chegou depressa.
No tempo complementar, Portugal entrou mais rápido, para tentar aumentar a vantagem e segurar uma vitória que assentaria bem, apesar de a exibição, até ai, não ser brilhante.
Assim foi que Hugo Almeida (50′), Veloso (60′), Ricardo Costa (61′), Josué (que entrou aos 70′), Nélson Oliveira (que entrou aos 70′ também) e ainda Ronaldo (73′) e Antunes (78′) podiam ter marcado face às oportunidades que criaram
Em contrapartida, chegou o brinde de Patrício, confrontado com o alívio da bola dos seus companheiros da defesa para si próprio que deram no que se viu: o empate, de forma fácil, por Eden Bern Basat (85′), atirando para a baliza deserta. Um prémio inesperado mas no aproveitar é que está o ganho.
Resta vencer, como se espera, o Luxemburgo (dia 15) e aguardar para se conhecer o adversário do play off para, quiçá, podermos chegar ao Brasil, 500 e tal anos depois de Pedro Álvares Cabral.
Na equipa nacional, relevo para Pepe, Hugo Almeida, João Moutinho, Pepe, Ricardo Costa, Nani e Antunes, com o maior relevo dos israelitas a ser o guardião Dudo Aouate, à frente de Natcho, Basat, Yeini e Harush.
A equipa de arbitragem, na Noruega, esteve muito bem, passando perfeitamente despercebida não fosse as “tiradas” o suíço Stephan Studer esteve muito bem, não deu azo a reclamações e soube controlar os jogadores mais afoitos. Os assistentes também estiveram bem.
As equipas alinharam:
Portugal – Rui Patrício; André Almeida, Pepe, Ricardo Costa e Antunes; Ruben Micael (Josué), Veloso e João Moutinho; Nani, Hugo Almeida e Ronaldo.
Israel – Aouate; Meshumar, Bem Haim, Bem Harush, Tibi e Yeini; Radi (Lior Refaelov, 67′) e Zahavi (Omer Dmari; Ben Basat e Barda (Bem Chaim, 59′).
Disciplina: amarelos para Lior Refaelov (83′), Pepe (84′) e Ronaldo (90+1′).
Artur Madeira