Com uma exibição global muito positiva, sob o alto rendimento do maestro Montero (três golos), o Sporting goleou (5-1) um Arouca que caíu na desgraça de ser a “vítima” de um apetite “desenfreado” de leões, aliás aberto pela ousadia dos visitantes em abrir o activo em Alvalade e também porque não marcavam cinco golos na ronda inicial há cerca de trinta anos.
Quem este Sporting e quem o viu há uma semana atrás, ante o Fiorentina, tudo mudou neste espaço de tempo. Como também foi diferente o comportamento dos dois adversários dos leões: Arouca dado a jogar taco a taco e uns italianos mais preocupados em sofrer poucos golos de jogar o jogo pelo jogo.
Importa também salientar que, jogando sem grandes preocupações defensivas, pelo menos na primeira parte, o Arouca procurou estar sempre em jogo vivo e, dessa forma, travar qualquer veleidade que o Sporting tentasse para fazer jogadas completas.
Aos 16′ Adrien beneficiou de um livre fora da grande área, fez um centro-remate para o poste mais longe mas viu a bola bater na trave e perder-se de seguida.
Isto parece ter sido a pedra de toque para que o Arouca arriscasse mais um pouco e a verdade é que surtiu efeito, avançando sem medos e conquistando um pontapé de canto.
Chamado a marcar, o médio David Simão marcou para a grande área, a bola é tocada por alguns jogadores e chega a Bruno Amaro que remata rasteiro junto ao poste, onde Patrício não chegou e o activo foi aberto pelos forasteiros, decorria o minuto 18.
Como lhe competia, o Sporting reforçou as acções atacantes mas foi preciso esperar pela meia hora para chegar ao empate. Na marcação de um canto por Jefferson, Maurício foi lá à frente na hora e tempo certo para entrar de rompante e cabecear a bola para dentro da baliza, aproveitando o salto atrasado do guardião Stefanovic, o que se verificou de novo na jogada seguinte, não dando golo porque Montero chutou para a nuvens.
Acertando em cheio aos 37′ para o 2-1, quando a passe de Wilson e sem ninguém por perto, se limitou a empurrar a bola para dentro da baliza, numa falha flagrante de toda a defesa do Arouca.
No segundo tempo, o Arouca manteve-se com a mesma disposição de fazer o jogo pelo jogo e, aos 52′, podia ter marcado não fosse Patrício ter safado.
No entanto, começou a notar-se algum cansaço na formação arouquense, o que se considera natural (pese embora apresentasse um nível físico muito bom), o que aproveitou o Sporting para carregar a fundo, chegando ao 3-2 aos 66′, num passe largo de Carrillo (na direita) para o lado contrário, onde surgiu William à vontade e com tempo para avançar dois metros, driblar o defesa e rematar sem apelo em agravo.
Com a entrada de Capel (68′), a pressão sportinguista foi ainda maior e aos 70′, precisamente numa jogada iniciada pelo espanhol, Capel faz a boa viajar até ao centro da pequena área onde Montero, só, domina a bola e faz o 4-1 sem qualquer problema.
Apesar da boa vontade do Arouca, que tentou diminuir a vantagem (e merecia), foi o Sporting que chegou ao 5-1 final. De novo Capel (a jogar pela esquerda) a conduzir a bola, faz o centro para Montero dentro da área adversária e, depois de tirar um adversário do caminho, chutou relativamente fraco, remate que até enganou o próprio guarda-redes.
Um triunfo justo do Sporting, jogou mais e melhor mas um resultado de certo modo pesado para aquilo que o Arouca fez. São as condicionantes do desporto.
Relevo para as exibições de Montero (três golos são obra em estreia na Liga), Maurício, William, Adrien e Wilson, no Sporting, e Luís Dias, David Simão, Bruno Amaro (o melhor), Pintassilgo e Henrique, no Arouca.
Sob a direcção de Rui Costa (Porto), sem problemas de maior, realce-se a acção dos dois árbitros auxiliares (Nuno Manso e Bruno Rodrigues) na atenção, em especial o da bancada poente (cabinas) que não permitiu que a bola na marcação dos cantos fosse colocada fora da linha que delimita o quarto de círculo, como a maioria dosa jogadores faz quase sempre.
As equipas:
Sporting – Rui Patrício; Cédric, Maurício, Rojo e Jefferson; Wilson, William Carvalho e Adrien (Rinaudo, 84′); Carrillo (Capel, 68′), Montero e Magrão (André Martins, 38′).
Arouca – Stefanovic; Luís Dias, Milka, Henrique e Tinoco; David Simão (Serginho, 60′), Nuno Coelho e Bruno Amaro (André Claro, 74′); Paulo Sérgio, Roberto e Pintassilgo (Soares, 74′).
Disciplina: amarelo para Pintassilgo (12′), Luís Dias (15′) e Soares (90′).
Artur Madeira