Não cumprindo o ritual padronizado – isto é, aterrar em segurança no poleiro instalado no relvado – a Águia do Benfica decidiu voar e subir tão alto que desapareceu do horizonte visual dos 51.349 espectadores presentes. Terá sido pelo prenúncio de que o Benfica não chegaria a campeão?
Fosse pelo que fosse, a Águia desapareceu e o título também, pelo menos há duas semanas, quando a equipa não soube dar a volta aos canarinhos do Estoril, que tanto “bicaram” que “perfuraram” os sentimentos globais de toda a gente do clube da Luz, que aguarda agora que, tal como o Presidente da República o fez a propósito da Troika, da 7ª avaliação e por aí fora, entendeu que Nossa Senhora de Fátima ajudou Portugal. Há que aguardar até domingo. Com esperança.
E o início do jogo foi antecedido com um pormenor decorrente de que teria que começar à mesma hora em todos campos. Daí a espera. Caricato? Talvez!
Quanto ao jogo, no cômputo geral, não existe qualquer contrariedade em relação ao triunfo benfiquista, se bem que a qualidade de jogo não fosse famosa. É latente nos jogadores do Benfica uma certa descrença, desalento, depois do “crash” das Antas.
Razão pela qual se viu a perder ainda antes do intervalo (42′), num golo tão inesperado como rápido. Um livre em que Ghilas marca rapidamente, enquanto Luisão tentava pedir esclarecimentos junto do árbitro que não atendeu, para Vinicius surgir frente a Artur e rematar sem defesa possível.
Até aqui e apesar de algumas oportunidades para o Benfica poder marcar, a verdade é que o Moreirense soube fechar bem os caminhos para a sua baliza, o que atrapalhou o objectivo de o Benfica marcar mais cedo, se bem que o espirito da equipa tivesse estado algo por baixo.
No minuto complementar aos primeiros 45′, Lima ainda mandou a bola ao poste, depois de Enzo Perez, cerca dos 23′, ter perdido uma oportunidade flagrante de marcar.
No segundo tempo e ao fase entrar Gaitan, Jesus tentou dar a volta ao resultado, o que se verificou logo aos 50′, com o recém-entrado a centrar, com peso e medida para a cabeça de Cardozo, que não perdoou e empatou o jogo.
Enquanto o Benfica aumentou um pouco o ritmo, o Moreirense começou a baixar os flancos e era crível que o resultado se iria “virar”.
Demorou mais do que era pensável, mas o 2-1 surgiu (79′) quando Lima, à segunda tentativa, fez entrar a bola na baliza de Ricardo, que defendeu o primeiro remate mas não a recarga do mesmo jogador.
O terceiro golo surgiu nos 90+2′, de grande penalidade – concretizada por Lima – a castigar uma jogada com a mão de Paulinho, que foi expulso, isto depois de Ricardo ter feito outra boa defesa a remate de Luisão.
No Benfica, relevo para Artur, Luisão, Cardozo, Lima (estes dois pelos golos e pouco mais), enquanto no Moreirense o destaque vai opara Ricardo, Fabio Espinha, Ghilas, Vinicius e Diego Gaúcho.
O funchalense Marco Ferreira deixou jogar, não complicou, sendo coadjuvado pelos assistentes Cristóvão Moniz e Sérgio Serrão que, sem terem influência, atrasam-se demais na marcação dos fora-de-jogo.
As equipas alinharam:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e André Almeida; Salvio, Matic e Enzo Perez (Urreta, 75′); Lima, Cardoso (André Gomes, 86′) e Ola John (Gaitan, 45′).
Moreirense – Ricardo Ribeiro; Paulinho, Capela (Rafael Lopes, 90′), Diego Gaúcho e Florent; Vinicius e Filipe Gonçalves (Tales, 78′); Pablo Olivera, Fábio Espinho, Pintassilgo (Kinkela, 80′) e Ghilas.
Cartões amarelos para Cardozo (25′) e Diego Gaúcho (59′) e vermelho directo a Paulinho (90+2′).
Artur Madeira