Sábado 24 de Novembro de 8401

“Em cinco minutos …”, como na canção

slb  bandeiraBenfica, 0 – São Paulo, 2

Como a letra de uma bela canção romântica portuguesa (não sei se de Tony de Matos) – que refere que “em cinco minutos…” – a verdade que foram precisos apenas dez para que o Benfica sofresse dois golos e perder a 6ª Eusébio Cup, ante o seu público.

Um princípio pouco auspicioso para quem quer ser campeão.
Apesar de Lima, logo aos três minutos, rematar à barra, depois de um centro-remate do lado contrário para “testar” a atenção de Ceni, o guarda-redes dos paulistas, e de o Benfica tentar abrir o marcador, o que falhou sempre no decorrer da primeira parte, tendo a bola em seu poder durante muito mais tempo que o adversário, a realidade é que até ao intervalo pouco de emotivo se registou, a não ser a atenção do referido (Rogério) Ceni na guarda da sua baliza.
Markovic (13′ e 36′), Lima (34′) e Matic (41′) tiveram oportunidades para chegar ao golo mas isso não se verificou porque os benfiquistas não acertavam com a rede à guarda de Ceni que, noutras situações, defendeu e bem os remates dos adversários. Um “filme” já visto ao longo de quase toda a época passada.
Com mais calma, melhores passes, maior articulação na defesa e transição para o ataque – quiçá a acusar o esforço no recente torneio efectuado na Alemanha, em que perdeu com o Bayern de Munique e outros “monstros” do futebol internacional, o São Paulo pecou pela falta de remate, sendo que, ainda assim, obrigou Paulo Lopes a estar atento e a “fechar” a baliza aos 44′, quando teve de se esticar para desviar uma bola, centrada por Douglas e desviada por Aloísio, para canto.
No tempo complementar, Djuricic, a nova estrela que substitui (?) Cardozo – que se apegou muito à bola mas que não dava saída para lado nenhum – foi substituída por Rodrigo, que há dias tinha marcado três golos, para “tratar” do assunto da falta de golos. Puro engano.
E foi o São Paulo que mudou por completo de comportamento e “atirou-se” de cabeça para a frente.
Aos 48′, Osvaldo rematou forte para Paulo Lopes defender com os pés e foi o sinal de que as coisas iriam mudar.
Bastaram quatro minutos (52′) para os brasileiros marcarem o primeiro golo.
Num rápido contra-ataque conduzido por Douglas, a bola chegou a Aloísio que fulminou a baliza de um Paulo Lopes que nada podia fazer para deter o petardo confirmador do golo dos visitantes, numa altura em que a defesa benfiquista mostrava alguma intranquilidade e eventual cansaço.
O que aumentou a “angústia” de Jorge Jesus, por um lado porque Rodrigo nada fazia e, por outro, porque aos 56′ foi, de novo, Aloísio que num remate enviesado para o poste mais longe onde surgiu Paulo Lopes a “safar” para canto. A “agressividade” paulista estava a subir consideravelmente.
Tanto que, aos 62′, chegou aos 2-0 com uma facilidade estrondosa. Num rápido lançamento de Douglas para trás da linha defensiva do Benfica, surgiu isolado o médio Rafael Toloi – que pareceu estar em fora-de-jogo mas que Cortez colocou em jogo porque não foi célere a avança para a “linha” – a, ante a surpresa de Paulo Lopes, rematou para o fixar o resultado, apesar da quase meia hora que faltava para terminar o jogo.
Antes disso, aos 60′, o Benfica tinha feito entrar três jogadores “frescos”, que nada puderam fazer para modificar o rumo dos acontecimentos. Em dez minutos, o São Paulo deu a volta ao jogo o troféu de Eusébio estava quase a seguir para São Paulo.
A desorientação era tanta na formação benfiquista que Matic (85′) e Maxi Pereira (85′) foram amarelados (e bem), o primeiro por chutar a bola para longe depois de o árbitro ter apitado e o segundo por consecutiva indisciplina, a que o árbitro foi fechando os olhos até onde pode.
Daí que não admirasse que foram ainda os brasileiros que estiveram à beira do terceiro golo, depois de, aos 70′, o defesa central Edson Silva ter cabeceado a bola ao poste, na sequência de um pontapé de canto.
Aos 85′ Rodrigo ainda cabeceou a bola para a baliza de um Rogério Ceni atento, pelo que defendeu facilmente.
Os 30.638 benfiquistas presentes no Estádio da Luz, por certo que não gostaram deste “ensaio geral” mas há que acreditar “que ainda estamos no início da época”, como salientou Jorge Jesus.
Relevo para Paulo Lopes, Cortez (o defesa esquerdo que continua a ser extremo esquerdo contra vontade de Jesus), Matic, Markovic, salientando-se ainda, no São Paulo, Ceni, Toloi, Wellington, Edson Silva, Osvaldo e Aloísio.
Sob a direcção de Duarte Gomes, coadjuvado por Venâncio Tomé e Pedro Garcia, num trabalho que se pode considerar bom, as equipas alinharam:
Benfica – Paulo Lopes; Maxi Pereira (André Almeida, 45′), Luisão, Garay e Bruno Cortez; Gaitan (Suleijman, 60′), Enzo Perez (Ruben Amorim, 60′), Matic e Markovic (Olá John, 60′); Lima e Djuricic (Rodrigo, 45′).
São Paulo – Ceni; Douglas, Edson, Fabrício (Maicon, 45′), e Osvaldo (Silvinho, 85′); Douglas, Toloi, Caio e Wellington; Jadson (Evangelista, 80′) e Aloísio;
Cartões amarelos para Maxi Pereira e Matic.

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