Parece o título mais indicado para esta partida – que o Benfica tinha obrigação de ganhar mas que não jogou para isso – onde o Belenenses quis (e fez tudo para isso) obter um resultado positivo para oferecer ao agora cidadão Mitchell Van der Gaag, que foi obrigado a desistir da actividade de treinador e lutar pela vida! Bonito!
No desporto de alto rendimento não se pode jogar (ou não jogar) como o Benfica o fez e o empate, embora justo, até pode parecer uma dádiva para o clube da águia, que continua a voar muito bem, ao contrário da equipa, que tenta “voar” alto e para longe mas, para o caso, em sentido negativo. Mas ainda vamos apenas com cinco jornadas e, como se diz, o primeiro milho é dos pardais! Será? Mais tarde se verá!
Pese embora tenha tido maior posse de bola, nem por isso se registou um a vantagem muito grande sobre os azuis de Belém, que preferiu ser mais prático e pragmático, com menos rendilhados e maior objectividade atacante.
Até cerca dos vinte minutos da primeira parte, o Benfica dominou mas tardava em rematar a sério à baliza, que apenas se verificou aos 7′ com um remate de Enzo ao lado, tendo Cardozo, no minuto imediato, dado o primeiro sinal de perigo ao obrigar Jones a uma excelente defesa.
Os azuis responder de imediato com duas jogadas que criaram perigo, a primeira com João Pedro (10′) à rematar de longe e a meia altura para obrigar Artur a esticar-se para desviar a bola para canto e, a segunda, quando Tiago Silva (16′) rematou à meia volta para uma defesa mais fácil de Artur.
Na resposta, o Benfica chegou ao 1-0 (17′). Respondendo a um passe largo de Lima, Cardozo elevou-se e cabeceou para a baliza, fazendo a bola bater na parte interior da barra e anichar-se na rede.
Num retorno célere, o Belenenses engendrou duas jogadas de perigo com Sturgeon (27′), à entrada da área, rematar com força mas a bola saiu muito alta e dois minutos depois foi Fredy (29′) que se isolou pela ala esquerda, entrou na grande área, onde Luisão desviou para canto com alguma dificuldade.
Na sequência (30′), os azuis chegaram à igualdade. Canto marcado lá para em “cima”, nas nuvens, onde surgiu um Diakité de forma fulgurante a bater Artur sem apelo nem agravo.
Até ao intervalo nada de relevo.
O segundo tempo “começou” aos 53′, quando Cardozo, a passe de Lima, rematou a rasar o poste. Aos 63′ Lima perdeu um golo certo ao, frente a Matt Jones, atirar para cima da baliza e aos 68′ o Benfica pede grande penalidade depois de Cardozo ter caído na área dos azuis em luta com um defesa na disputa de uma bola alta. Não nos pareceu falta em nada, mas fica a dúvida até que os “experts” falem da matéria. Penalty não foi, de certeza, no Porto-Guimarães, mas a Paixão (de profissional) meteu água que, depois de Luis Filipe Vieira ter dito que o Benfica foi prejudicado pela arbitragem advinha-se que pode vir por aí um qualquer “tsunami” ou coisa pior nos próximos tempos.
Cardoso (72′) chegou atrasado a um centro de Maxi Pereira e o Benfica voltou a abrandar. João Pedro (75′) obriga Artur a uma boa defesa e Rodrigo (83′), sozinho na área, cabeceou para as mãos de Matt Jones.
Até aos 90′ (mais 6′ que terão sido exagerados), pouco perigo se passou, a não ser a mostragem de três cartões amarelos, tendo o Belenenses sabido reter a bola por forma a deixar escoar o tempo a seu favor, dado que o empate valia ouro para a equipa.
No Benfica, Saliência para Artur (que recebeu uma camisola comemorativa por ter completado cem jogos pelo Benfica), Cardozo (pelo golo e pouco mais), Cortez (sempre a atacar), Maxi Pereira e Matic, enquanto nos azuis o destaque principal foi para João Afonso o defesa central que decidiu sempre a favor da equipa, bem acompanhado pelas boas prestações de Matt Jones, João Pedro e Diakité, para além de Tiago Silva e Sturgeon.
Refira-se ainda a homenagem feita a Gary McNamara, o surfista da onde dos 30 e não sei quantos metros, que recebeu uma camisola do Benfica.
Sob a direcção do aveirense Jorge Tavares (não nos pareceu que tivesse problemas graves nas decisões que tomou), acompanhado por José Oliveira e Luís Constança), equipa sem grandes e bicudos problemas para resolver, as equipas apresentaram os seguintes onzes iniciais:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Cortez; Fejsa, Matic (Sulejmani, 63′) e Markovic; Enzo Perez (Gaitan, 45′), Lima (Rodrigo, 79′) e Cardozo.
Belenenses – Matt Jones; Duarte, João Afonso, João Meira e Filipe Ferreira; João Pedro, Diakité e Danielsson; Tiago Silva (Eggert Jonsson, 82′), Sturgeron (Diawara, 64′) e Fredy (Arsénio, 70′).
Disciplina: Amarelo para Matic (57′), Tiago Silva (75′), Matt Jones (77′), Diawara (90+4′), Fejsa (90+5′) e Arsénio (90+6′)
Artur Madeira