Sexta-feira 23 de Novembro de 5923

Vitória de Guimarães e a Cidade Europeia do Desporto

Benfica-Guimaraes 41J9352Numa intervenção cirúrgica que durou apenas dois minutos, o Vitória de Guimarães fez história no desporto nacional, comprovando que o lugar conquistado na Europa foi perfeitamente justificado ante um Benfica apagado, com sorte, mas sem tino para quase nada.

Em termos de jogo jogado, o Benfica começou por criar a melhor oportunidade logo aos sete minutos quando, depois de um deslize da defesa vitoriana, Matic cabeceou para Douglas brilhar a grande altura, ao safar um golo quase certo.

Douglas que voltou a estar em grande plano ao defender, com alguma dificuldade, um centro remate de Gaitán, que o ia traindo.

Aos 15′, Cardozo surge isolado – pareceu precedido de fora-de-jogo – mas perdeu tempo a dominar a bola e quando rematou fê-lo para as mãos de Douglas, que estava atento.

Num período de bola lá bola cá, o jogo dividiu-se pelos dois meios campos sem que houvesse algo de grande importância, com o Vitória a mexer-se até melhor do que o Benfica, com alguns jogadores algo apáticos, parecendo adivinhar que a “coisa” podia não correr bem.

Aos 22′, Cardozo surgiu de novo sozinho lá à frente, chocou com Douglas (que se fez à bola de pé em riste) e ficou-se na dúvida sobre o que Jorge Sousa iria fazer, já que apitou. De novo, pareceu que Cardozo partiu em fora de jogo. Foi isso afinal que o árbitro penalizou já que o auxiliar nada fez.

Aos 28′, o Vitória podia ter aberto o activo. Num contra-ataque rápido, surgiu com cinco jogadores junto à grande área do Benfica, onde apenas estavam dois defesas. Soudani passou a Addy mas este não soube rematar e esfumou-se a oportunidade.

Que o Benfica aproveitou na jogada seguinte, por culpa de Kanu, que não conseguiu aliviar a bola como devia ser, uma vez que rematou contra Gaitan e a bola a entrar directamente na baliza de um Douglas desesperado. E com razão. Muita sorte para Gaitan e para o Benfica, que abriu o activo aos 29′.

A partir daí, o jogo amainou de ritmo e até chegar o intervalo apenas se registaram duas situações passíveis de dúvidas.

A primeira, aos 41′, quando numa excelente triangulação entre Enzo, Máxi e Lima, este último rematou para as nuvens. A segunda, aos 44′, quando Balde cai dentro da área do Benfica, em despique com Luisão, mas que o árbitro nada marcou.

No segundo tempo, o Benfica surgiu cheio de força, quiçá para tentar resolver o jogo, surgindo logos aos 47′ uma primeira oportunidade, a centro de Gaitan, que Cardoso correspondeu com um bom cabeceamento mas para Douglas defender para canto, de que nada resultou.

Surgiu a notícia de que o número de espectadores foi de 36.850 (lotação esgotada segundo foi anunciado) mas havia clareiras numa parte das bancadas.

Sem que nada de importante se verificasse até aos 75′, porque se jogava apenas a meio campo, parecia que, no último quarto de hora, se manteria a mesma toada. Três substituições entre os 77 e os 86′ (uma para o Vitória e duas para o Benfica), afinal, vieram alterar o panorama final.

Aos 79′, aproveitando uma falha de Artur, que colocou a bola em Crivellaro e este iusolou Soudani para empatar o jogo e, dois minutos depois, o Vitória chegou ao segundo golo, quase da mesma forma.

Apatia completa por parte da defesa benfiquista, e Ricardo – que foi considerado o melhor jogador em campo – desembaraça-se, dentro da grande área, dos defesas do Benfica e fez um excelente remate com o pé esquerdo para o canto contrário da baliza, fora do alcance de Artur. Mas ainda faltavam nove minutos (mais três acrescentados pelo árbitro).

Mais do mesmo. Um Benfica sem garra e um Vitória a segurar o seu primeiro título na Taça de Portugal. Um resultado e uma vitória justa.

O jogo foi dirigido pelo juiz Jorge de Sousa (Porto), coadjuvado pelos árbitros assistentes Bertino Miranda (Porto) e Álvaro Mesquita (Vila Real), tendo estado em plano razoável, sem falhas de maior mas podia ter feito melhor, em especial se os auxiliares tivessem ajudado mais um pouco, em especial no caso dos foras de jogo.

As equipas alinharam:

Benfica – Artur; Máxi Pereira, Luisão, Garay e André Almeida; Salvio, Matic, Enzo Perez (Aimar, 86′) e Gaitán (Rodrigo, 82′); Lima e Cardoso (Urreta, 68′).

Guimarães – Douglas; Kanu (Marco Matias, 64′), Paulo Oliveira, André, El Adous e Addy; Ricardo, André e Leonel Olimpio (Crivellaro, 77′); Balde (N’Diaye, 90+1′), Tiago Rodrigues e Soudani.

Disciplina: Amarelos para Matic (21′), Enzo Perez (40′), Balde (71′) e Addy (73′)

Artur Madeira

© 5923 Central Noticias. Todos os direitos reservados. XHTML / CSS Valid.